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17/02/2007
-
09h15
EDUARDO SCOLESE
PEDRO DIAS LEITE
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O PT pode perder mais de 1.200 cargos na reforma ministerial que se avizinha, o que dá uma boa medida do grau de ansiedade dos dirigentes petistas pela manutenção dos seus postos de primeiro escalão.
Quatro pastas comandadas hoje pelo partido e que podem ser entregues a aliados (Defesa, Pesca, Previdência e Relações Institucionais) controlam 1.264 cargos comissionados, que são preenchidos por nomeação, sem concurso público.
Em toda a Esplanada dos Ministérios, existem 19.802 cargos desse tipo. Seus salários variam de R$ 1.232 a R$ 7.595 e podem ser preenchidos a critério de cada ministro. Em muitos casos, o cargo de DAS (Direção e Assessoramento Superiores) é usado para acomodar indicados políticos de diferentes partidos e Estados.
A disputa entre os partidos se concentra em abocanhar o "filé mignon" desses cargos, 3.884 postos com salários a partir de R$ 4.898 e auxílio-moradia próximo a R$ 1.800.
"Porteira fechada"
A reforma ministerial deve marcar uma mudança em relação ao primeiro mandato. Nas últimas conversas sobre a troca de ministros, Lula tem sido cobrado por líderes de partidos aliados a negociar "verticalmente" os ministérios. Ou seja, entregar a pasta com a liberdade de o novo ministro preencher todos os cargos.
No primeiro mandato, os petistas mantiveram postos-chaves em quase todas as pastas, mesmo nas que foram entregues aos aliados.
Um exemplo da mudança vem do PP, que diz ter recebido de Lula a promessa de manter o Ministério das Cidades com o partido, mas desta vez com o poder para mexer em todas as secretarias e direções. Dos 205 cargos em comissão da pasta, metade permanece sob o controle de petistas indicados pelo ex-ministro Olívio Dutra.
Mas não são apenas os cargos diretamente disponíveis aos ministros que atraem a preocupação dos partidos. A legenda que controlar o Ministério do Desenvolvimento Agrário contará com os 321 cargos da pasta e outros 690 do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), autarquia subordinada ao ministério.
Atualmente, dos 34 ministros, 16 são petistas. Sem contar as autarquias, eles controlam 6.837 cargos. Segundo o PT, porém, apenas 877 filiados do partido contribuem mensalmente com parte de seus salários.
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PEDRO DIAS LEITE
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O PT pode perder mais de 1.200 cargos na reforma ministerial que se avizinha, o que dá uma boa medida do grau de ansiedade dos dirigentes petistas pela manutenção dos seus postos de primeiro escalão.
Quatro pastas comandadas hoje pelo partido e que podem ser entregues a aliados (Defesa, Pesca, Previdência e Relações Institucionais) controlam 1.264 cargos comissionados, que são preenchidos por nomeação, sem concurso público.
Em toda a Esplanada dos Ministérios, existem 19.802 cargos desse tipo. Seus salários variam de R$ 1.232 a R$ 7.595 e podem ser preenchidos a critério de cada ministro. Em muitos casos, o cargo de DAS (Direção e Assessoramento Superiores) é usado para acomodar indicados políticos de diferentes partidos e Estados.
A disputa entre os partidos se concentra em abocanhar o "filé mignon" desses cargos, 3.884 postos com salários a partir de R$ 4.898 e auxílio-moradia próximo a R$ 1.800.
"Porteira fechada"
A reforma ministerial deve marcar uma mudança em relação ao primeiro mandato. Nas últimas conversas sobre a troca de ministros, Lula tem sido cobrado por líderes de partidos aliados a negociar "verticalmente" os ministérios. Ou seja, entregar a pasta com a liberdade de o novo ministro preencher todos os cargos.
No primeiro mandato, os petistas mantiveram postos-chaves em quase todas as pastas, mesmo nas que foram entregues aos aliados.
Um exemplo da mudança vem do PP, que diz ter recebido de Lula a promessa de manter o Ministério das Cidades com o partido, mas desta vez com o poder para mexer em todas as secretarias e direções. Dos 205 cargos em comissão da pasta, metade permanece sob o controle de petistas indicados pelo ex-ministro Olívio Dutra.
Mas não são apenas os cargos diretamente disponíveis aos ministros que atraem a preocupação dos partidos. A legenda que controlar o Ministério do Desenvolvimento Agrário contará com os 321 cargos da pasta e outros 690 do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), autarquia subordinada ao ministério.
Atualmente, dos 34 ministros, 16 são petistas. Sem contar as autarquias, eles controlam 6.837 cargos. Segundo o PT, porém, apenas 877 filiados do partido contribuem mensalmente com parte de seus salários.
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