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26/02/2007
-
20h22
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
A tentativa de invasão de uma fazenda em Janaúba (547 km norte de Belo Horizonte) por sem-terra coordenados pelo MST, no norte de Minas Gerais, terminou com dois trabalhadores rurais feridos a bala, na madrugada de hoje.
A Polícia Militar prendeu um herdeiro da fazenda que o MST tentou invadir por porte ilegal de arma. Um funcionário do fazendeiro também foi detido.
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) negou que a intenção das cerca de 300 pessoas era invadir a fazenda Angicos, conforme descreveu a Polícia Militar.
Segundo Cristiano Meirelles, coordenador do MST no norte mineiro, apesar de os sem-terra rumarem às 2h em direção à fazenda Angicos, a intenção era apenas acampar ao lado dela "a fim de pressionar o Incra" (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para destinar a propriedade para a reforma agrária.
Fazendeiro
O advogado Eraldo Mário Pereira, que acompanhou hoje na delegacia de Janaúba o seu cliente, o fazendeiro Ediraldo Souza Mendes, negou que ele tenha relação com o episódio que deixou dois trabalhadores sem terra feridos --um no ombro e outro na perna.
Segundo Pereira, seu cliente, "por infelicidade, estava no caminho da polícia" e foi descoberto, na madrugada, portando um revólver calibre 38 sem registro e com as cinco balas intactas no seu Cross Fox cinza, que estava com "problema de pneu". Além da falta do registro, o fazendeiro não tinha porte de arma.
O cabo Elton Freitas, da 12ª Companhia Independente da Polícia Militar, disse que quando a polícia chegou ao local todos já haviam se dispersado, invasores e atiradores.
De acordo com relatos de testemunhas, teriam sido ouvidos cerca de 20 disparos, segundo o cabo. Mas o coordenador do MST disse que foram mais, inclusive tiros de "metralhadora", disparados por "mais de dez jagunços".
Após ouvir testemunhas, a Polícia Civil prendeu o fazendeiro por porte ilegal de arma, com o agravante da falta de registro. Considerou que ainda não há evidência de relação entre a apreensão da arma e os tiros contra os sem-terra. Por enquanto, a autoria dos disparos contra os sem-terra segue desconhecida.
Outra invasão
A quase 100 km dali, em Januária (MG), cerca de cem pessoas, segundo o coordenador do MST, voltaram a invadir a fazenda Cruz. Há 30 dias, os sem-terra deixaram a fazenda por determinação da Justiça.
Voltaram a invadi-la para que o Incra faça vistoria na área. Segundo a PM, o proprietário da fazenda já havia entrado hoje com o pedido de manutenção de posse na Justiça.
Na última sexta, o MST invadiu em Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, a fazenda que foi palco da chacina de cinco sem-terra em novembro de 2004. Cobrou ação do Incra e do governo mineiro na desapropriação da fazenda e punição para o fazendeiro Adriano Chafik Luedy, que aguarda julgamento em liberdade.
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da Agência Folha, em Belo Horizonte
A tentativa de invasão de uma fazenda em Janaúba (547 km norte de Belo Horizonte) por sem-terra coordenados pelo MST, no norte de Minas Gerais, terminou com dois trabalhadores rurais feridos a bala, na madrugada de hoje.
A Polícia Militar prendeu um herdeiro da fazenda que o MST tentou invadir por porte ilegal de arma. Um funcionário do fazendeiro também foi detido.
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) negou que a intenção das cerca de 300 pessoas era invadir a fazenda Angicos, conforme descreveu a Polícia Militar.
Segundo Cristiano Meirelles, coordenador do MST no norte mineiro, apesar de os sem-terra rumarem às 2h em direção à fazenda Angicos, a intenção era apenas acampar ao lado dela "a fim de pressionar o Incra" (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para destinar a propriedade para a reforma agrária.
Fazendeiro
O advogado Eraldo Mário Pereira, que acompanhou hoje na delegacia de Janaúba o seu cliente, o fazendeiro Ediraldo Souza Mendes, negou que ele tenha relação com o episódio que deixou dois trabalhadores sem terra feridos --um no ombro e outro na perna.
Segundo Pereira, seu cliente, "por infelicidade, estava no caminho da polícia" e foi descoberto, na madrugada, portando um revólver calibre 38 sem registro e com as cinco balas intactas no seu Cross Fox cinza, que estava com "problema de pneu". Além da falta do registro, o fazendeiro não tinha porte de arma.
O cabo Elton Freitas, da 12ª Companhia Independente da Polícia Militar, disse que quando a polícia chegou ao local todos já haviam se dispersado, invasores e atiradores.
De acordo com relatos de testemunhas, teriam sido ouvidos cerca de 20 disparos, segundo o cabo. Mas o coordenador do MST disse que foram mais, inclusive tiros de "metralhadora", disparados por "mais de dez jagunços".
Após ouvir testemunhas, a Polícia Civil prendeu o fazendeiro por porte ilegal de arma, com o agravante da falta de registro. Considerou que ainda não há evidência de relação entre a apreensão da arma e os tiros contra os sem-terra. Por enquanto, a autoria dos disparos contra os sem-terra segue desconhecida.
Outra invasão
A quase 100 km dali, em Januária (MG), cerca de cem pessoas, segundo o coordenador do MST, voltaram a invadir a fazenda Cruz. Há 30 dias, os sem-terra deixaram a fazenda por determinação da Justiça.
Voltaram a invadi-la para que o Incra faça vistoria na área. Segundo a PM, o proprietário da fazenda já havia entrado hoje com o pedido de manutenção de posse na Justiça.
Na última sexta, o MST invadiu em Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, a fazenda que foi palco da chacina de cinco sem-terra em novembro de 2004. Cobrou ação do Incra e do governo mineiro na desapropriação da fazenda e punição para o fazendeiro Adriano Chafik Luedy, que aguarda julgamento em liberdade.
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