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27/02/2007 - 10h12

Movimentos do campo criticam fim das metas

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EDUARDO SCOLESE
da Folha de S.Paulo

Entidades do campo e movimentos de sem-terra criticaram ontem a avaliação do governo petista de abandonar as metas quantitativas de assentamentos da reforma agrária no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) e MLST (Movimento da Libertação do Sem Terra) avaliam que, sem uma meta definida, pode aumentar a tensão no campo. As milhares de famílias acampadas pelo país, segundo eles, teriam as invasões de terra como opção mais próxima para conseguir um lote de terra.

Reportagem de ontem da Folha revelou que o Planalto e o Ministério do Desenvolvimento Agrário defendem priorizar a qualificação dos assentamentos, com investimentos em infra-estrutura básica (água, luz, esgoto e estradas de acesso), diante das corridas anuais ao número prometido de assentados.

No primeiro mandato, Lula prometeu assentar 400 mil famílias, mas, segundo o governo, 381 mil foram beneficiadas.

"Não apresentar meta representa mais uma falta de compromisso do governo Lula com a reforma agrária", disse Marina dos Santos, da coordenação nacional do MST. "A nossa base está começando a perceber que a reforma agrária não vai sair na moleza", completou a dirigente do movimento.

Manoel José dos Santos, presidente nacional da Contag, também teme que o eventual abandono das metas possa aumentar a tensão no campo. "Se não tiver metas, a única coisa que vai acontecer é aumentar a pressão dos acampados. Eles terão apenas as suas ações [invasões, por exemplo] como instrumento de pressão."

Para o presidente da Contag, o governo federal não pode dispensar as metas por conta da pressão dos movimentos e da imprensa. "Não justifica não ter metas, mesmo com a cobrança dos movimentos e da imprensa. O governo tem de estabelecer uma meta que possa cumprir, sendo 200 mil, 500 mil ou 1 milhão de famílias, pois nós sempre vamos cobrá-lo."

Bruno Maranhão, integrante do Diretório Nacional do PT e dirigente do MLST, diz que, ao não fixar metas, o governo pode causar uma "frustração" entre os acampados. "O governo deveria fixar metas. Sem uma meta especifica a frustração dos acampados pode ser muito grande", disse o dirigente do MLST, movimento que invadiu o Congresso em 2006.

Segundo Maranhão, o governo deve reunir as entidades e os movimentos do campo para elaborar um mapa das famílias acampadas do país e se comprometer a assentá-las nos próximos quatro anos.

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