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05/04/2007 - 10h17

Empresário detalha à polícia caixa 2 em eleição no Amapá

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JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Macapá

Depoimento do empresário Nivaldo Aranha da Silva, 45, proprietário da Globo Distribuidora de Medicamentos, envolve o governo do Amapá em um esquema de caixa dois na última campanha, em que o governador Waldez Góes (PDT) foi reeleito. Silva afirma ainda, no depoimento à Polícia Federal, que entregou "pessoalmente" propina aos deputados federais Jurandil Juarez (PMDB) e Sebastião Rocha (PDT).

Silva é um dos principais envolvidos no esquema de fraudes na compra de medicamentos pela Secretaria de Saúde do Amapá, que, segundo a PF, provocou prejuízos de mais de R$ 20 milhões aos cofres públicos.

A PF prendeu 25 pessoas envolvidas no esquema --inclusive dois ex-secretários de Saúde-- na chamada Operação Antídoto, deflagrada em duas etapas, nos dias 22 e 27 de março.

Os inquéritos na PF de Macapá correm em segredo de Justiça. A Folha, porém, obteve cópia do depoimento de Nivaldo Aranha da Silva, prestado no último dia 23 de março, um dia após sua prisão.

No depoimento, o empresário aponta sua participação no esquema de caixa dois do governo e relaciona como envolvidos agentes públicos, secretários do governo Waldez Góes e os dois deputados, para os quais teria pago propina em dinheiro para conseguir vencer licitações. Ele cita ainda outras empresas do setor que também participavam das fraudes.

Silva narra que, em setembro de 2006, foi procurado pelo então chefe de Gabinete da Secretaria de Saúde do Amapá, José Gregório Ribeiro de Farias, para participar de um esquema de pagamentos fictícios com o objetivo de liberar cerca de R$ 2 milhões para a campanha do PDT e de partidos coligados.

O esquema consistia em sua empresa, a Globo Distribuidora, receber um pagamento de R$ 1 milhão como se tivesse vendido medicamentos ao governo. Desse valor, ele diz que devolveu cerca de R$ 600 mil, em dinheiro, para o caixa dois da campanha do PDT.

O R$ 1 milhão, segundo Silva, foi depositado na conta-corrente 14.931-4 da Globo Distribuidora, na agência 4544-6 do Banco do Brasil, em Macapá. Os R$ 600 mil foram entregues, parceladamente, para Farias entre o final de setembro e o início de outubro de 2006.

Ainda de acordo com Silva, o mesmo esquema foi feito com o dono da JR Hospitalar, Aparício Couto Júnior. Segundo Silva, Couto Júnior, no entanto, não teria cumprido o acerto com Farias e teria fugido com cerca de R$ 1 milhão. Couto Júnior foi preso, na primeira fase da Operação Antídoto, em Belém (PA). Ontem, nem ele nem seu advogado foram localizados pela reportagem.

Na campanha de 2002, quando Góes foi eleito pela primeira vez, Nivaldo Silva havia feito depósito de R$ 100 mil para a campanha do pedetista. Comprovante do depósito foi entregue por ele à PF.

No depoimento, Nivaldo Aranha da Silva relata que pagou R$ 100 mil "pessoalmente" ao ex-secretário de Planejamento e Orçamento, eleito deputado federal, Jurandil Juarez (PMDB). Já os pagamentos para o deputado federal Sebastião Rocha (PDT) teriam acontecido no período entre 2003 e 2004, quando Rocha era Secretário de Saúde do Amapá.

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