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23/04/2007 - 17h44

PF vai ouvir policiais por suposto vazamento de operação contra magistrados

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MARCELO GUTIERRES
da Folha Online

A Polícia Federal informou nesta segunda-feira que abriu inquérito para ouvir três policiais civis suspeitos de participarem do vazamento de informações sobre as investigações da Operação Têmis --nome da deusa grega da Justiça-- deflagrada na sexta passada contra uma suposta quadrilha especializada na venda de sentenças judiciais para beneficiar bingos e empresas interessadas em créditos tributários.

Na sexta, a PF realizou buscas e apreensões nas casas e escritórios de três desembargadores (Roberto Haddad, Alda Bastos e Nery da Costa Júnior , dois juízes (Maria Cristina Cukierkorn e Djalma Moreira Gomes), uma funcionária da Receita Federal e um procurador da Fazenda Nacional (Sérgio Ayala).

De acordo com as investigações da PF, essa quadrilha pagava uma mensalidade de R$ 20 mil a R$ 30 mil em troca de sentenças favoráveis de desembargadores e juízes, além da facilitação aos créditos tributários por parte da funcionária da Receita Federal. O esquema contaria ainda com a participação de policiais civis.

Segundo a PF, a corregedoria da Polícia Civil já está sabendo do inquérito, mas ainda não foi comunicada formalmente. Depois dessa comunicação, os policiais civis serão notificados oficialmente.

Os delegados responsáveis pelo inquérito, Alessandro Moretti e Luiz Roberto Ungaretti Godoy, ainda vão decidir se também vão ouvir o funcionário da Telefônica --também suspeito de passar informações da operação para policiais civis.

Na sexta-feira, a PF informou que houve vazamento de informações sobre a operação desencadeada. As investigações --que resultaram no cumprimento de cerca de 70 mandados de busca e apreensão nas casas de 43 pessoas-- ocorriam há quase um ano.

"Há um mês houve vazamento de informações", disse o superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Geraldo José de Araújo.

Segundo ele, o vazamento dessas informações atrapalhou as investigações. "Isso atrapalhou muito. Algumas provas desapareceram."

Para a PF, as informações vazaram por meio de um funcionário da Telefônia --cujo nome não foi divulgado--, que teria avisado policiais civis sobre a investigação. Esses policiais teriam alertado os magistrados sobre o monitoramento telefônico de suas conversas.

O Ministério Público Federal e a PF apuraram que, por precaução, os suspeitos retiraram documentos de gabinetes, escritórios e veículos. Eles sabiam que estavam sendo investigados e previam operação de busca e apreensão. Alguns deles teriam se hospedado em hotéis dias antes da operação.

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) não permitiu nem a prisão temporária dos investigados pela PF nem o bloqueio de suas contas. Em nota, a PF criticou o tribunal. "Foram também requeridas 43 prisões temporárias de todos os investigados que, entretanto, foram indeferidas pelo STJ".

"A questão é que havia, no entendimento da polícia e do Ministério Público, elementos para prisão temporária, como a lei entende. Se iria ser bom ou não, íamos averiguar no momento das prisões", disse Godoy na semana passada.

Com Folha de S.Paulo

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