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03/05/2007 - 18h31

Advogado admite ter negociado honorário de R$ 600 mil com Virgílio Medina

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CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio

O advogado Sergio Luzio Marques depôs hoje por cerca de três horas para a Justiça Federal do Rio e negou envolvimento com o esquema de compra de sentenças para beneficiar a máfia dos jogos. Ele reconheceu já ter trabalhado em causas ligados ao setor de bingos e para Jaime Dias.

Luzio afirmou que rompeu com Jaime Dias em meados de 2006 por discordar de questões jurídicas. Jaime é apontado pela Polícia Federal como suposto intermediador da compra de sentenças entre a máfia dos jogos e integrantes do Judiciário.

Ele também disse desconhecer que o advogado Virgílio Medina fosse irmão do ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Paulo Medina --que concedeu liminar liberando 900 máquinas caça-níqueis de Niterói (RJ).

Antes de descobrir o parentesco entre Virgílio e Paulo Medina, Luzio afirmou ter chegado a discutir com o advogado honorários de R$ 600 mil. Para a PF, esse poderia ser o valor "combinado" para Medina dar a liminar. O ministro nega as acusações.

Quando questionado sobre o que seria vender liminar, Luzio respondeu que seria a mesma coisa que entrar com uma ação.

"A verdade é que ele não tem nenhum relacionamento, nenhuma relação com qualquer atividade suspeita a que se refira nesse processo", afirmou o advogado dele, José Carlos Tortima.

Os outros que depuseram hoje --Evandro da Fonseca e Silvério Nery Cabral-- recorreram ao direito constitucional de permanecerem calados no depoimento.

A juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio, determinou que os acusados interessados poderão ser novamente interrogados nos dias 15, 16 e 17 de maio. Ela estendeu o direito de defesa aos funcionários públicos.

Alguns advogados de defesa alegavam que seus clientes poderiam falar depois deles terem acesso ao áudio das conversas pela PF. Eles tiveram acesso ontem ao áudio. Antes, tinham apenas as transcrições das escutas.

Todos eles foram numa megaoperação da Polícia Federal, que atingiu magistrados, bicheiros, policiais, empresários, advogados e organizadores do Carnaval do Rio. Eles são acusados de praticar os crimes de tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Dos 25 presos inicialmente, quatro (com foro privilegiado) foram soltos no final de semana: ex-vice-presidente do TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região, desembargador federal José Eduardo Carreira Alvim; o desembargador federal José Ricardo de Siqueira Regueira, também do TRF da 2ª Região; o juiz Ernesto da Luz Pinto Dória, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15ª Região, e o procurador regional da República do Rio João Sérgio Leal Pereira.

Os 21 restantes tiveram a prisão preventiva decretada. Mais tarde, a Justiça decretou a prisão de mais três, elevando para 24 o número de denunciados no inquérito que tramita na 6ª Vara Criminal do Rio. Os quatro acusados com foro privilegiado terão de apresentar defesa ao STF (Supremo Tribunal Federal).

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