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04/05/2007 - 16h58

Virgílio nega ser intermediário entre ministro do STJ e máfia dos jogos

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CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio
da Folha de S.Paulo, no Rio

O advogado Virgílio Medina negou ser o intermediário entre o irmão --ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Paulo Medina-- e a quadrilha que atuava na compra de sentenças para beneficiar a máfia do jogo. Em interrogatório para a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio, ele disse ser apenas advogado de uma consultoria que manteve reuniões com Sérgio Luzio e Jaime Dias --suspeitos de negociarem a compra de sentenças judiciais.

Nesses encontros, eles teriam negociado a contratação de um outro escritório de advocacia. "Nenhuma delas resultou em qualquer coisa que seja. O que houve foram discussões e especulações sobre situações que não se concretizarem", disse o advogado dele, Renato Tonini.

Ontem, Luzio disse para a juíza que contatou Virgílio --sem saber do parentesco dele com Paulo Medina-- para negociar o pagamento de honorários de R$ 600 mil. Medina concedeu liminar liberando 900 máquinas caça-níqueis apreendidas em Niterói (RJ). Essa liminar foi cassada mais tarde.

"No instante que Virgílio soube que uma das causas estava a cargo de seu irmão, ele declarou seu impedimento e afirmou que não poderia advogar", afirmou Tonini.

A juíza também ouviu hoje Luiz Paulo Dias de Mattos e Nagib Teixeira Sauid. Mattos é delegado federal acusado de vazar informações que beneficiariam os bingos. Já Nagib é sócio de Julio Guimarães no Barra Bingo --Júlio é sobrinho do Capitão Guimarães.

Denúncia

Tonini disse hoje que as acusações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal são "obra ficcional" .

Segundo reportagem da Folha, o MPF (Ministério Público Federal) afirma que Virgílio Medina chegou a negociar por R$ 1 milhão uma segunda decisão do ministro com os bingueiros.

Na primeira negociação, os intermediários Sérgio Luzio e José Luiz da Costa Rebello (Bingo Icaraí) quiseram aumentar o valor inicialmente pedido por Virgílio de R$ 600 mil para R$ 1 milhão para poderem receber uma "comissão".

Mas o acerto irritou José Renato Granado (bingueiro) e Paulo Lino (presidente da Associação de Bingos do Rio), que fizeram Jaime Dias e Evandro Fonseca (seus representantes de confiança) negociar com Virgílio diretamente e retomar o valor de R$ 600 mil.

Paulo Medina concedeu uma liminar --negociada por seu irmão, segundo a PF e o MPF-- que permitiu a liberação de 900 máquinas caça-níqueis que haviam sido apreendidas em Niterói (RJ). Essa liminar foi cassada mais tarde.

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