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05/05/2007
-
09h03
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
Manifestações e paralisações por melhores salários estão crescendo no funcionalismo público de Minas Gerais, de olho nas pretensões eleitorais do governador Aécio Neves (PSDB). Fiscais da Receita fazem paralisações programadas desde novembro passado. Depois foram os defensores públicos, em greve há quase 90 dias.
Na quarta-feira foi a vez dos policiais civis, que paralisaram parte dos trabalhos. Ontem, procuradores do Estado informaram que estão mobilizados desde o último dia 11 --já houve um dia de paralisação.
Aécio tem resistido às pressões dos servidores, contrários aos reajustes propostos pela sua gestão. O vice-governador Antonio Anastasia (PSDB), o gerente do governo, disse que os aumentos oferecidos estão no limite do Orçamento.
O argumento, contudo, não mudou a disposição dos manifestantes, que já misturam eleição e reivindicação salarial.
Os servidores tentam jogar com o fato de Aécio ser um dos presidenciáveis do PSDB para 2010. Por isso, avaliam que ele pode ceder para evitar desgastes como o de 2004, quando as polícias Militar e Civil entraram em greve e ele recorreu à União para pôr o Exército nas ruas de Belo Horizonte.
Há duas semanas, em frente à residência oficial do governador, lideranças policiais abriram faixa de apoio ao governador de São Paulo, José Serra (PSDB), com os seguintes dizeres: "Policiais e bombeiros, Aécio não gosta da gente. Serra presidente".
"Vitrine"
Integrante da base do governo no Legislativo e representante dos policiais, o deputado Sargento Rodrigues (PDT) avalia que Aécio vai tentar se preservar ao máximo, por isso pode ceder. "O governador quer fazer do governo dele uma vitrine para todo o país."
O próprio Rodrigues joga com 2010 ao propor que, naquele ano, o reajuste aos policiais se dê em março, um mês antes de Aécio eventualmente deixar o governo para concorrer ao Planalto, deixando para trás uma eventual promessa.
Os defensores públicos também pressionam. Jogam com o desgaste ao denunciar a superlotação das delegacias mineiras, tema recorrente durante o primeiro mandato do tucano.
Os policiais civis querem 19,7% de reajuste imediato e piso de R$ 2.809 _o piso atual é de R$ 1.333. O governo oferece 33,1% em três anos, em parcelas cumulativas de 10% nos meses de setembro.
Ontem, a Justiça considerou ilegais os piquetes realizados por lideranças policiais, que tem impedido o funcionamento de alguns serviços, embora o governo tenha dito que não há greve e que tudo está normal.
Os defensores públicos querem piso de R$ 10 mil e equiparação salarial com o Ministério Público. O governo diz que o repasse ao setor cresceu 212% desde 2003, que fez concurso, reformulou a carreira e elevou o piso de R$ 2.735 para R$ 4.000.
Os fiscais da Receita rejeitam a proposta do governo que, segundo eles, propõe reajuste sobre produtividade em torno de 12% para 2007 e mais 10% em 2008. Reivindicam reajuste de 47%. Os procuradores do Estado querem aumento nos honorários advocatícios, para R$ 10 mil --a média é de R$ 4.100.
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Servidores pressionam Aécio de olho em disputa de 2010
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da Agência Folha, em Belo Horizonte
Manifestações e paralisações por melhores salários estão crescendo no funcionalismo público de Minas Gerais, de olho nas pretensões eleitorais do governador Aécio Neves (PSDB). Fiscais da Receita fazem paralisações programadas desde novembro passado. Depois foram os defensores públicos, em greve há quase 90 dias.
Na quarta-feira foi a vez dos policiais civis, que paralisaram parte dos trabalhos. Ontem, procuradores do Estado informaram que estão mobilizados desde o último dia 11 --já houve um dia de paralisação.
Aécio tem resistido às pressões dos servidores, contrários aos reajustes propostos pela sua gestão. O vice-governador Antonio Anastasia (PSDB), o gerente do governo, disse que os aumentos oferecidos estão no limite do Orçamento.
O argumento, contudo, não mudou a disposição dos manifestantes, que já misturam eleição e reivindicação salarial.
Os servidores tentam jogar com o fato de Aécio ser um dos presidenciáveis do PSDB para 2010. Por isso, avaliam que ele pode ceder para evitar desgastes como o de 2004, quando as polícias Militar e Civil entraram em greve e ele recorreu à União para pôr o Exército nas ruas de Belo Horizonte.
Há duas semanas, em frente à residência oficial do governador, lideranças policiais abriram faixa de apoio ao governador de São Paulo, José Serra (PSDB), com os seguintes dizeres: "Policiais e bombeiros, Aécio não gosta da gente. Serra presidente".
"Vitrine"
Integrante da base do governo no Legislativo e representante dos policiais, o deputado Sargento Rodrigues (PDT) avalia que Aécio vai tentar se preservar ao máximo, por isso pode ceder. "O governador quer fazer do governo dele uma vitrine para todo o país."
O próprio Rodrigues joga com 2010 ao propor que, naquele ano, o reajuste aos policiais se dê em março, um mês antes de Aécio eventualmente deixar o governo para concorrer ao Planalto, deixando para trás uma eventual promessa.
Os defensores públicos também pressionam. Jogam com o desgaste ao denunciar a superlotação das delegacias mineiras, tema recorrente durante o primeiro mandato do tucano.
Os policiais civis querem 19,7% de reajuste imediato e piso de R$ 2.809 _o piso atual é de R$ 1.333. O governo oferece 33,1% em três anos, em parcelas cumulativas de 10% nos meses de setembro.
Ontem, a Justiça considerou ilegais os piquetes realizados por lideranças policiais, que tem impedido o funcionamento de alguns serviços, embora o governo tenha dito que não há greve e que tudo está normal.
Os defensores públicos querem piso de R$ 10 mil e equiparação salarial com o Ministério Público. O governo diz que o repasse ao setor cresceu 212% desde 2003, que fez concurso, reformulou a carreira e elevou o piso de R$ 2.735 para R$ 4.000.
Os fiscais da Receita rejeitam a proposta do governo que, segundo eles, propõe reajuste sobre produtividade em torno de 12% para 2007 e mais 10% em 2008. Reivindicam reajuste de 47%. Os procuradores do Estado querem aumento nos honorários advocatícios, para R$ 10 mil --a média é de R$ 4.100.
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