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06/05/2007 - 07h30

Sociedade civil homenageia empresário

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da Folha de S.Paulo

Intelectuais, atores, advogados, publicitários e jornalistas compareceram à missa de sétimo dia de Octavio Frias de Oliveira. Da diversidade de pessoas resultou uma imagem multifacetada do empresário: cada um tinha uma lembrança particular de Frias de Oliveira.

"Ele era de uma integridade muito grande. E, apesar de sempre ter se negado a se ver como jornalista, foi o maior jornalista que conheci", afirmou o cientista político José Augusto Guilhon Albuquerque, professor titular aposentado da FEA.

O advogado e ex-ministro da Justiça José Carlos Dias recordou a posição de Frias de Oliveira quando a Polícia Federal invadiu a Folha em 1990, no governo Collor.

"Eu vi a firmeza com que se posicionava para impedir a invasão. Participei da reunião para elaboração do editorial e percebi sua liderança nas horas decisivas. Sem dúvida, o Frias foi um dos homens mais marcantes da história da liberdade de imprensa no Brasil."

Estiveram na missa o secretário de Cultura do Estado, João Sayad, e sua mulher, a empresária Cosette Alves, os atores Sérgio Mamberti, Bruna Lombardi, Carlos Alberto Ricelli, Cristina Mutarelli, Iara Jamra e Mika Lins.

Dois jornalistas que foram porta-voz do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também foram à cerimônia: Ricardo Kotscho, ex-repórter especial da Folha, e André Singer, ex-secretário de Redação.

O cientista político Leôncio Martins Rodrigues disse que admirava a capacidade empresarial de Frias de Oliveira, sobretudo a sua visão sobre a importância da tecnologia, porém considera que o maior legado dele foi a independência editorial, não só diante dos Poderes mas também por meio da pluralidade de pontos de vista que abrigava no jornal.

Sonhador

O publicitário Nizan Guanaes ressaltou a capacidade empreendedora de um Frias de Oliveira já com idade avançada.

"Ele sonhava acordado, com os pés no chão, e acho que influenciou toda uma geração de jovens empreendedores que se seguiram a ele", disse Nizan. "Vendo um homem de uma certa idade, mas com um pensamento tão jovem, nos sentíamos empurrados por aquele pragmatismo sonhador."

Também estiveram na cerimônia Francisco Mesquita Neto e Fernão Lara Mesquita, que integram o conselho de administração do Grupo Estado, os editores Pedro Paulo de Sena Madureira e Wagner Carelli.

"A obra dele como empresário é indiscutível. É só ver a diferença entre o que ele recebeu e o que ele deixou", afirmou Fernão Mesquita, referindo-se ao fato de o empresário ter comprado a Folha quando era um jornal pouco expressivo.

Pessoa rara

O jornalista Boris Casoy, que foi editor-chefe da Folha entre 1977 e 1984, preferiu frisar a complexidade do empresário.

"Alguém já o comparou a aquele artigo da [revista] "Seleções", "O Meu Tipo Inesquecível". Ele era o meu tipo inesquecível. Não pense que ele era bonzinho, no mau sentido, com os que o cercavam. Nada. Se precisasse cobrar, ele cobrava. Dava bronca, disciplinava, ensinava. Não pense que as pessoas gostavam dele porque era carinhoso. As pessoas gostavam dele porque era inteligente, racional e conhecia o ser humano. A maioria das pessoas não vem aqui [na missa] por temor reverencial à Folha. A maioria vem porque tem uma memória boa dele", afirmou Casoy.

O jornalista Matinas Suzuki Jr., que foi editor-executivo da Folha, disse que a lembrança mais forte que tinha do empresário era como uma pessoa rara: "Penso no "seu" Frias como uma ararinha azul, uma espécie raríssima, uma pessoa muito livre, sem dogmas de pensamento econômico, sem dogmas de pensamento político, que fez da simplicidade e da informalidade um valor".

A atriz Bruna Lombardi afirmou que "ele foi uma pessoa que nos deixou o sentimento de que dá para fazer um país melhor com inteligência e com liberdade".

Sena Madureira recordou-se da solidariedade do empresário: "Desde 1989, quando eu me mudei para São Paulo, o "seu" Frias foi a pessoa que esteve do meu lado, sobretudo nas minhas horas mais difíceis".

Também compareceram à missa os médicos Miguel Srougi, Raul Cutait e Anthony Wong, o historiador Boris Fausto, e o dono de restaurante Massimo Ferrari.

Estiveram presentes ainda os jornalistas Claudio Weber Abramo, Leão Serva, Lilian Pacce, Junia Nogueira de Sá, Luís Nassif, Jorge da Cunha Lima, Carlos Alberto Di Franco e Aldo Pereira, além do arquiteto Nabil Bonduki, do advogado Ives Gandra da Silva Martins e da psicanalista Anna Verônica Mautner.

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