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17/05/2007 - 10h05

Arcebispo do México nega excomunhão de políticos

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FÁBIO AMATO
da Agência Folha, em Aparecida

O arcebispo primaz do México, cardeal Norberto Rivera, negou ontem que a Igreja Católica irá excomungar os deputados da Assembléia Legislativa da Cidade do México, capital do país, que no final de abril aprovaram lei que descriminalizou a prática do aborto até a 12ª semana de gestação. Segundo Rivera, o apoio à lei tirou desses deputados as condições necessárias para que participem da igreja, mas a comunhão não vai ser negada a eles.

"Para nós é muito claro o que diz o Direito Canônico: só aquele que procura e chega a consumar um aborto será excomungado. Não há nenhum documento de excomunhão contra político, legislador ou o prefeito da Cidade do México", disse Rivera, durante entrevista em Aparecida (167 km de São Paulo), onde participa da 5ª Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe.

"Mas temos que lembrar o que diz a doutrina tradicional da igreja: que não é compatível de participar da comunhão eucarística com esse modo de legislar. Mas isso é diferente de excomunhão", disse o arcebispo primaz (da primeira diocese fundada em um país; no caso do México, a sua capital). "Isso também não quer dizer que vamos negar-lhes a eucaristia."

Em entrevista no avião, antes de chegar ao Brasil, Bento 16 foi questionado se concordava com excomunhões de deputados da Cidade do México que votaram a favor do aborto. O papa respondeu: "O direito de matar um inocente é incompatível com estar em comunhão com o corpo de Cristo".

Rivera disse que Deus está disposto a perdoar os parlamentares. "Todos podem ser perdoados quando há arrependimento sincero."

O arcebispo afirmou que os deputados que votaram a favor da lei "não têm preparação, ou não têm convicção suficiente do que é a vida humana". E apontou que a aprovação do aborto também revela falha da Igreja Católica na evangelização da população. "Vemos que existem vazios que produzem esses efeitos. E esses vazios se enchem com erros como o que acabamos de cometer no México porque a evangelização não chegou a muitos setores de nossa população."

No Brasil

Um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva envolver o Congresso em um debate sobre a descriminalização do aborto, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem que esse assunto não é prioritário.

"Esse é um assunto polêmico que, para uns, é de saúde pública, e, para outros, envolve dogmas. Isso não é agenda prioritária do Congresso", afirmou.

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