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21/05/2007
-
16h52
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O senador Delcídio Amaral (PT-MS) subiu hoje à tribuna do Senado Federal para explicar a inclusão de seu nome em planilha apreendida pela Polícia Federal na empresa Gautama, associado a um valor de R$ 24 mil.
Delcídio admitiu que seu amigo Luiz Gonza Salomon recorreu à empresa para pagar o fretamento de um avião bimotor para o senador. Mas afirmou, no entanto, que o valor não chegou a ser pago pela empresa Gautama --apontada como a responsável por fraudes em licitações em obras públicas do governo-- e disse não ter conhecimento do pedido à empresa.
"A empresa indicada para faturamento, a construtora Gautama, não pagou a respectiva fatura conforme declaração prestada pela empresa Ícaro [que fretou o avião], que hoje me confirmou que a empresa não fez o pagamento. O cheque de minha emissão continua na Ícaro. O que vai prevalecer é o compromisso que assumi com o meu amigo Gonzaga que é pagá-lo em 60 dias. Portanto, a dívida é minha, não é de mais ninguém', enfatizou.
O senador explicou que, diante da morte do sogro em Barretos (SP), teve que fretar o jatinho para sair de Brasília a tempo do enterro. Sem ter os R$ 24 mil do fretamento, pediu ao amigo Salomon para quitar a dívida. O senador disse que só soube que seu amigo tinha pedido o dinheiro à empresa depois da Operação Navalha deflagrada pela Polícia Federal.
Delcídio leu carta de Solomon na qual ele afirma que a dívida é responsabilidade sua, sem qualquer interferência do senador. Delcídio chamou de "especulações" o seu suposto envolvimento com a Gautama.
O senador apresentou um levantamento de suas emendas liberadas desde que tomou posse no Senado Federal, em 2003, onde não conta repasse de recursos para a Gautama. "Levantei a minha prestação de contas de campanha para o governo do Estado do Mato Grosso do Sul e para o Senado Federal. Não há nenhuma doação da Gautama", disse.
Delcídio admitiu que conhece o empresário Zuleido Veras, dono da Gautama, mas disse não ter qualquer participação na liberação de emendas que favoreçam a empresa. "Não tenho nenhuma necessidade de esconder esse conhecimento. Conheço da época em que era diretor da OAS. Depois, não mais o acompanhei --só sabia que ele tinha empresa voltada para a área pública. Ele é homem que transitava por todo o Congresso", disse Delcídio.
A PF chegou ao nome de Delcídio por meio das gravações telefônicas de Zuleido Veras. Em uma delas, Luiz Gonzaga Salomon, amigo de Delcídio, pede ajuda a Zuleido para quitar dívida de R$ 24 mil do senador referente ao aluguel de um jatinho. Depois, ao analisar papéis da Gautama, a PF encontrou nota fiscal com a anotação do nome do petista e a referência aos R$ 24 mil e ao aluguel.
Explicações
O senador Papaléo Paes (PSDB-AP) também subiu à tribuna do Senado para se explicar sobre a doação que recebeu da empresa Gautama na campanha eleitoral de 2006. O senador reconheceu ter recebido R$ 100 mil da empresa como doação de campanha, mas disse não ter qualquer envolvimento com supostas fraudes em licitações públicas promovidas pela Gautama.
"Eu não tenho estrutura de arapongagem para saber se a empresa A ou B que doa para minha campanha tem problemas com o setor público. Se o presidente da República tem a Abin [Agência Brasileira de Inteligência] para investigar isso, eu não tenho. Receber doação é ficar fora da lei?", questionou Papaléo.
O senador disse que a prestação de contas de sua campanha está disponível para consulta pública como forma de comprovar sua inocência em qualquer irregularidade. "O poder público deve fazer a distinção entre os bons e maus políticos", disse.
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Delcídio usa tribuna do Senado para explicar suposta participação em fraudes
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da Folha Online, em Brasília
O senador Delcídio Amaral (PT-MS) subiu hoje à tribuna do Senado Federal para explicar a inclusão de seu nome em planilha apreendida pela Polícia Federal na empresa Gautama, associado a um valor de R$ 24 mil.
Delcídio admitiu que seu amigo Luiz Gonza Salomon recorreu à empresa para pagar o fretamento de um avião bimotor para o senador. Mas afirmou, no entanto, que o valor não chegou a ser pago pela empresa Gautama --apontada como a responsável por fraudes em licitações em obras públicas do governo-- e disse não ter conhecimento do pedido à empresa.
"A empresa indicada para faturamento, a construtora Gautama, não pagou a respectiva fatura conforme declaração prestada pela empresa Ícaro [que fretou o avião], que hoje me confirmou que a empresa não fez o pagamento. O cheque de minha emissão continua na Ícaro. O que vai prevalecer é o compromisso que assumi com o meu amigo Gonzaga que é pagá-lo em 60 dias. Portanto, a dívida é minha, não é de mais ninguém', enfatizou.
O senador explicou que, diante da morte do sogro em Barretos (SP), teve que fretar o jatinho para sair de Brasília a tempo do enterro. Sem ter os R$ 24 mil do fretamento, pediu ao amigo Salomon para quitar a dívida. O senador disse que só soube que seu amigo tinha pedido o dinheiro à empresa depois da Operação Navalha deflagrada pela Polícia Federal.
Delcídio leu carta de Solomon na qual ele afirma que a dívida é responsabilidade sua, sem qualquer interferência do senador. Delcídio chamou de "especulações" o seu suposto envolvimento com a Gautama.
O senador apresentou um levantamento de suas emendas liberadas desde que tomou posse no Senado Federal, em 2003, onde não conta repasse de recursos para a Gautama. "Levantei a minha prestação de contas de campanha para o governo do Estado do Mato Grosso do Sul e para o Senado Federal. Não há nenhuma doação da Gautama", disse.
Delcídio admitiu que conhece o empresário Zuleido Veras, dono da Gautama, mas disse não ter qualquer participação na liberação de emendas que favoreçam a empresa. "Não tenho nenhuma necessidade de esconder esse conhecimento. Conheço da época em que era diretor da OAS. Depois, não mais o acompanhei --só sabia que ele tinha empresa voltada para a área pública. Ele é homem que transitava por todo o Congresso", disse Delcídio.
A PF chegou ao nome de Delcídio por meio das gravações telefônicas de Zuleido Veras. Em uma delas, Luiz Gonzaga Salomon, amigo de Delcídio, pede ajuda a Zuleido para quitar dívida de R$ 24 mil do senador referente ao aluguel de um jatinho. Depois, ao analisar papéis da Gautama, a PF encontrou nota fiscal com a anotação do nome do petista e a referência aos R$ 24 mil e ao aluguel.
Explicações
O senador Papaléo Paes (PSDB-AP) também subiu à tribuna do Senado para se explicar sobre a doação que recebeu da empresa Gautama na campanha eleitoral de 2006. O senador reconheceu ter recebido R$ 100 mil da empresa como doação de campanha, mas disse não ter qualquer envolvimento com supostas fraudes em licitações públicas promovidas pela Gautama.
"Eu não tenho estrutura de arapongagem para saber se a empresa A ou B que doa para minha campanha tem problemas com o setor público. Se o presidente da República tem a Abin [Agência Brasileira de Inteligência] para investigar isso, eu não tenho. Receber doação é ficar fora da lei?", questionou Papaléo.
O senador disse que a prestação de contas de sua campanha está disponível para consulta pública como forma de comprovar sua inocência em qualquer irregularidade. "O poder público deve fazer a distinção entre os bons e maus políticos", disse.
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