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23/05/2007 - 13h08

PMDB articula indicação de substituto com perfil técnico para lugar de Rondeau

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O PMDB quer definir até o final desta semana o nome a ser indicado pelo partido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para substituir o ex-ministro Silas Rondeau (Minas e Energia) no cargo. O grupo do PMDB no Senado chegou a cogitar nomes de ex-diretores da Eletrobrás para a pasta, mas ainda não conseguiu encontrar uma indicação com perfil simultaneamente técnico e político.

A Folha Online apurou que os senadores peemedebistas estão com dificuldades para encontrar um substituto à altura de Rondeau --que consideravam ter o perfil ideal para a pasta, já que tinha trânsito político com as bancadas do partido e, ao mesmo tempo, matinha relação de confiança com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), ex-titular do ministério.

O partido teme indicar um nome com perfil político, incapaz de contornar os problemas do setor elétrico. Nos bastidores, peemedebistas admitem temer um novo apagão elétrico no país se um político passar a gerir a pasta --o que colocaria o partido na berlinda frente à má gestão do cargo.

O PMDB quer acelerar a escolha do novo ministro para evitar que o PT consiga emplacar uma indicação sua para a pasta. O secretário-executivo do ministério, Nelson Hubner, que assumiu o cargo interinamente no lugar de Rondeu, é considerado dentro do PT um nome técnico capaz de permanecer no cargo se fizer um bom trabalho. Filiado ao PT, Hubner é ligado à ministra Dilma.

Segundo o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), o nome a ser indicado para substituir Rondeau será revelado somente depois de efetivamente escolhido. "Vamos sugerir um nome quando ele estiver pronto. Temos que reunir um nome técnico e político para o cargo. A tendência é o PMDB discutir um nome com peso técnico. Quando indicar, vai assumir o ônus e o bônus de sua indicação", afirmou.

Disputa

O grupo do PMDB no Senado não abre mão de indicar o substituto de Rondeau, já que a pasta está na cota dos senadores do partido. Os senadores peemedebistas já receberam do presidente do PMDB, Michel Temer (SP), o sinal de que a bancada do partido na Câmara não vai entrar na disputa pelo cargo.

Temer telefonou ontem à noite para os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Roseana Sarney (PMDB-MA) e Valdir Raupp (PMDB-RO) para certificá-los de que têm a prerrogativa de escolherem o substituto de Rondeau.

Um senador peemedebista admitiu à Folha Online que a bancada do Senado não quer perder o Ministério de Minas e Energia a exemplo do que aconteceu com o Ministério da Saúde --que acabou na cota da bancada do PMDB na Câmara com a escolha do ministro José Gomes Temporão.

A disputa entre os aliados sobre a gestão do setor elétrico é intensa diante dos recursos disponíveis para a pasta --que controla grande parte das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e estatais com orçamentos elevados, como a Eletrobrás e a Eletronorte.

Solidariedade

Rondeau entregou o cargo ao presidente Lula ontem à noite em meio às acusações de que teria recebido R$ 100 mil em propina da empresa Gautama no esquema de fraudes desmontado pela Operação Navalha, da Polícia Federal. Em sua carta de demissão, o ministro alega inocência e afirma que deixou o cargo para não desgastar a imagem do governo em meio às denúncias.

A Folha Online apurou que parte da bancada do PMDB no Senado esteve na casa de Rondeau ontem à noite para prestar solidariedade ao agora ex-ministro. Os senadores peemedebistas acreditam na inocência de Rondeau, mas o ex-ministro preferiu seguir os conselhos do senador José Sarney (PMDB-AP) de provar sua inocência fora do governo.

O restante do grupo --Romero Jucá, Roseana Sarney e Renan Calheiros-- defendia a permanência do ministro no cargo para evitar especulações de que estaria envolvido nas fraudes.

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