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22/11/2003
-
16h54
LEONARDO MEDEIROS
da Folha Online
Proprietária do engenho São Jorge dos Erasmos desde 1958, somente agora a USP (Universidade de São Paulo) dará início ao processo de abertura das ruínas ao grande público. No próximo dia 2 de dezembro, a universidade fará uma apresentação pública, em Santos (Baixada Santista), do projeto de um centro de cultura e extensão para o engenho.
De autoria do arquiteto Julio Roberto Katinsky, o centro será uma base de ensino, pesquisa e interação com a comunidade e contará com laboratórios de pesquisa arqueológica, salas de aula, auditório e espaço de exposição.
De acordo com Maria Cecília França Lourenço, presidente da Comissão Curadora das ruínas, o engenho dos Erasmos está localizado em uma região carente da cidade de Santos, sem outros aparelhos culturais. A idéia é que o centro de cultura e extensão também possa ser utilizado pela comunidade. "Será uma base para nós recebermos bem o visitante e, por meio das pesquisas que a universidade já realizou, explicar o Engenho do ponto de vista da arquitetura, da História, do meio ambiente", afirma Lourenço. "Nós já temos a possibilidade de fazer uma coisa consequente. Abrir as ruínas, mas abrir para visitas que tenham significado."
A construção do centro ainda não tem recursos assegurados e também depende da cessão, por parte da Prefeitura de Santos, de um terreno anexado ao engenho.
Atualmente, a visitação pública só é permitida a escolas e deve ser agendada por meio do site www.usp.br/prc/engenho.
Preservação
Na década de 50 do século passado, durante expedição pela Baixada Santista, as ruínas abandonadas do engenho dos Erasmos chamaram a atenção da historiadora Maria Regina da Cunha Rodrigues. Professora da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, Maria Regina iniciou uma série de publicações, na imprensa, sobre a importância histórica e cultural do engenho e a necessidade de preservá-lo.
Na época, a propriedade pertencia a Otávio Ribeiro de Araújo que, motivado pelo trabalho da pesquisadora, doou à USP, em 1958, uma gleba de 4.000 metros quadrados, onde estão as ruínas, e loteou o restante do terreno.
"A professora Maria Regina teve o papel fundamental de perceber que a universidade poderia garantir a preservação do Engenho", afirma Maria Cecília França Lourenço. "Já na década de 50 ela percebeu que aquilo poderia se tornar um bem público preservado."
Segundo Lourenço, o engenho dos Erasmos é o último remanescente entre os engenhos construídos na mesma época na então Capitania de São Vicente. Além da atuação da USP, a preservação de suas ruínas se deveu a sua localização, ao lado de um pântano e no sopé do morro da Caneleira, região pouco interessante à especulação imobiliária.
Atualmente, as ruínas são tombadas pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), pelo Condephat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) e pelo Condepasa (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos).
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da Folha Online
Proprietária do engenho São Jorge dos Erasmos desde 1958, somente agora a USP (Universidade de São Paulo) dará início ao processo de abertura das ruínas ao grande público. No próximo dia 2 de dezembro, a universidade fará uma apresentação pública, em Santos (Baixada Santista), do projeto de um centro de cultura e extensão para o engenho.
De autoria do arquiteto Julio Roberto Katinsky, o centro será uma base de ensino, pesquisa e interação com a comunidade e contará com laboratórios de pesquisa arqueológica, salas de aula, auditório e espaço de exposição.
Divulgação |
Ruínas do engenho dos Erasmos, em Santos (SP) |
A construção do centro ainda não tem recursos assegurados e também depende da cessão, por parte da Prefeitura de Santos, de um terreno anexado ao engenho.
Atualmente, a visitação pública só é permitida a escolas e deve ser agendada por meio do site www.usp.br/prc/engenho.
Preservação
Na década de 50 do século passado, durante expedição pela Baixada Santista, as ruínas abandonadas do engenho dos Erasmos chamaram a atenção da historiadora Maria Regina da Cunha Rodrigues. Professora da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, Maria Regina iniciou uma série de publicações, na imprensa, sobre a importância histórica e cultural do engenho e a necessidade de preservá-lo.
Na época, a propriedade pertencia a Otávio Ribeiro de Araújo que, motivado pelo trabalho da pesquisadora, doou à USP, em 1958, uma gleba de 4.000 metros quadrados, onde estão as ruínas, e loteou o restante do terreno.
"A professora Maria Regina teve o papel fundamental de perceber que a universidade poderia garantir a preservação do Engenho", afirma Maria Cecília França Lourenço. "Já na década de 50 ela percebeu que aquilo poderia se tornar um bem público preservado."
Segundo Lourenço, o engenho dos Erasmos é o último remanescente entre os engenhos construídos na mesma época na então Capitania de São Vicente. Além da atuação da USP, a preservação de suas ruínas se deveu a sua localização, ao lado de um pântano e no sopé do morro da Caneleira, região pouco interessante à especulação imobiliária.
Atualmente, as ruínas são tombadas pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), pelo Condephat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) e pelo Condepasa (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos).
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