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18/02/2004 - 07h19

Relatório do acidente com foguete brasileiro está nas mãos da Defesa

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SALVADOR NOGUEIRA
da Folha de S.Paulo

O relatório final preparado pela comissão de investigação do acidente que matou 21 pessoas no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, em agosto do ano passado, foi levado a Brasília na noite de anteontem e já foi entregue às autoridades da Defesa, segundo a Folha apurou.

O Ministério da Defesa, por meio de sua assessoria de imprensa, nega ter recebido o documento ou mesmo ter tido conhecimento do término dos trabalhos da comissão investigadora liderada pelo brigadeiro-do-ar Marco Antonio Couto do Nascimento.

Apesar de a investigação ter sido originalmente requisitada pelo Deped (Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento) do Comando da Aeronáutica, o assunto há muito tempo já passou diretamente para a esfera ministerial.

Ao ser procurado, o Cecomsaer (Centro de Comunicação Social da Aeronáutica) declarou que toda questão relacionada ao acidente com o VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites) deve ser encaminhada diretamente à Defesa. O ministério, por sua vez, afirma que não recebeu o relatório e que ainda não há data para divulgação do documento. A imprensa será notificada assim que essa situação se modificar, afirma a assessoria.

A conclusão do relatório aconteceu em uma reunião iniciada no último domingo e prorrogada até o dia seguinte. "Estive lá durante o domingo, e agora os trabalhos foram encerrados", disse à Folha Paulo Murilo de Oliveira, físico da Universidade Federal Fluminense que faz parte da comissão. "A reunião foi justamente para ajustar os últimos detalhes do relatório."

Dividido em quatro partes preparadas por subcomissões (operações, meteorologia, materiais e fator humano), o documento é rematado por um resumo redigido por Couto. Com centenas de páginas, ele esmiúça o que aconteceu na centro de lançamento nos dias que antecederam o acidente.

O VLS-1 teve um de seus motores prematuramente acionado enquanto os técnicos ainda trabalhavam no foguete, matando 21 pessoas em 22 de agosto de 2003 --três dias antes da que seria a terceira tentativa de lançar um protótipo do veículo. As duas anteriores, em 1997 e 1999, falharam.

Apesar das pressões para que a investigação se ativesse ao acidente e a suas causas mais imediatas, o relatório cobre todos os problemas e falhas que cercaram a condução da operação, chefiada pelo brigadeiro Tiago Ribeiro. Nas palavras de pessoas que leram a versão final do documento, mas preferem não se identificar, ele "não pega leve" ao mencionar violações de procedimento ocorridas na preparação do foguete.

Quanto à causa física do acionamento do motor, o relatório trará várias hipóteses do que pode ter dado errado, mas não dará certeza sobre o que de fato ocorreu.

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