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27/01/2005 - 14h18

Empresários canadenses tiram proveito do aquecimento global

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MICHEL COMTE
da France Presse, em Vancouver

O aquecimento da Terra sinaliza um desastre ambiental sem precedentes, mas também pode ser uma fonte de renda para várias pessoas. Um exemplo disso é o grupo de empresários que deve aproveitar o derretimento de um bloco de gelo para construir uma "passagem comercial" entre Rússia e Canadá.

Esses executivos querem transportar, de navio, óleo bruto russo aos Estados Unidos. Para isso, eles usarão uma passagem no caminho entre a cidade de Churchill, no Canadá, e a localidade russa de Murmansk (mar de Barents). As regiões estão separadas por uma vasta superfície que fica congelada na maior parte do ano.

O aquecimento global faz com que, todos os anos, os barcos possam navegar durante um período mais longo. Em 2004, o porto de Churchill --um ponto isolado onde vivem 1.000 habitantes e vários ursos polares-- ficou aberto de julho a novembro.

A passagem encurta em 2.000 km as viagens da América do Norte para a Rússia. Os cientistas prevêem que, se o aquecimento continuar aumentando, até 2050 a passagem permanecerá descongelada o ano inteiro.

Uma delegação empresarial americana está na Rússia para discutir seus planos sobre o caminho com representantes do setor público e privado. A delegação é liderada pela Omnitrax, a empresa americana que opera o porto de Churchill.

A empresa espera poder, muito em breve, duplicar o volume e variedade de carga embarcada em Churchill, incluindo fertilizantes, minerais, produtos petroleiros e maquinário agrícola --atualmente somente pequenas quantidades de grãos canadenses passam pelo local.

A chamada "ponte ártica" conseguiu o apoio do Governo canadense, da Administração local e do embaixador russo no Canadá, Georgiy Mamedov.
O embaixador disse que, provavelmente, uma frota de dez navios quebra-gelos e cargueiros será enviada ao local. As embarcações devem "abrir caminho", fazendo com que a rota fique aberta por mais tempo.

O diplomata chegou a propor que os submarinos nucleares russos desativados sejam usados para o comércio polar, transportando carga nos compartimentos que antes levavam mísseis. "Em vez de transformá-los em sucata, poderiam ser usados para transportar níquel e outros produtos", afirmou Mamedov.

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