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22/06/2005 - 11h03

Falhas em foguetes abalam prestígio da indústria espacial russa

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da EFE

As falhas de dois foguetes em menos de 24 horas, que acarretaram a perda dos equipamentos espaciais, abalaram o prestígio da indústria espacial da Rússia, famosa pela confiabilidade de seus projéteis portadores.

Num intervalo de apenas 19 horas, a Rússia perdeu um satélite militar, o Molnia-3K, destinado a otimizar as comunicações em estruturas do Ministério da Defesa, e o aparelho Comos-1, protótipo dos veículos interplanetários do futuro.

Os dois acidentes tiveram o efeito de uma bomba, e a imprensa advertiu que o setor espacial pode enfrentar uma grave crise porque faltam foguetes modernos e os atuais são velhos e tecnologicamente ultrapassados.

Molnia-M

Um falha na segunda e terceira fases de um foguete Molnia-M, lançado nesta terça-feira do cosmódromo de Plesetk, 800 quilômetros a noroeste de Moscou, impediu que o satélite militar Molnia-3K ficasse em sua órbita geoestacionária, a 40 mil quilômetros de altura.

A primeira fase do Molnia-M se desprendeu segundo o programa previsto, mas depois ocorreram falhas nos propulsores da segunda e terceira etapas, explicou Alexsei Kuznetsov, porta-voz das Forças Espaciais da Rússia.

O satélite, de 2,1 toneladas, caiu na região de Tiumen, na Sibéria, onde atualmente aviões de resgate inspecionam uma faixa do território perto da cidade de Uvatsk, onde provavelmente caíram os fragmentos do satélite e do foguete.

A queda do foguete e do satélite não representa um perigo ecológico para o local, já que o Molnia-M utiliza querosene e oxigênio líquido como combustível.

Fontes do Ministério da Defesa acrescentaram que o acidente também não acarretou prejuízos econômicos, porque o vôo estava assegurado. No entanto, atrasa em pelo menos um ano o programa federal para modernizar os satélites de comunicações militares.

Cosmos-1

O segundo fracasso teve como protagonista um foguete Volna lançado de um submarino submerso que frustrou o vôo do "veleiro espacial" Cosmos-1, cuja missão era investigar o deslocamento de naves no espaço com a ajuda do vento solar.

"Transcorridos 83 segundos após o lançamento, o propulsor da primeira fase do foguete parou de funcionar", assinalou um porta-voz da Frota do Norte à agência Itar-Tass.

"A esperança de que o 'veleiro espacial' tenha se salvado morreu", disse o porta-voz, depois que, por volta das 7h de Moscou (0h de Brasíla), os radares russos não registraram sinais do aparelho.

O lançamento do Cosmos-1 aconteceu às 23h46 de Moscou (16h46 de Brasília) de ontem do submarino nuclear Borisoglebsk, submerso em uma região específica no Mar de Barents. O Cosmos-1 é um projeto do Centro Científico Espacial Lavochkin de Moscou financiado por várias ONGs e pela Sociedade Planetária dos Estados Unidos.

A agência espacial russa Roscosmos anunciou que os dois acidentes não afetarão o lançamento previsto para sexta-feira de um foguete Proton-K, o projétil portador mais potente e de grande reputação no mercado mundial de serviços espaciais.

"Os dois lançamentos fracassados não influirão nos lançamentos comerciais", disse à agência Itar-Tass Anatoli Permínov, diretor da Roscosmos.

"Esses lançamentos foram executados pelo Ministério da Defesa e não dependiam de nós, que realizamos os lançamentos dos programas federal e comercial", ressaltou Permínov.

O Proton-K deve colocar em órbita o satélite de comunicações russo Express AM-3. Seu lançamento está previsto para as 23h41 de Moscou (16h41 de Brasília) de sexta-feira no cosmódromo de Baikonur, na república do Cazaquistão, na Ásia Central.

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