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28/06/2005
-
19h31
MARY PERSIA
da Folha Online
O polêmico criacionismo, doutrina que explica a criação da vida por meio da Bíblia, foi um dos principais temas debatidos na sabatina do físico Marcelo Gleiser, promovida pela Folha.
"Tentar entender [a criação da vida] invocando uma entidade sobrenatural é deter o conhecimento, e incluir isso no currículo escolar é um crime. As crianças não têm conhecimento para discernir o que é certo ou errado", disse o físico, referindo-se à disseminação do criacionismo nas escolas dos Estados Unidos. "Minha posição é frontalmente contra esse tipo de intromissão."
De acordo com Gleiser, além da expansão dessa doutrina nas escolas, há outra questão importante atualmente, ligada ao criacionismo: o design inteligente ("intelligent design"), espécie de vertente do criacionismo cujos seguidores se colocam em status similar ao dos cientistas para provar que a criação da vida não teria acontecido sem a interferência de Deus. "À medida que você considera um criacionista um cientista, está dando uma credibilidade que ele não merece", afirmou o físico.
Entre outros temas, Gleiser respondeu sobre transgênicos, religião, vida fora da Terra, ensino e divulgação da ciência. Para o físico, falta um programa sério de divulgação científica no Brasil. "A TV brasileira não tem interesse nenhum em ciência, nem o cinema", afirmou. Um quadro que já nasce prejudicado pela forma como se ensina ciência nas escolas.
"A única experiência que fiz na escola foi a do feijão no algodão com água", brincou. "A primeira coisa que o professor tem de fazer não é escrever no quadro negro, é levar [o aluno] para o mundo, usar a natureza como sala de aula."
Gleiser foi sabatinado pelo secretário de redação da Folha, Vinicius Torres Freire, o editor de Ciência do jornal, Claudio Angelo, a repórter especial Laura Capriglione e o repórter Ricardo Bonalume Neto, especialista em ciências. Ele lança, nesta quarta-feira, na Fnac Pinheiros (av. Pedroso de Moraes, 858), o livro "Micro Macro --Reflexões sobre o Homem, o Tempo e o Espaço" (Publifolha), coleção de textos publicados em sua coluna no caderno "Mais!".
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da Folha Online
O polêmico criacionismo, doutrina que explica a criação da vida por meio da Bíblia, foi um dos principais temas debatidos na sabatina do físico Marcelo Gleiser, promovida pela Folha.
"Tentar entender [a criação da vida] invocando uma entidade sobrenatural é deter o conhecimento, e incluir isso no currículo escolar é um crime. As crianças não têm conhecimento para discernir o que é certo ou errado", disse o físico, referindo-se à disseminação do criacionismo nas escolas dos Estados Unidos. "Minha posição é frontalmente contra esse tipo de intromissão."
De acordo com Gleiser, além da expansão dessa doutrina nas escolas, há outra questão importante atualmente, ligada ao criacionismo: o design inteligente ("intelligent design"), espécie de vertente do criacionismo cujos seguidores se colocam em status similar ao dos cientistas para provar que a criação da vida não teria acontecido sem a interferência de Deus. "À medida que você considera um criacionista um cientista, está dando uma credibilidade que ele não merece", afirmou o físico.
Entre outros temas, Gleiser respondeu sobre transgênicos, religião, vida fora da Terra, ensino e divulgação da ciência. Para o físico, falta um programa sério de divulgação científica no Brasil. "A TV brasileira não tem interesse nenhum em ciência, nem o cinema", afirmou. Um quadro que já nasce prejudicado pela forma como se ensina ciência nas escolas.
"A única experiência que fiz na escola foi a do feijão no algodão com água", brincou. "A primeira coisa que o professor tem de fazer não é escrever no quadro negro, é levar [o aluno] para o mundo, usar a natureza como sala de aula."
Gleiser foi sabatinado pelo secretário de redação da Folha, Vinicius Torres Freire, o editor de Ciência do jornal, Claudio Angelo, a repórter especial Laura Capriglione e o repórter Ricardo Bonalume Neto, especialista em ciências. Ele lança, nesta quarta-feira, na Fnac Pinheiros (av. Pedroso de Moraes, 858), o livro "Micro Macro --Reflexões sobre o Homem, o Tempo e o Espaço" (Publifolha), coleção de textos publicados em sua coluna no caderno "Mais!".
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