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17/01/2006 - 09h52

Sonda New Horizons decola para visita inédita a Plutão

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da Folha de S.Paulo

Deve partir hoje para o espaço a sonda New Horizons, rumo ao único planeta do Sistema Solar ainda não visitado por um artefato humano: Plutão. Para os responsáveis pela missão robótica, não tem muita importância o fato de que Plutão nem seja considerado um planeta por alguns astrônomos --a New Horizons vai ser a primeira a investigar em detalhes a região mais distante e misteriosa dos domínios do Sol.

"Longo prazo" é a expressão-chave para definir a missão. Se tudo der certo, ela parte por volta das 16h30 da tarde (horário de Brasília), e só chega a seu destino em 2015, depois de pegar carona na gravidade de Júpiter no ano que vem. A nave, mais ou menos do tamanho de um piano de cauda, deve sobrevoar tanto o nono planeta quando seu satélite Caronte (o qual, para alguns, é um planeta-companheiro e não um satélite, devido ao seu tamanho).

Depois disso, dependendo de como as coisas caminharem, a New Horizons pode se encaminhar para outros objetos do cinturão de Kuiper, a região de pedregulhos congelados que cerca as fronteiras do Sistema Solar. Tudo indica que Plutão e Caronte são só mais dois no meio de uma multidão de corpos celestes parecidos nessa área.

E, tal como os cometas, o cinturão de Kuiper parece guardar registros quase intactos da época em que o Sistema Solar estava apenas se formando.

Além da empolgação por parte dos cientistas da Nasa, que sofreram para conseguir a aprovação da sonda de US$ 700 milhões pelo governo dos EUA, duas senhoras idosas também comemoram a jornada. Uma é a britânica Venetia Burney Phair, 87, que sugeriu o nome de Plutão para o planeta descoberto pelo astrônomo americano Clyde Tombaugh em 1930.

"Só espero que nada dê errado", disse ela ao site especializado Space.com. Outra é Patricia Tombaugh, 93, viúva do cientista. "Eles finalmente estão indo! Eu não acredito!", exclamou. Ela deve acompanhar o lançamento junto com a família, na Flórida.

Os cientistas da missão têm dupla razão para comemorar. Primeiro, a New Horizons quase não saiu do papel, devido a ameaças de corte de verba pela Nasa. "Um administrador pode não querer investir tanto numa missão cujos resultados só virão após o fim de sua gestão", disse à Folha o astrônomo William Grundy, do Observatório Lowell.

Depois, a sonda deverá responder a várias questões sobre o planeta mais estranho do Sistema Solar. "Não sabemos nem o raio de Plutão exatamente. E, sem essa informação, não dá para estimar a densidade e descobrir do que ele é feito", disse Grundy.

O sobrevôo também deve ajudar a revelar a composição do cinturão de Kuiper, afirmou Grundy. "Olhando para as marcas de impacto na superfície de Plutão deverá ser possível saber que tipo de objeto causou os impactos."

Com agências internacionais

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