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16/11/2006
-
10h30
ANA FLOR
Colaboração para Folha de S. Paulo, em Nairóbi
Horas depois de o Brasil apresentar na COP-12 (12ª Conferência das Partes) da Convenção do Clima da ONU uma proposta para compensar países que reduzem o desflorestamento, diminuindo, assim, emissões de gases causadores do efeito estufa, o diretor-executivo da convenção, Yvo de Boer, anunciou a realização de um encontro, até junho de 2007, para discutir detalhes da idéia brasileira. No plenário, entretanto, a proposta foi recebida com aparente indiferença.
Segundo De Boer, o workshop detalhará a metodologia a ser utilizada caso a iniciativa brasileira seja aprovada. Outras propostas, como a do grupo de países que formam a Coalizão de Nações com Florestas Tropicais, liderados por Papua-Nova Guiné, ou de nações da bacia do Congo (África), serão discutidas na tentativa de chegar a um consenso ou a posições complementares.
De Boer reforçou que emissões de desmatamento são importantes --segundo ele, eqüivalem a 20% do total global (especialistas falam em 9% a 15%)-- e que a inclusão desse tema na convenção ou no Protocolo de Kyoto deve acontecer.
A proposta brasileira prevê a criação de um fundo voluntário, com recursos de países ricos, para ser distribuído entre nações com florestas tropicais que reduzam o seu desmatamento. A iniciativa foi apresentada pela ministra Marina Silva (Meio Ambiente) e pelo secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, durante uma sessão do Diálogo de Ações Cooperativas de Longo Prazo sobre Mudanças Climáticas.
Após a apresentação, o coordenador da reunião abriu a palavra para comentários e perguntas "urgentes" --que não vieram. Após elogiar a disposição brasileira de trazer uma proposta sobre um tema bastante relevante, o coordenador seguiu para o próximo tópico, frustrando quem esperava um debate acalorado sobre a iniciativa. Marina atribuiu a falta de perguntas ao atraso na pauta da reunião e ao fato de a proposta ser um tema para discussões internas entre as delegações.
Para o secretário-executivo do Fórum sobre Mudança Global do Clima e Biodiversidade de São Paulo, Fábio Feldman, o "Diálogo" não foi o melhor lugar para apresentar a proposta, que precisaria ser apreciada por um grupo com maior peso. O anúncio feito mais tarde por De Boer, porém, deu o incentivo que o governo brasileiro precisava para levar adiante as negociações na COP-12.
Reuniões com diversos chefes de delegação estão programadas para acontecer até amanhã, último dia da COP-12. Na avaliação do Meio Ambiente, a proposta tem viabilidade técnica. Bastaria, agora, garantir condições políticas.
Além de falar do fundo voluntário, o país aproveitou para apresentar os resultados do programa de combate ao desmatamento na Amazônia. Segundo Marina, ao dizer que reduziu em 52% o desmate em dois anos e que deixou de emitir cerca de 128 mil toneladas de carbono, o Brasil provou que "faz o tema de casa".
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Colaboração para Folha de S. Paulo, em Nairóbi
Horas depois de o Brasil apresentar na COP-12 (12ª Conferência das Partes) da Convenção do Clima da ONU uma proposta para compensar países que reduzem o desflorestamento, diminuindo, assim, emissões de gases causadores do efeito estufa, o diretor-executivo da convenção, Yvo de Boer, anunciou a realização de um encontro, até junho de 2007, para discutir detalhes da idéia brasileira. No plenário, entretanto, a proposta foi recebida com aparente indiferença.
Segundo De Boer, o workshop detalhará a metodologia a ser utilizada caso a iniciativa brasileira seja aprovada. Outras propostas, como a do grupo de países que formam a Coalizão de Nações com Florestas Tropicais, liderados por Papua-Nova Guiné, ou de nações da bacia do Congo (África), serão discutidas na tentativa de chegar a um consenso ou a posições complementares.
De Boer reforçou que emissões de desmatamento são importantes --segundo ele, eqüivalem a 20% do total global (especialistas falam em 9% a 15%)-- e que a inclusão desse tema na convenção ou no Protocolo de Kyoto deve acontecer.
A proposta brasileira prevê a criação de um fundo voluntário, com recursos de países ricos, para ser distribuído entre nações com florestas tropicais que reduzam o seu desmatamento. A iniciativa foi apresentada pela ministra Marina Silva (Meio Ambiente) e pelo secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, durante uma sessão do Diálogo de Ações Cooperativas de Longo Prazo sobre Mudanças Climáticas.
Após a apresentação, o coordenador da reunião abriu a palavra para comentários e perguntas "urgentes" --que não vieram. Após elogiar a disposição brasileira de trazer uma proposta sobre um tema bastante relevante, o coordenador seguiu para o próximo tópico, frustrando quem esperava um debate acalorado sobre a iniciativa. Marina atribuiu a falta de perguntas ao atraso na pauta da reunião e ao fato de a proposta ser um tema para discussões internas entre as delegações.
Para o secretário-executivo do Fórum sobre Mudança Global do Clima e Biodiversidade de São Paulo, Fábio Feldman, o "Diálogo" não foi o melhor lugar para apresentar a proposta, que precisaria ser apreciada por um grupo com maior peso. O anúncio feito mais tarde por De Boer, porém, deu o incentivo que o governo brasileiro precisava para levar adiante as negociações na COP-12.
Reuniões com diversos chefes de delegação estão programadas para acontecer até amanhã, último dia da COP-12. Na avaliação do Meio Ambiente, a proposta tem viabilidade técnica. Bastaria, agora, garantir condições políticas.
Além de falar do fundo voluntário, o país aproveitou para apresentar os resultados do programa de combate ao desmatamento na Amazônia. Segundo Marina, ao dizer que reduziu em 52% o desmate em dois anos e que deixou de emitir cerca de 128 mil toneladas de carbono, o Brasil provou que "faz o tema de casa".
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