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06/04/2007
-
09h12
da Folha Online
Especialistas em clima de mais de cem países anunciaram suas piores previsões sobre o aquecimento global nesta sexta-feira --um cenário em que os mais pobres serão os que mais sofrerão.
Os especialistas do Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), da ONU, encontraram-se durante toda a semana em Bruxelas para debater o relatório, o segundo de uma série de quatro sobre as mudanças climáticas.
O foco desta reunião foi o impacto do aquecimento global no meio ambiente e na sociedade.
"Serão os mais pobres dentre os pobres no mundo --incluindo os necessitados de sociedades prósperas--, que sofrerão mais", alertou Rajendra Pachauri, chefe do IPCC.
"É uma responsabilidade global", afirmou Pachauri, que trajava o mesmo terno desde a manhã de quinta-feira por causa da maratona de reuniões.
Rússia, China e Arábia Saudita foram os países que atrasaram a obtenção do acordo por questionar cada termo do mesmo, informaram fontes da reunião.
Outros participantes também disseram que os EUA havia amenizado alguns trechos.
Impactos
O IPCC reúne 2.500 cientistas e é a principal autoridade sobre o clima no mundo.
Segundo o relatório, os efeitos das mudanças climáticas, provocadas em grande parte pelas atividades humanas, devido à emissão de gases de efeito estufa, já estão acontecendo na natureza.
Desertificação, seca e elevação do nível do mar atingirão duramente os trópicos, desde a África sub-saariana às ilhas do Pacífico. Há previsão de que bilhões de pessoas poderão sofrer com a falta de água e que o nível dos mares aumentará durante séculos.
Especialistas alertaram que alguns países africanos poderão ter de gastar de 5% a 10% de seu Produto Interno Bruto (PIB) na adaptação às mudanças climáticas.
"[O relatório] Destaca quão urgente é alcançar um acordo global para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e como é importante que todos se adaptem às mudanças climáticas que já estão acontecendo", disse Stavros Dimas, comissário do Meio Ambiente da União Européia (UE).
Tensão
A China, que é a segunda maior fonte emissora de gases de efeito estufa, depois dos EUA, tentou retirar do relatório a menção de que existe "uma confiança muito alta" de que as mudanças climáticas já estão afetando "muitos sistemas naturais, em todos os continentes e em alguns oceanos".
Representantes dos EUA rejeitaram a inclusão de palavras que dizem que partes da América do Norte poderão sofrer "prejuízos econômicos severos" com o aquecimento.
Segundo a organização ambientalista WWF, que, como especialista, participou da realização do relatório, este apresenta um "olhar devastador" para o meio ambiente e a economia mundial, a menos que sejam tomadas medidas para combater as mudanças climáticas.
Segundo a organização, o relatório mostra claramente que o impacto das mudanças climáticas está "aqui e agora e vai piorar".
"Este relatório só representa a ponta do iceberg", disse a organização ambientalista.
Com agências internacionais
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Especialistas em clima de mais de cem países anunciaram suas piores previsões sobre o aquecimento global nesta sexta-feira --um cenário em que os mais pobres serão os que mais sofrerão.
Os especialistas do Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), da ONU, encontraram-se durante toda a semana em Bruxelas para debater o relatório, o segundo de uma série de quatro sobre as mudanças climáticas.
O foco desta reunião foi o impacto do aquecimento global no meio ambiente e na sociedade.
"Serão os mais pobres dentre os pobres no mundo --incluindo os necessitados de sociedades prósperas--, que sofrerão mais", alertou Rajendra Pachauri, chefe do IPCC.
"É uma responsabilidade global", afirmou Pachauri, que trajava o mesmo terno desde a manhã de quinta-feira por causa da maratona de reuniões.
Rússia, China e Arábia Saudita foram os países que atrasaram a obtenção do acordo por questionar cada termo do mesmo, informaram fontes da reunião.
Outros participantes também disseram que os EUA havia amenizado alguns trechos.
Impactos
O IPCC reúne 2.500 cientistas e é a principal autoridade sobre o clima no mundo.
Segundo o relatório, os efeitos das mudanças climáticas, provocadas em grande parte pelas atividades humanas, devido à emissão de gases de efeito estufa, já estão acontecendo na natureza.
Desertificação, seca e elevação do nível do mar atingirão duramente os trópicos, desde a África sub-saariana às ilhas do Pacífico. Há previsão de que bilhões de pessoas poderão sofrer com a falta de água e que o nível dos mares aumentará durante séculos.
Especialistas alertaram que alguns países africanos poderão ter de gastar de 5% a 10% de seu Produto Interno Bruto (PIB) na adaptação às mudanças climáticas.
"[O relatório] Destaca quão urgente é alcançar um acordo global para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e como é importante que todos se adaptem às mudanças climáticas que já estão acontecendo", disse Stavros Dimas, comissário do Meio Ambiente da União Européia (UE).
Tensão
A China, que é a segunda maior fonte emissora de gases de efeito estufa, depois dos EUA, tentou retirar do relatório a menção de que existe "uma confiança muito alta" de que as mudanças climáticas já estão afetando "muitos sistemas naturais, em todos os continentes e em alguns oceanos".
Representantes dos EUA rejeitaram a inclusão de palavras que dizem que partes da América do Norte poderão sofrer "prejuízos econômicos severos" com o aquecimento.
Segundo a organização ambientalista WWF, que, como especialista, participou da realização do relatório, este apresenta um "olhar devastador" para o meio ambiente e a economia mundial, a menos que sejam tomadas medidas para combater as mudanças climáticas.
Segundo a organização, o relatório mostra claramente que o impacto das mudanças climáticas está "aqui e agora e vai piorar".
"Este relatório só representa a ponta do iceberg", disse a organização ambientalista.
Com agências internacionais
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