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27/09/2001 - 17h10

Milho transgênico 'invadiu' lavouras comuns do México, diz Greenpeace

da Folha Online

O grupo ambientalista Greenpeace enviou hoje um documento ao governo do México pedindo a realização de inspeções em plantações de milho do país para verificar se lavouras comuns estão sendo "invadidas" por plantas transgênicas.

De acordo com o Greenpeace, a fonte da contaminação são grãos de milho transgênicos importados dos Estados Unidos. Se isso for comprovado, será o primeiro caso conhecido de poluição genética do mundo.

O grupo ambientalista divulgou dados de testes realizados nas variedades de milho cultivadas em 22 comunidades do estado mexicano de Oaxaca. Quinze delas apresentaram contaminação genética.

Em 13 comunidades, os níveis variaram entre 3% e 10%; em outras duas, a contaminação é maior, mas os resultados detalhados ainda não foram divulgados.

O Greenpeace pede que o governo mexicano realize uma investigação completa do milho e destrua a fonte de contaminação.

Essa é a opinião do doutor .

"Esta contaminação não vai desaparecer sozinha (...) ela vai se espalhar ainda mais. É provável que seja apenas a ponta do iceberg da contaminação de variedades tradicionais, já que os cultivos em outras partes do México ainda não foram investigadas", afirma Doreen Stabinsky, especialista em alimentos geneticamente modificados do Greenpeace EUA ouvido pelo Greenpeace.

Segundo a coordenadora da campanha brasileira de engenharia genética do Greenpeace, Mariana Paoli, o maior temor é que a poluição genética acabe com a biodiversidade do milho. "O México é um grande centro de diversidade e é responsabilidade do governo do país tomar todas as medidas necessárias para proteger este grão", diz.

O governo do México confirmou a contaminação de pelo menos 15 comunidades no centro do país, mas, segundo o Greenpeace, não foi tomada nenhuma medida para eliminar a fonte de contaminação.

Testes realizados nos cromossomos do milho de Oaxaca apontaram a presença do gene Bt, extraído da bactéria Bacillus thuringiensis, que produz substâncias tóxicas que matam as pragas do milho.

Segundo o Greenpeace, as variedades contaminadas podem produzir a toxina Bt e afetar insetos benéficos, como borboletas, além de espalhar seus genes modificados para plantas sadias.

O Greenpeace informou ainda que todos os países que participam da reunião do Protocolo de Biossegurança, que será realizada na próxima semana em Nairobi (Quênia), foram convocados para ajudar o México a preservar a variedade dos seus grãos, uma das mais importantes do mundo.

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