Dicas do Programa de Qualidade
OUTUBRO 1999


22/10/1999

Ao encontro de/ De encontro a

"A idéia vem de encontro aos anseios dos países da região.''

"A idéia vem ao encontro dos anseios dos países da região.''

A frase pretendia explicar que os países da região apoiavam a idéia. Nesse caso, a expressão é ao encontro de, que significa em direção a ou a favor de. "As idéias do deputado vão ao encontro das do senador", por exemplo, equivale a dizer que os parlamentares concordam. De encontro a significa oposição, choque, e equivale a contra: "Seu carro foi de encontro ao poste". Quem diz "a decisão do filho foi de encontro aos desejos da família" está se referindo a um quebra-pau familiar.

21/10/1999

Por que, porque

"A Marinha não esclareceu porque (!) há divergências...''

"A Marinha não esclareceu por que há divergências.''

Por que se escreve separado quando significa "por qual razão": "A Marinha não esclareceu por qual razão há divergências". Porque serve para introduzir explicação ou causa e pode ser substituído por "pois": "Ela não foi à festa porque estava doente/Ela não foi à festa, pois estava doente". Note que essa substituição é impossível na primeira frase. "A Marinha não esclareceu, 'pois' não há divergências" não faria sentido.

20/10/1999

De + o

"O risco do (!) milionário perder dinheiro é pequeno nesses casos.''

"O risco de o milionário perder dinheiro é pequeno nesses casos.''

A primeira frase contém um dos erros mais frequentes no jornal. Como escapar dele? Preste atenção.

O complemento de "risco" não é "o milionário", e sim "perder dinheiro". Logo, não é o risco do milionário, mas o risco de perder dinheiro por parte do milionário. Nesse caso, não se faz a contração de + o.

Como regra, não junte de + o ou de + a quando, em casos semelhantes, o verbo vier logo após o substantivo. Por exemplo, "hora de a onça beber água", não "hora da onça beber água".

19/10/1999

Pessoas não são 'comunicadas'

"O presidente não foi comunicado (!) do fato.''

"O presidente não foi informado do fato.''

Ninguém pode "ser comunicado". Alguém comunica alguma coisa a outro alguém ("o presidente comunicou as novas medidas ao Congresso"). Ou seja, o que pode ser comunicado é um fato, nunca uma pessoa ou entidade. Estaria certo, por exemplo, dizer que as novas medidas foram comunicadas ao Congresso pelo presidente. Mas não se pode escrever que o Congresso "foi comunicado" sobre elas. Nesses casos, use "informado".

18/10/1999

Voz passiva

"Pode-se exigir 50% de provisionamento...''

"Podem-se exigir 50% de provisionamento...''

Aqui, o "se" funciona como partícula apassivadora. A frase equivale a "podem ser exigidos 50% de provisionamento" (note que o verbo vem antes do percentual _50%_ e concorda com ele). Logo, o correto é "podem-se exigir". É o mesmo caso de "vendem-se casas"/"casas são vendidas".

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