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Tristeza

Velório da mãe de Oliveira, Leopoldina Cândida de Mendonça

Velório de Antônio Henrique Dias, 32, cunhado de Oliveira
  Aposentado teria deixado carta antes de suicidar-se na prisão

Hoje em Dia
O aposentado Otávio Rodrigues de Oliveira, que segura a arma, participa da reconstituição dos assassinatos em Minas
RANIER BRAGON
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O aposentado Otávio Rodrigues de Oliveira, 38, encontrado morto ontem em uma das celas da Delegacia Regional de Formiga (MG), teria deixado uma carta em que ameaça voltar "para arrasar" todos aqueles que o condenaram.

Oliveira matou com 12 tiros, na cidade de Arcos (MG), a mãe, o irmão, a ex-mulher, a ex-sogra e o ex-cunhado, além de ter ferido com um tiro outro ex-cunhado, no último dia 31. Ele manteve ainda três filhos, de 14, 12 e 10 anos, como reféns por dez horas.

A polícia de Formiga, que sustenta que o aposentado se suicidou usando um torniquete feito com fio de cobre e escova de dentes, apresentou a carta, escrita em duas folhas de papel, e disse que ela foi encontrada na cela individual onde o aposentado estava preso.

"Em breve, estarei de volta e vou arrasar com todos, sem exceção, que tenham levantado um ponto ou uma vírgula contra mim", diz um determinado trecho da carta atribuída ao aposentado.

O advogado de Oliveira, Paulo Antônio Roberto, disse que não havia tido acesso ainda à carta e afirmou que o aposentado iria passar essa semana por um exame psiquiátrico. "Pessoalmente, eu achava que ele não ia suportar a pressão. Eu vinha dizendo que ele poderia tentar suicídio novamente".

Oliveira já havia tentado se matar no dia em que cometeu os assassinatos. Ele ingeriu uma mistura de guaraná, raticida e agrotóxico e ficou em estado de coma por dois dias.

Hoje em Dia
Os filhos de Oliveira, da esquerda para a direita: Angélica, 10, Gregori, 14, Renatha, 12, e Suzana, 17
Roberto disse que ainda aguarda informações da Polícia Civil para se posicionar. "Se pairar alguma dúvida sobre a tese de suicídio, vou acionar o Estado", afirmou.

De acordo com o legista César Viana, que fez a autópsia do corpo, a causa da morte foi asfixia. Questionado se uma pessoa consegue se matar utilizando um torniquete, Viana disse que é "raro, mas possível, se a pessoa apertar o torniquete muito rapidamente".

O professor de Medicina Legal da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) Emilio Bicalho Epiphanio afirmou que o suicídio com o torniquete é possível, embora nunca tenha visto um caso parecido em seus 30 anos de profissão. "Eu não tenho nenhuma referência nas autópsias que fiz, mas não descarto essa possibilidade", afirmou.

O corpo do aposentado foi enterrado ontem, em um cemitério onde três de suas vítimas também haviam sido enterradas. Dois filhos mantidos como reféns por ele no dia dos crimes compareceram ao velório.

O inquérito policial aberto após os crimes resultou no indiciamento de Oliveira por homicídio quíntuplo qualificado e seu julgamento estava previsto para novembro.


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    Tensão

     
    Policial durante operação em Arcos (MG)

    José Rodrigues Oliveira, que foi morto pelo irmão com seis tiros

    A mãe de Otávio Rodrigues de Oliveira, Leopoldina Cândida de Mendonça, 82, que foi assassinada pelo filho