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13/10/2004 - 13h52

Polícia acredita que acusado de matar sertanista mentiu sobre arma

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da Folha Online

O diretor geral da Polícia Civil de Rondônia, Carlos Eduardo Ferreira, afirmou nesta quarta-feira que vai continuar investigando como o adolescente acusado de matar o sertanista Apoena Meireles, em Porto Velho (RO), no último sábado, adquiriu a arma usada no crime.

"Ele diz que emprestou a arma, mas ainda estamos investigando. Nós achamos que ele não está falando a verdade sobre a obtenção da arma e como teria se desfeito dela. Segundo ele, a arma teria sido entregue a uma terceira pessoa, mas nós não acreditamos nessa hipótese e vamos continuar investigando esse detalhe", afirmou Ferreira.

O diretor disse ainda que a polícia já fechou as investigações sobre a autoria e a forma de execução do crime. "Ele agiu completamente só", afirmou.

Denúncia

Os policiais chegaram ao adolescente, de 17 anos, após uma denúncia anônima. Na casa dele, no bairro Conjunto Rio Cajará, na zona oeste de Porto Velho, foram encontradas as roupas que ele vestia na noite do crime e a bicicleta usada na fuga.

Segundo a Delegacia de Patrimônios, responsável pela investigação dos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte) no Estado, o adolescente é estudante de um colégio de classe média de Porto Velho e não tinha passagem anterior pela polícia.

Em depoimento aos policiais, ele alegou que precisava de dinheiro e pegou o revólver emprestado de um amigo para fazer o assalto. Ele não sabia de quem se tratava a vítima.

A funcionária da Funai (Fundação Nacional do Índio), Cleonice Mansur, que estava com Meireles na hora do assalto, reconheceu o adolescente como o autor dos disparos. Ele foi encaminhado ao Juizado da Infância e Juventude.

Policiais federais e civis investigavam o assassinato do sertanista. A Polícia Civil ainda vai ouvir dois rapazes presos com o celular de Meireles. Eles disseram que compraram o aparelho de um desconhecido.

Crime

Apoena Meireles, 55, foi assassinado na noite de sábado (9) quando sacava dinheiro em um caixa eletrônico do Banco do Brasil. Ele estava acompanhado de uma funcionária da Funai no momento do assalto.

Segundo ela, Meireles colocou o dinheiro na carteira e recebeu um disparo no peito ao dar um passo em direção ao assaltante. Depois da fuga do criminoso, o sertanista o teria perseguido, recebendo então um segundo tiro no abdômen. Apoena Meireles morreu antes de chegar ao hospital.

Meireles estava em Porto Velho para comunicar aos índios cintas-largas a decisão do governo federal de fechar o garimpo em suas terras e de buscar uma nova legislação sobre a mineração na região. A área ocupada pelos índios cintas-largas em Rondônia é rica em minerais como cassiterita, ouro e diamante.

Sertanista

Apoena Meireles era filho do também sertanista Francisco Meireles. Ele nasceu numa aldeia Xavante em Pimentel Barbosa (MT) e desde cedo acompanhava o pai nas frentes de trabalho nas aldeias. Seu nome Apoena foi uma homenagem a um famoso líder xavante.

Autor de um projeto de descentralização da Funai, ocupou a presidência da fundação durante o período de novembro de 1985 a maio de 1986.

Meireles esteve com dezenas de povos indígenas no Brasil e havia se aposentado na Funai, mas foi convidado a voltar ao trabalho e ocupava o cargo de coordenador da região de Rondônia, onde possuía contatos com os povos Uruí, Soro e especificamente os cintas-largas de Rondônia e da reserva de Apurinã, que fica no Mato Grosso.

Com Agência Brasil

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