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13/01/2005
-
17h57
CAIO JUNQUEIRA
da Folha Online
A comissão técnica formada pela Prefeitura de São Paulo para avaliar a construção do túnel da avenida Rebouças anunciou nesta quinta-feira que houve erros na execução da obra e que será necessária a interdição do trecho entre a avenida Faria Lima e a ponte Eusébio Matoso para que sejam feitos os reparos.
Será interditada uma faixa em cada sentido, ao lado do canteiro central. Os trabalhos devem começar no próximo domingo e terão duração de 30 dias. A circulação de veículos no túnel não será afetada.
O principal problema apontado pelos técnicos é a deformação das galerias de drenagem do túnel, que pode levar até mesmo ao rompimento do solo. Além disso, foram constatados remendos na tubulação com descolamentos e infiltrações.
Como a comissão técnica --formada por integrantes do Instituto de Engenharia de São Paulo, Escola Politécnica da USP e pelo Instituto de Pesquisa Tecnológica-- fará mais vistorias no local, o prazo de interdição pode ser ampliado, caso novas falhas sejam apontadas.
Inaugurado no ano passado, o túnel da Rebouças foi uma das bandeiras da campanha da ex-prefeita Marta Suplicy (PT). Ele já foi fechado por quatro vezes desde a inauguração --três delas como medida preventiva e uma por inundação.
Tráfego
O presidente da CET (Companhia de Enhgenharia de Tráfego), Roberto Scaringella, informou que os motoristas deverão evitar transitar pela região, uma vez que cada lado da avenida terá uma faixa a menos disponível.
"Vão sobrar para circulação 5,7 metros. Ocorre que nesse espaço a capacidade é de 3,5 mil veículos por hora e a circulação nesse trecho [que será interditado] é de 4,5 mil veículos por hora. Então precisamos desenvolver um projeto de engenharia de tráfego para resolver ou minimizar o impacto", disse.
Ele afirmou que, além do trabalho de sinalização, será feito um programa de comunicação aos motoristas para que as pessoas possam saber quando evitar o trecho interditado, a avenida e até mesmo o bairro.
"Erros grosseiros"
O secretário municipal de Infra-Estrutura Urbana e Obras, Antonio Arnaldo de Queiroz e Silva, classificou os erros de "grosseiros" e disse que a pressa em terminar o túnel "muito provavelmente" colaborou para as falhas. "Tenho a impressão de que a pressa é inimiga da perfeição e foi isso que aconteceu."
Ele apontou ainda o risco de desabamento do solo."Em alguns pontos, a galeria foi mal feita. Existe risco iminente do piso da Rebouças descer. O erro foi basicamente de execução. Nós vamos entrar para refazer o que foi mal-feito."
De acordo com ele, a correção das obras não acarretará custo porque ela ainda não foi totalmente paga. "Foram pagos somente R$ 170 milhões. Faltam ainda R$ 100 milhões. As empresas já foram contatadas, estamos com o cronograma de obras e eles farão o serviço."
Outro lado
Por meio de uma nota, a assessoria de Marta informou que a administração anterior ampliou a drenagem de galerias pluviais" e que "pequenos trechos dessas galerias não foram aceitos nem pagos, e a prefeitura solicitou que fossem refeitos".
Além disso, informou que "esse trabalho, o enterramento de fiação e a finalização de calçadas foram assuntos tratados junto à equipe do atual secretário de Infra-Estrutura, Antonio Arnaldo" e que "delinearam-se soluções, que estão sendo encaminhadas pela atual administração".
A Construcap confirma que o serviço de drenagem do túnel realizado pela empresa ainda não foi faturado e diz que não recebe pagamentos pelas obras realizadas desde julho. Até este mês, teriam sido pagos apelas R$ 3,8 milhões dos R$ 17,5 milhões acertados.
A reportagem não encontrou representantes da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) para comentar o caso.
O superintendente de obras da Construcap, Marco Aurélio Costa Guimarães, afirma que as deformações ocorreram nos tubos de PVC utilizados. O material teria sido escolhido para permitir o cumprimento do prazo determinado. Segundo ele, a empresa "não esperava" o problema ou "não teria executado desta forma".
"Foram usados tubos de PVC envelopados em areia. Entregamos hoje (13) um cronograma para a execução dos reparos que prevê o envelopamento em concreto ou a substituição dos tubos por tubos de concreto", diz.
Por meio de sua assessoria, a construtora Queiroz Galvão informou que esteve envolvida apenas na perfuração e execução da parte subterrânea do túnel e, por isso, não é responsável pelos trabalhos onde as falhas foram apontadas.
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da Folha Online
A comissão técnica formada pela Prefeitura de São Paulo para avaliar a construção do túnel da avenida Rebouças anunciou nesta quinta-feira que houve erros na execução da obra e que será necessária a interdição do trecho entre a avenida Faria Lima e a ponte Eusébio Matoso para que sejam feitos os reparos.
Será interditada uma faixa em cada sentido, ao lado do canteiro central. Os trabalhos devem começar no próximo domingo e terão duração de 30 dias. A circulação de veículos no túnel não será afetada.
O principal problema apontado pelos técnicos é a deformação das galerias de drenagem do túnel, que pode levar até mesmo ao rompimento do solo. Além disso, foram constatados remendos na tubulação com descolamentos e infiltrações.
Rogério Cassimiro/Folha Imagem |
Túnel da avenida Rebouças |
Inaugurado no ano passado, o túnel da Rebouças foi uma das bandeiras da campanha da ex-prefeita Marta Suplicy (PT). Ele já foi fechado por quatro vezes desde a inauguração --três delas como medida preventiva e uma por inundação.
Tráfego
O presidente da CET (Companhia de Enhgenharia de Tráfego), Roberto Scaringella, informou que os motoristas deverão evitar transitar pela região, uma vez que cada lado da avenida terá uma faixa a menos disponível.
"Vão sobrar para circulação 5,7 metros. Ocorre que nesse espaço a capacidade é de 3,5 mil veículos por hora e a circulação nesse trecho [que será interditado] é de 4,5 mil veículos por hora. Então precisamos desenvolver um projeto de engenharia de tráfego para resolver ou minimizar o impacto", disse.
Ele afirmou que, além do trabalho de sinalização, será feito um programa de comunicação aos motoristas para que as pessoas possam saber quando evitar o trecho interditado, a avenida e até mesmo o bairro.
"Erros grosseiros"
O secretário municipal de Infra-Estrutura Urbana e Obras, Antonio Arnaldo de Queiroz e Silva, classificou os erros de "grosseiros" e disse que a pressa em terminar o túnel "muito provavelmente" colaborou para as falhas. "Tenho a impressão de que a pressa é inimiga da perfeição e foi isso que aconteceu."
Ele apontou ainda o risco de desabamento do solo."Em alguns pontos, a galeria foi mal feita. Existe risco iminente do piso da Rebouças descer. O erro foi basicamente de execução. Nós vamos entrar para refazer o que foi mal-feito."
De acordo com ele, a correção das obras não acarretará custo porque ela ainda não foi totalmente paga. "Foram pagos somente R$ 170 milhões. Faltam ainda R$ 100 milhões. As empresas já foram contatadas, estamos com o cronograma de obras e eles farão o serviço."
Outro lado
Por meio de uma nota, a assessoria de Marta informou que a administração anterior ampliou a drenagem de galerias pluviais" e que "pequenos trechos dessas galerias não foram aceitos nem pagos, e a prefeitura solicitou que fossem refeitos".
Além disso, informou que "esse trabalho, o enterramento de fiação e a finalização de calçadas foram assuntos tratados junto à equipe do atual secretário de Infra-Estrutura, Antonio Arnaldo" e que "delinearam-se soluções, que estão sendo encaminhadas pela atual administração".
A Construcap confirma que o serviço de drenagem do túnel realizado pela empresa ainda não foi faturado e diz que não recebe pagamentos pelas obras realizadas desde julho. Até este mês, teriam sido pagos apelas R$ 3,8 milhões dos R$ 17,5 milhões acertados.
A reportagem não encontrou representantes da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) para comentar o caso.
O superintendente de obras da Construcap, Marco Aurélio Costa Guimarães, afirma que as deformações ocorreram nos tubos de PVC utilizados. O material teria sido escolhido para permitir o cumprimento do prazo determinado. Segundo ele, a empresa "não esperava" o problema ou "não teria executado desta forma".
"Foram usados tubos de PVC envelopados em areia. Entregamos hoje (13) um cronograma para a execução dos reparos que prevê o envelopamento em concreto ou a substituição dos tubos por tubos de concreto", diz.
Por meio de sua assessoria, a construtora Queiroz Galvão informou que esteve envolvida apenas na perfuração e execução da parte subterrânea do túnel e, por isso, não é responsável pelos trabalhos onde as falhas foram apontadas.
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