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02/02/2005 - 10h58

Entenda o caso da morte do casal Staheli no Rio

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da Folha Online

O diretor de Gás e Energia da Shell, Todd Staheli, 39, e sua mulher, Michelle, 36, morreram após serem golpeados, no dia 30 de novembro de 2003, em casa, no condomínio Porto dos Cabritos, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

Staheli morreu no próprio dia 30. Michelle ficou internada em coma profundo e morreu dias depois no hospital Copa D'Or. O casal foi encontrado na cama pelo filho, que entrou no quarto atraído pelo despertador que não parava de tocar. Nada foi roubado na casa e os portões não foram arrombados.

O casal, de nacionalidade norte-americana, estava no Brasil havia apenas três meses, com os quatro filhos: três meninas --de 13, 8 e 3 anos-- e um menino de 10 anos.

Reprodução
Casa onde o casal Staheli foi assassinado, no Rio
Acusado

Apontado como o responsável pelo assassinato do casal, Jossiel Conceição dos Santos, 20, foi preso na madrugada do dia 1º de abril de 2004 ao pular o muro de uma residência no mesmo condomínio onde ocorreu o crime. Segundo a polícia, após ser preso, ele confessou o crime contra os Staheli. Ele trabalhava como caseiro em um imóvel vizinho ao do casal morto.

Aparentando tranqüilidade, o acusado participou de coletiva de imprensa e respondeu a perguntas feitas na ocasião pelo secretário da Segurança, Anthony Garotinho, e confessou o crime.

A secretaria chegou a afirmar que a autoria do crime estava esclarecida, mas Santos foi libertado um dia depois da prisão. A Justiça não aceitou o pedido de prisão feito pela polícia.

Reviravolta

Após deixar a 16ª Delegacia de Polícia, onde estava detido, Santos prestou depoimento na Secretaria Estadual de Direitos Humanos e mudou a versão para o crime.

Primeiro, Santos disse que o crime não foi planejado e que foi cometido por vingança porque era humilhado por Todd, que certa vez teria se referido a ele como "crioulo".

Na nova versão, o caseiro disse que o crime foi cometido por dois homens. Ele só teria fornecido informações sobre a casa e cedido o pé-de-cabra que teria sido usado na ação, em troca de R$ 40 mil. Posteriormente, em depoimento no Ministério Público Estadual, afirmou ter recebido na verdade R$ 7.000.

O rapaz disse ter assumido o crime sozinho porque fora ameaçado pelos outros envolvidos. Ele foi incluído no Programa de Proteção à Testemunha do Estado. O caseiro mudou seu depoimento várias vezes.

No dia 14 de dezembro do ano passado, a Oitava Câmara Criminal do TJ (Tribunal de Justiça) do Rio decretou a prisão preventiva do acusado. Por unanimidade, os desembargadores deram provimento a um recurso do Ministério Público Estadual, que entende que o caseiro tem que ser mantido preso até o julgamento do processo.

Perícia

Com a prisão de Santos, a Secretaria da Segurança afirmou que a arma utilizada no crime --um pé-de-cabra-- foi encontrada em uma caixa de ferramentas, na casa onde Santos trabalhava como caseiro.

Inicialmente, a polícia chegou a cogitar a possibilidade de o criminoso ter usado uma machadinha, uma enxada ou uma tesoura de jardineiro.

Logo que foi preso, o acusado entregou as roupas que estaria usando no dia do crime para a polícia. Exames de DNA feitos no sangue coletado no pé-de-cabra e nas peças de roupas indicaram que o material genético não é do casal.

Um novo exame feito em um laboratório particular apontou que os vestígios de sangue encontrados nas roupas do caseiro são de Michelle Staheli.

Sangue

Para a polícia, Santos disse, ao ser preso, ter golpeado Michelle porque ela acordara. Disse que sujou a mão com sangue e que usou uma torneira da casa para se limpar.

No entanto, durante as investigações, a polícia afirmara que nenhum vestígio de sangue fora encontrado na casa, mesmo após a utilização do luminol --substância capaz de revelar sinais de sangue após o lugar ser lavado.

Filhos

Policiais da Delegacia de Homicídios consideraram a filha mais velha como a principal testemunha do caso. Ela teria sido a última pessoa da casa a ir dormir na noite anterior ao crime.

Os dois filhos mais velhos de Michelle e Staheli e um casal de amigos americanos que prestou assistência às crianças após o crime foram obrigados pela Justiça a permanecer no país para que prestassem depoimento.

Os quatro filhos do casal retornaram para os Estados Unidos no dia 11 de dezembro do ano passado, após a polícia realizar a reconstituição do crime.

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