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23/02/2005
-
17h39
GABRIELA MANZINI
da Folha Online
A adolescente de 15 anos, única sobrevivente da família que morreu por envenenamento de arsênico em Campinas (95 km a noroeste de São Paulo), gravou um vídeo antes de fugir. A fita foi encontrada no quarto em que ela estava hospedada, desde o início de fevereiro, na casa da avó materna.
"Na fita, ela diz que 'não teria coragem de fazer isso [envenenar] com ninguém'", afirma o delegado Cláudio Alvarenga, que comanda as investigações do caso. Segundo ele, na gravação, a adolescente não explica os motivos da fuga.
A jovem está desaparecida desde a tarde de segunda-feira, quando foi vista no velório da avó paterna --que morreu vítima de um ataque cardíaco. O advogado Daniel de Leão Keleti, que representa a família, afirma que os parentes ainda não tiveram acesso à gravação.
Segundo Alvarenga, como a adolescente usou uma fita antiga e o microfone embutido na câmera para gravar, o áudio foi prejudicado. "Estamos trabalhando para extrair o máximo do que foi dito", disse.
O vídeo tem curta duração e foi gravado sobre outras filmagens caseiras. Ainda segundo Alvarenga, a adolescente parece ter colocado a câmera sobre um móvel para gravar algumas declarações "quase desconexas". Em seguida, a imagem é dirigida a "pontos vazios do quarto", que indicam o movimento do aparelho logo antes de seu desligamento.
Em depoimento à Polícia Civil, ainda segundo o delegado, a avó materna, com quem a adolescente estava morando, afirmou tê-la visto com jóias pertencentes à mãe e à irmã e R$ 600 em dinheiro. O advogado nega a informação. Na fuga, ela teria levado ainda roupas e uma mochila.
Na ocasião, ao perceberem a fuga, os familiares teriam acionado um chaveiro para abrir o cômodo, que estava trancado, e afirmado acreditarem que ela havia fugido pela janela.
Saúde
Em entrevista à Folha Online, o advogado da família afirmou, ontem, que a adolescente pode sofrer "atrofiamento dos membros periféricos" caso não seja submetida a um tratamento com urgência já que um laudo da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) constatou que ainda há resquícios de arsênico no organismo dela.
Laudos do IML (Instituto Médico Legal) confirmaram que os pais e a irmã mais velha da adolescente, de 17 anos, morreram vítimas de envenenamento por arsênico. A Polícia Civil investiga a fonte da contaminação.
Arsênico
O arsênico está presente na natureza, em doses mínimas, em alimentos como peixes, vegetais e cereais. A literatura médica descreve casos fatais de intoxicação por arsênico após ingestão oral em doses estimadas iguais ou superiores a 2g, dependendo da reação de cada organismo e da concentração da substância.
Durante as investigações, a Polícia Civil localizou frascos de arsênico e outras substâncias químicas na casa do médico, que era dono de uma farmácia e de um laboratório de manipulação.
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Entenda o caso da família envenenada em Campinas
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Jovem que sobreviveu a envenenamento grava vídeo antes de fugir
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da Folha Online
A adolescente de 15 anos, única sobrevivente da família que morreu por envenenamento de arsênico em Campinas (95 km a noroeste de São Paulo), gravou um vídeo antes de fugir. A fita foi encontrada no quarto em que ela estava hospedada, desde o início de fevereiro, na casa da avó materna.
"Na fita, ela diz que 'não teria coragem de fazer isso [envenenar] com ninguém'", afirma o delegado Cláudio Alvarenga, que comanda as investigações do caso. Segundo ele, na gravação, a adolescente não explica os motivos da fuga.
A jovem está desaparecida desde a tarde de segunda-feira, quando foi vista no velório da avó paterna --que morreu vítima de um ataque cardíaco. O advogado Daniel de Leão Keleti, que representa a família, afirma que os parentes ainda não tiveram acesso à gravação.
Segundo Alvarenga, como a adolescente usou uma fita antiga e o microfone embutido na câmera para gravar, o áudio foi prejudicado. "Estamos trabalhando para extrair o máximo do que foi dito", disse.
O vídeo tem curta duração e foi gravado sobre outras filmagens caseiras. Ainda segundo Alvarenga, a adolescente parece ter colocado a câmera sobre um móvel para gravar algumas declarações "quase desconexas". Em seguida, a imagem é dirigida a "pontos vazios do quarto", que indicam o movimento do aparelho logo antes de seu desligamento.
Em depoimento à Polícia Civil, ainda segundo o delegado, a avó materna, com quem a adolescente estava morando, afirmou tê-la visto com jóias pertencentes à mãe e à irmã e R$ 600 em dinheiro. O advogado nega a informação. Na fuga, ela teria levado ainda roupas e uma mochila.
Na ocasião, ao perceberem a fuga, os familiares teriam acionado um chaveiro para abrir o cômodo, que estava trancado, e afirmado acreditarem que ela havia fugido pela janela.
Saúde
Em entrevista à Folha Online, o advogado da família afirmou, ontem, que a adolescente pode sofrer "atrofiamento dos membros periféricos" caso não seja submetida a um tratamento com urgência já que um laudo da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) constatou que ainda há resquícios de arsênico no organismo dela.
Laudos do IML (Instituto Médico Legal) confirmaram que os pais e a irmã mais velha da adolescente, de 17 anos, morreram vítimas de envenenamento por arsênico. A Polícia Civil investiga a fonte da contaminação.
Arsênico
O arsênico está presente na natureza, em doses mínimas, em alimentos como peixes, vegetais e cereais. A literatura médica descreve casos fatais de intoxicação por arsênico após ingestão oral em doses estimadas iguais ou superiores a 2g, dependendo da reação de cada organismo e da concentração da substância.
Durante as investigações, a Polícia Civil localizou frascos de arsênico e outras substâncias químicas na casa do médico, que era dono de uma farmácia e de um laboratório de manipulação.
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