Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
23/02/2005 - 18h42

Entenda o caso da família envenenada em Campinas

Publicidade

da Folha Online

O médico homeopata Hudson da Silva Carvalho, 46, a mulher dele, Thelma Almeida Migueis, 43, e a filha mais velha do casal, de 17 anos, morreram horas depois de serem socorridos com sintomas de intoxicação, na madrugada do dia 30 de janeiro, no Hospital Madre Maria Theodora, em Campinas (95 km de São Paulo). Apenas a filha mais nova, de 15 anos, sobreviveu.

A adolescente está desaparecida desde a tarde do último dia 21, quando foi vista no velório da avó paterna --que morreu vítima de um ataque cardíaco. Antes de fugir --provavelmente, segundo familiares, pela janela no quarto-- ela gravou um vídeo.

Segundo a Vigilância Sanitária do município, ao serem socorridas, as vítimas apresentavam sangramento nos olhos e nas fezes, "vômito e diarréia, com exceção da filha mais nova que apresentava somente vômitos". A adolescente chegou a ser internada na UTI (Unidade e Terapia Intensiva) do hospital, antes de ser liberada.

A Polícia Civil passou a investigar a origem da contaminação. O restaurante onde a família havia almoçado, no dia anterior às mortes, chegou a ser interditado, mas a ausência de outras reclamações fez com que a hipótese de intoxicação alimentar fosse descartada.

Laudos do Instituto Adolfo Lutz apontaram que a família foi vítima de envenenamento por arsênico. Frascos de arsênico, antimônio e bismuto na casa. Ao lado do imóvel, no Parque das Universidades, área nobre de Campinas, funciona a clínica homeopática do pai. O homeopata também mantinha um laboratório de manipulação, no bairro da Guanabara.

A mãe, segundo a Polícia Civil, sofria de câncer linfático e a irmã tinha lupus --uma doença crônica de causa desconhecida que provoca alterações no sistema imunológico da pessoa e atinge geralmente mulheres.

Um doce de chocolate preparado pela filha mais nova e servido pelo pai na noite anterior passou a ser, então, a fonte de contaminação mais provável. Entretanto, análises preliminares do IC (Instituto de Criminalística) não detectaram a presença de arsênico em restos do doce, recolhidos no lixo da casa.

Segundo o delegado Cláudio Alvarenga, que comanda as investigações do caso, a adolescente afirmou, em depoimento, que o pai relutou em prestar atendimento médico aos familiares, na noite em que sentiram-se mal.

Em outubro do ano passado, o homeopata manteve a adolescente em cárcere privado por 20 dias, após uma tentativa de fuga.

Dias depois do crime, em depoimento, uma mulher que trabalhou durante nove anos como empregada doméstica na casa da família disse que Carvalho batia nas filhas e que pediu demissão depois de ter sido ameaçada por ele, em novembro do ano passado.

Anotações feitas pela sobrevivente, dois revólveres calibre 38 e uma pistola 765 e três computadores que eram utilizados pelo médico foram apreendidos e serão periciados.

Leia mais
  • Adolescente que sobreviveu a envenenamento grava vídeo antes de fugir

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre casos de envenenamento
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página