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31/03/2005 - 10h48

Golpe do seguro fez vítimas em mais Estados

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ALEXANDRE HISAYASU
da Folha de S.Paulo

Clientes de seguradoras de outros Estados, além de São Paulo, também foram vítimas do esquema de fraude denunciado pelo Ministério Público à Justiça na semana passada, no qual o segurado, além de não receber a indenização, era acusado de simular o roubo do próprio veículo.

Segundo a Promotoria, clientes de várias seguradoras que residem no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul e no Paraná, entre outros Estados, foram acusados injustamente, com base em documentos falsos de compra e venda de veículo registrados em cartórios do Paraguai, da fraude. O golpe era executado por advogados e prestadoras de serviço.

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) atuou nas investigações e constatou que os documentos paraguaios eram realmente falsos.

A denúncia atingiu diretores importantes da Porto Seguro e policiais. Segundo a Promotoria, o segurado que insistisse em receber a indenização era indiciado, na maioria dos casos ocorridos em São Paulo, por fraude no 27º DP (Campo Belo).

A Porto Seguro nega as acusações. A empresa teve denunciados seus diretores Luiz Paulo Horta Siqueira (Jurídico) e Nelson Peixoto (Sinistros) e o gerente do departamento jurídico, Joel Rebelato de Mello.

Os delegados Reinaldo Correia, Enjolras Rello de Araújo e Guaracy Moreira Filho também foram denunciados, assim como o escrivão Geraldo Picatiello Júnior e três representantes da empresa WSN, contratada pela Porto Seguro. Picatiello e Rebelato de Mello estão com prisão preventiva decretada e são considerados foragidos, segundo a Promotoria.

Nos casos das outras seguradoras citadas (Unibanco AIG, Marítima, Finasa e Hannover), o Ministério Público considera que não houve má-fé de seus diretores.

O esquema teria sido implantado pelo advogado Carlos Alberto Manfredini, que também trabalhou para a Porto Seguro, e pela WSN, ambos contratados para apurar possíveis fraudes.

Arquivado

A corretora de imóveis Anayde Fonseca Pacca, 33, foi uma das vítimas do golpe em outro Estado. Moradora de Itaguaí, cerca de 30 km do Rio de Janeiro, ela teve o seu carro, um Escort modelo 99, roubado em janeiro de 2003. Ela era segurada da Unibanco AIG.

Anayde foi indiciada pela Divecar (delegacia que investiga roubos de carros em SP) com base em papéis do Paraguai, apresentados por Manfredini e a WSN.

Esses papéis, segundo a Promotoria, atestavam que o carro dela havia sido negociado naquele país antes do registro do roubo. O carro dela, no entanto, foi encontrado três meses após a queixa do roubo no próprio Rio de Janeiro. O inquérito foi, então, arquivado pelo juiz Marcos Alexandre Coelho Zolli, em novembro de 2004.

"É um absurdo você ser acusado de um crime que não cometeu", afirmou ela.
Os promotores do Gecep informaram que não há provas da participação da Unibanco AIG e dos policiais da Divecar na fraude.

A Unibanco AIG confirma que o carro foi encontrado e diz que "os prestadores de serviços indiciados no processo não possuem mais vínculo contratual com a seguradora desde meados de 2004".

A Unibanco AIG Seguros e Previdência disse que está, "por iniciativa própria, fazendo um levantamento de possíveis casos similares para que, caso necessário, tome as devidas providências junto aos seus segurados".

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