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10/05/2005
-
22h11
da Folha Online
Para José Resende Filho, ex-diretor do setor técnico do complexo da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) localizado no Tatuapé (zona leste de São Paulo), a instituição enfrenta, atualmente, "uma queda-de-braço entre aqueles que defendem um projeto educacional mais humano e os que defendem a truculência e a opressão dos jovens que cometem delitos".
Resende Filho e outros 11 funcionários da instituição que ocupavam cargos de diretoria no complexo foram demitidos nesta terça-feira. O grupo foi ouvido pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de São Paulo. Em nota, a Febem afirmou que a medida foi adotada pela "falta de empenho da equipe na implantação das medidas pedagógicas e de disciplina na rotina dos adolescentes".
Uma rebelião ocorrida no local nesta madrugada --a 26ª do sistema no ano-- deixou 11 internos e três funcionários feridos. Horas antes, 27 adolescentes chegaram a escapar pela rede de esgoto, mas foram recapturados.
"Não há novas medidas pedagógicas", acusa o ex-diretor. "Temos convicção que avançamos do modelo que tínhamos no começo do ano para hoje, mas a questão disciplinar, por exemplo, passa pela área da segurança, que foi ineficiente. Também queríamos pôr ordem na casa, mas com coerência".
Para Resende Filho, o modo como alguns funcionários se dirigem aos internos, "com provocações e insultos", são freqüentes razões para conflitos. "Mas muitos adotam uma postura mais educativa e próxima", ressalta.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Febem informou que não pretende responder às acusações.
Demitidos
Na segunda-feira, oito funcionários --sete mulheres e um homem-- foram detidos para averiguação e demitidos. Segundo a Febem, eles foram flagrados escondendo celulares pertencentes a internos, além de outros objetos cuja entrada é proibida, como relógios e correntes de ouro.
Os suspeitos, que trabalhavam há três meses na instituição, disseram à Polícia Civil que foram ameaçados pelos internos a guardar os objetos, pouco antes da entrada da tropa de choque da Polícia Militar, que auxiliou a vistoria no complexo. Eles foram ouvidos no 81º Distrito Policial (Belém) e liberados.
Após a revista, a Febem informou que foram apreendidos nas unidades 21 aparelhos celulares e 14 carregadores. Também foram localizados martelos, um alicate, chaves de fenda, naifas (estiletes improvisados) e barras de ferro.
Na semana passada, uma rebelião ocorrida no complexo deixou 40 funcionários e dez internos feridos.
Crise
As demissões ocorrem em meio a mais uma crise na fundação.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou que o presidente da instituição, Alexandre de Moraes, deixará o cargo até o próximo dia 2 para assumir uma vaga no Conselho Nacional de Justiça.
Celulares
Levantamento da Promotoria da Infância e Juventude de São Paulo sobre o descontrole nas unidades revelou que os celulares, velha ameaça nos presídios, onde é usado na preparação de rebeliões e fugas, agora coloca em risco a segurança nas unidades da Febem.
De acordo com o levantamento, neste início de ano, um aparelho foi apreendido a cada três dias, em média, só em três complexos da instituição na capital paulista --que abrigam mais de um terço de todas as unidades de internação do Estado.
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Para José Resende Filho, ex-diretor do setor técnico do complexo da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) localizado no Tatuapé (zona leste de São Paulo), a instituição enfrenta, atualmente, "uma queda-de-braço entre aqueles que defendem um projeto educacional mais humano e os que defendem a truculência e a opressão dos jovens que cometem delitos".
Resende Filho e outros 11 funcionários da instituição que ocupavam cargos de diretoria no complexo foram demitidos nesta terça-feira. O grupo foi ouvido pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de São Paulo. Em nota, a Febem afirmou que a medida foi adotada pela "falta de empenho da equipe na implantação das medidas pedagógicas e de disciplina na rotina dos adolescentes".
Uma rebelião ocorrida no local nesta madrugada --a 26ª do sistema no ano-- deixou 11 internos e três funcionários feridos. Horas antes, 27 adolescentes chegaram a escapar pela rede de esgoto, mas foram recapturados.
"Não há novas medidas pedagógicas", acusa o ex-diretor. "Temos convicção que avançamos do modelo que tínhamos no começo do ano para hoje, mas a questão disciplinar, por exemplo, passa pela área da segurança, que foi ineficiente. Também queríamos pôr ordem na casa, mas com coerência".
Para Resende Filho, o modo como alguns funcionários se dirigem aos internos, "com provocações e insultos", são freqüentes razões para conflitos. "Mas muitos adotam uma postura mais educativa e próxima", ressalta.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Febem informou que não pretende responder às acusações.
Demitidos
Na segunda-feira, oito funcionários --sete mulheres e um homem-- foram detidos para averiguação e demitidos. Segundo a Febem, eles foram flagrados escondendo celulares pertencentes a internos, além de outros objetos cuja entrada é proibida, como relógios e correntes de ouro.
Os suspeitos, que trabalhavam há três meses na instituição, disseram à Polícia Civil que foram ameaçados pelos internos a guardar os objetos, pouco antes da entrada da tropa de choque da Polícia Militar, que auxiliou a vistoria no complexo. Eles foram ouvidos no 81º Distrito Policial (Belém) e liberados.
Após a revista, a Febem informou que foram apreendidos nas unidades 21 aparelhos celulares e 14 carregadores. Também foram localizados martelos, um alicate, chaves de fenda, naifas (estiletes improvisados) e barras de ferro.
Na semana passada, uma rebelião ocorrida no complexo deixou 40 funcionários e dez internos feridos.
Crise
As demissões ocorrem em meio a mais uma crise na fundação.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou que o presidente da instituição, Alexandre de Moraes, deixará o cargo até o próximo dia 2 para assumir uma vaga no Conselho Nacional de Justiça.
Celulares
Levantamento da Promotoria da Infância e Juventude de São Paulo sobre o descontrole nas unidades revelou que os celulares, velha ameaça nos presídios, onde é usado na preparação de rebeliões e fugas, agora coloca em risco a segurança nas unidades da Febem.
De acordo com o levantamento, neste início de ano, um aparelho foi apreendido a cada três dias, em média, só em três complexos da instituição na capital paulista --que abrigam mais de um terço de todas as unidades de internação do Estado.
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