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26/07/2005
-
18h18
JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio
Pesquisa divulgada nesta terça-feira pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) contraria o senso comum de que os moradores do Rio de Janeiro e de São Paulo seriam os mais afetados pela violência. O estudo mostra que os locais onde a percepção do problema é mais acentuada são Belém, Belo Horizonte e Recife.
"A pesquisa mostrou que as maiores regiões metropolitanas não têm uma percepção de violência pior do que as demais regiões", afirmou Fernando Blumenschein, um dos realizadores do estudo.
O estudo foi realizado a partir dos dados da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) 2002/2003 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A pesquisa mediu a qualidade de vida das populações das regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do município de Goiânia e Brasília (plano piloto).
São Paulo e Rio de Janeiro aparecem respectivamente em terceiro e quarto lugar entre as regiões metropolitanas que têm melhor avaliação sobre a violência, atrás apenas de Salvador e Brasília.
Em São Paulo, a pesquisa mostra que a violência aflige mais os moradores da classe média, com faixa de renda por domicílio desde R$ 300 até R$ 7.481. No Rio de Janeiro, a percepção de que a violência afeta a qualidade de vida é mais homogênea entre os mais ricos e os mais pobres.
Os realizadores do estudo ainda não sabem qual é a justificativa para que os moradores do Rio de Janeiro e de São Paulo se preocupem menos com a violência. Segundo Ricardo Wyllie, um dos realizadores do estudo, hipóteses como metodologia e desenho de políticas públicas podem ter interferido no resultado.
"Esse é um levantamento da violência e das ações de vandalismo na área residencial. Talvez isso possa ter um efeito sobre o resultado final. Os fatos mais importantes, os que aparecem na mídia, estão quase sempre concentrados nos mesmos lugares: vias importantes ou áreas próximas a favelas. A violência no Rio, por exemplo, está sempre visitando os mesmos lugares. A pergunta verifica se o morador percebe os efeitos da violência na sua vizinhança", diz.
Outra hipótese que poderia justificar o resultado, segundo Wyllie, é o desenho de políticas públicas. "Eficientes ou não, estes investimentos acabam afetando essa percepção da violência. No caso de São Paulo, talvez a classe média seja a mais exposta aos efeitos da violência", disse.
Segundo Fernando Blumenschein, um dos realizadores do estudo, a pesquisa representa o primeiro passo no sentido de medir a percepção da violência pelos indivíduos, como também de quesitos relacionados a alimentação, renda, fornecimento de serviços e poluição.
"Estes itens têm impacto na produtividade da mão-de-obra, na atração de capital para essas regiões metropolitanas e sobre a capacidade de crescimento e de geração de renda e emprego. É importante que as políticas públicas continuem avaliando a percepção da violência para que possam orientar a alocação de recursos e o monitoramento das políticas públicas", disse.
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da Folha Online, no Rio
Pesquisa divulgada nesta terça-feira pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) contraria o senso comum de que os moradores do Rio de Janeiro e de São Paulo seriam os mais afetados pela violência. O estudo mostra que os locais onde a percepção do problema é mais acentuada são Belém, Belo Horizonte e Recife.
ACFernandes/Folha Imagem |
Policiais fazem operação na Rocinha (zona sul do Rio) |
O estudo foi realizado a partir dos dados da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) 2002/2003 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A pesquisa mediu a qualidade de vida das populações das regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do município de Goiânia e Brasília (plano piloto).
São Paulo e Rio de Janeiro aparecem respectivamente em terceiro e quarto lugar entre as regiões metropolitanas que têm melhor avaliação sobre a violência, atrás apenas de Salvador e Brasília.
Em São Paulo, a pesquisa mostra que a violência aflige mais os moradores da classe média, com faixa de renda por domicílio desde R$ 300 até R$ 7.481. No Rio de Janeiro, a percepção de que a violência afeta a qualidade de vida é mais homogênea entre os mais ricos e os mais pobres.
Os realizadores do estudo ainda não sabem qual é a justificativa para que os moradores do Rio de Janeiro e de São Paulo se preocupem menos com a violência. Segundo Ricardo Wyllie, um dos realizadores do estudo, hipóteses como metodologia e desenho de políticas públicas podem ter interferido no resultado.
"Esse é um levantamento da violência e das ações de vandalismo na área residencial. Talvez isso possa ter um efeito sobre o resultado final. Os fatos mais importantes, os que aparecem na mídia, estão quase sempre concentrados nos mesmos lugares: vias importantes ou áreas próximas a favelas. A violência no Rio, por exemplo, está sempre visitando os mesmos lugares. A pergunta verifica se o morador percebe os efeitos da violência na sua vizinhança", diz.
Outra hipótese que poderia justificar o resultado, segundo Wyllie, é o desenho de políticas públicas. "Eficientes ou não, estes investimentos acabam afetando essa percepção da violência. No caso de São Paulo, talvez a classe média seja a mais exposta aos efeitos da violência", disse.
Segundo Fernando Blumenschein, um dos realizadores do estudo, a pesquisa representa o primeiro passo no sentido de medir a percepção da violência pelos indivíduos, como também de quesitos relacionados a alimentação, renda, fornecimento de serviços e poluição.
"Estes itens têm impacto na produtividade da mão-de-obra, na atração de capital para essas regiões metropolitanas e sobre a capacidade de crescimento e de geração de renda e emprego. É importante que as políticas públicas continuem avaliando a percepção da violência para que possam orientar a alocação de recursos e o monitoramento das políticas públicas", disse.
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