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22/08/2005
-
09h09
da Folha de S.Paulo
São Paulo é um exemplo de como a defesa de medidas restritivas drásticas ao uso do automóvel é afetada por temores políticos.
O presidente da CET, Roberto Scaringella, era um defensor veemente desde os anos 90 da implantação de um pedágio urbano na capital paulista. Escolhido pelo prefeito José Serra (PSDB) para comandar a principal autoridade municipal de trânsito do país, hoje ele evita falar sobre a proposta, mas a descarta --dizendo inclusive que ela poderia "quebrar" algumas atividades econômicas.
Situação semelhante ocorreu no governo Marta Suplicy (PT). A gestão petista até incluiu a proposta de pedágio urbano entre as diretrizes do Plano Diretor, mas sempre descartou publicamente a possibilidade de fazer estudos.
Hoje, fora do governo, Jilmar Tatto, ex-secretário dos Transportes de Marta, defende abertamente a restrição. "Sou favorável. É preciso ter uma ação mais radical e usar os recursos arrecadados no transporte coletivo", afirma.
Dois especialistas em transporte ligados ao PT afirmaram à Folha na semana retrasada ter tomado conhecimento de um estudo feito pela gestão Marta, pronto para ser colocado em prática, prevendo a taxação pela utilização do carro.
"A gente conversava a respeito de saídas. Esse tema surgia, mas não de forma oficial. A Marta não queria pedágio", afirma Tatto, negando a existência do estudo.
O petista admite os obstáculos políticos. "A cidade de São Paulo, mais cedo ou mais tarde, vai ter que ter. Mas politicamente é um desastre. É perda de votos", diz.
Precedente
Embora descarte adotar pedágio urbano para reduzir congestionamentos e investir os recursos no transporte coletivo, a gestão Serra estuda um projeto que, para técnicos, ao menos abre margem para a discussão da medida.
Trata-se da ampliação das marginais Pinheiros e Tietê, com uma nova pista concedida à iniciativa privada e com pedágio. As faixas atuais seguiriam sem cobrança.
A prefeitura já criou uma equipe ao lado do governo do Estado para discutir a viabilidade.
A idéia, que também foi debatida na gestão Celso Pitta, é bem diferente de uma restrição veicular --já que, na prática, oferece mais opções ao motorista. O fato de a cobrança ser em via urbana, porém, é visto por especialistas como a abertura de um precedente.
O governo tucano também fez estudos para mudar as regras do rodízio de veículos, mas desistiu da discussão por enquanto. A proposta é estender a restrição a corredores fora do centro expandido e em intervalo maior de tempo. No entanto o projeto também prevê a permissão na circulação de veículos em algumas vias em que hoje o tráfego é limitado.
Em entrevista à Folha em março, Scaringella citou as avenidas Rebouças, Eusébio Matoso, Brasil, Faria Lima e a Prof. Francisco Morato, que hoje está fora da restrição veicular, como os principais alvos do estudo (por não estarem no centro expandido, delimitado pelas marginais).
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São Paulo é um exemplo de como a defesa de medidas restritivas drásticas ao uso do automóvel é afetada por temores políticos.
O presidente da CET, Roberto Scaringella, era um defensor veemente desde os anos 90 da implantação de um pedágio urbano na capital paulista. Escolhido pelo prefeito José Serra (PSDB) para comandar a principal autoridade municipal de trânsito do país, hoje ele evita falar sobre a proposta, mas a descarta --dizendo inclusive que ela poderia "quebrar" algumas atividades econômicas.
Situação semelhante ocorreu no governo Marta Suplicy (PT). A gestão petista até incluiu a proposta de pedágio urbano entre as diretrizes do Plano Diretor, mas sempre descartou publicamente a possibilidade de fazer estudos.
Hoje, fora do governo, Jilmar Tatto, ex-secretário dos Transportes de Marta, defende abertamente a restrição. "Sou favorável. É preciso ter uma ação mais radical e usar os recursos arrecadados no transporte coletivo", afirma.
Dois especialistas em transporte ligados ao PT afirmaram à Folha na semana retrasada ter tomado conhecimento de um estudo feito pela gestão Marta, pronto para ser colocado em prática, prevendo a taxação pela utilização do carro.
"A gente conversava a respeito de saídas. Esse tema surgia, mas não de forma oficial. A Marta não queria pedágio", afirma Tatto, negando a existência do estudo.
O petista admite os obstáculos políticos. "A cidade de São Paulo, mais cedo ou mais tarde, vai ter que ter. Mas politicamente é um desastre. É perda de votos", diz.
Precedente
Embora descarte adotar pedágio urbano para reduzir congestionamentos e investir os recursos no transporte coletivo, a gestão Serra estuda um projeto que, para técnicos, ao menos abre margem para a discussão da medida.
Trata-se da ampliação das marginais Pinheiros e Tietê, com uma nova pista concedida à iniciativa privada e com pedágio. As faixas atuais seguiriam sem cobrança.
A prefeitura já criou uma equipe ao lado do governo do Estado para discutir a viabilidade.
A idéia, que também foi debatida na gestão Celso Pitta, é bem diferente de uma restrição veicular --já que, na prática, oferece mais opções ao motorista. O fato de a cobrança ser em via urbana, porém, é visto por especialistas como a abertura de um precedente.
O governo tucano também fez estudos para mudar as regras do rodízio de veículos, mas desistiu da discussão por enquanto. A proposta é estender a restrição a corredores fora do centro expandido e em intervalo maior de tempo. No entanto o projeto também prevê a permissão na circulação de veículos em algumas vias em que hoje o tráfego é limitado.
Em entrevista à Folha em março, Scaringella citou as avenidas Rebouças, Eusébio Matoso, Brasil, Faria Lima e a Prof. Francisco Morato, que hoje está fora da restrição veicular, como os principais alvos do estudo (por não estarem no centro expandido, delimitado pelas marginais).
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