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18/11/2005
-
23h01
MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba
Onze integrantes ativistas de um grupo de skinheads de Curitiba foram denunciados à Justiça nesta sexta-feira, pela Promotoria de Inquéritos Policiais, pelos crimes de racismo, prática de nazismo e formação de quadrilha. Sete deles também vão responder a processo pela acusação formal de homicídio, por ataque a dois homossexuais.
A Folha fez contato com o advogado Elias Mattar Assad, que defende três dos sete acusados de homicídio, mas ele disse que ainda desconhecia a denúncia. Os advogados dos demais não foram localizados.
De ideologia nazista, os skinheads pregam discriminação contra judeus, negros e homossexuais. A meta é alcançar a "raça pura", perseguida com extermínio coletivo pelo ditador alemão Adolf Hitler, na Segunda Guerra Mundial.
O grupo foi identificado pela polícia como o responsável por colar adesivos em equipamentos públicos e paredes, na região histórica de Curitiba, em setembro, com mensagem pró-separação racial e ataques a homossexuais. Os adesivos levavam as assinaturas Orgulho Branco e FAC (Frente Anti-Caos).
Os promotores acusam o grupo de produzir, comercializar e distribuir os adesivos e também distintivos e ornamentos de evidente propaganda racista e nazista.
Sete dos denunciados foram presos em 26 de outubro, junto com quatro adolescentes, também skinheads. A maioria conseguiu habeas corpus e vai responder ao processo em liberdade. Apenas quatro, tidos como líderes, continuam detidos preventivamente. Um quinto skinhead com preventiva decretada é de São Paulo e está foragido.
O delegado-chefe do Cope (Centro de Operações Policiais Especiais) do Paraná, Marcus Vinicius Michelotto, disse que a polícia paulista colabora nas buscas.
Ainda que as vítimas tenham sobrevivido aos ataques, os promotores acusaram sete de homicídio qualificado por duas tentativas de assassinato a homossexuais, em setembro. O argumento utilizado é que havia a intenção de matar e por motivo torpe.
Segundo a investigação, os homossexuais foram atacados com uso de um punhal conhecido por "borboleta" --também confundido com tesoura.
Anderson Marondes de Souza é apontado como o autor dos golpes, mas Eduardo Toniolo Del Segue (o Brasil), Edwiges Francis Barroso (Fran), Bruno Paese Fadel, Raul Astutte Filho, Drahomiro Michel Romanowski Carvalho (Gavião) e André Lipnharski (Pinduka) participaram do espancamento dos dois, antes de eles receberem os golpes de borboleta.
O primeiro a denunciar teve o intestino perfurado e passou semanas internado.
O crime de promoção do nazismo, para os promotores, está inserido na lei 7.716/89, que proíbe a discriminação de raça, cor, etnia, religião e procedência nacional. A pena varia de um a três anos de reclusão e multa.
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da Agência Folha, em Curitiba
Onze integrantes ativistas de um grupo de skinheads de Curitiba foram denunciados à Justiça nesta sexta-feira, pela Promotoria de Inquéritos Policiais, pelos crimes de racismo, prática de nazismo e formação de quadrilha. Sete deles também vão responder a processo pela acusação formal de homicídio, por ataque a dois homossexuais.
A Folha fez contato com o advogado Elias Mattar Assad, que defende três dos sete acusados de homicídio, mas ele disse que ainda desconhecia a denúncia. Os advogados dos demais não foram localizados.
De ideologia nazista, os skinheads pregam discriminação contra judeus, negros e homossexuais. A meta é alcançar a "raça pura", perseguida com extermínio coletivo pelo ditador alemão Adolf Hitler, na Segunda Guerra Mundial.
O grupo foi identificado pela polícia como o responsável por colar adesivos em equipamentos públicos e paredes, na região histórica de Curitiba, em setembro, com mensagem pró-separação racial e ataques a homossexuais. Os adesivos levavam as assinaturas Orgulho Branco e FAC (Frente Anti-Caos).
Os promotores acusam o grupo de produzir, comercializar e distribuir os adesivos e também distintivos e ornamentos de evidente propaganda racista e nazista.
SSP-PR |
Retrato de Hitler encontrado em casa de skinheads |
O delegado-chefe do Cope (Centro de Operações Policiais Especiais) do Paraná, Marcus Vinicius Michelotto, disse que a polícia paulista colabora nas buscas.
Ainda que as vítimas tenham sobrevivido aos ataques, os promotores acusaram sete de homicídio qualificado por duas tentativas de assassinato a homossexuais, em setembro. O argumento utilizado é que havia a intenção de matar e por motivo torpe.
Segundo a investigação, os homossexuais foram atacados com uso de um punhal conhecido por "borboleta" --também confundido com tesoura.
Anderson Marondes de Souza é apontado como o autor dos golpes, mas Eduardo Toniolo Del Segue (o Brasil), Edwiges Francis Barroso (Fran), Bruno Paese Fadel, Raul Astutte Filho, Drahomiro Michel Romanowski Carvalho (Gavião) e André Lipnharski (Pinduka) participaram do espancamento dos dois, antes de eles receberem os golpes de borboleta.
O primeiro a denunciar teve o intestino perfurado e passou semanas internado.
O crime de promoção do nazismo, para os promotores, está inserido na lei 7.716/89, que proíbe a discriminação de raça, cor, etnia, religião e procedência nacional. A pena varia de um a três anos de reclusão e multa.
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