Publicidade
Publicidade
13/12/2005
-
22h02
da Equipe de Treinamento da Folha de S.Paulo
"Isso aqui vai ser tremendo", anuncia aos fiéis, logo ao subir ao palco, o comerciante Marcelo de Souza, 36, que faz o curso de formação de pastor do SBTe.
Enquanto não abre o próprio templo (terá que receber um "chamado divino" para isso), ele prega em quatro igrejas pentecostais diferentes.
De Souza está atento ao capítulo do curso que trata da oratória: anda bastante pelo palco, abusa dos gestos com as mãos e alterna o ritmo da fala. Se fica alguns segundos mudo para recobrar o fôlego, alguém grita "Aleluia!".
Também segue à risca o trecho que aconselha os pastores a pregar sobre os problemas pessoais dos fiéis. "Você, desempregado, você que foi abandonada pelo marido: Deus tem um plano pra você!"
Os 74 presentes (na maior parte, mulheres adultas e idosas) ao culto numa igreja no Parque Regina, zona sul de São Paulo, respondem bem: alguns choram compulsivamente, outros gritam algo como "al-ralai-le-rei" --é a "língua dos anjos", explicam depois.
Após uma hora de pregação, o pastor chama à frente os "mais necessitados". Cerca de 20 mulheres se aproximam e se ajoelham. A mais alterada, uma senhora negra com cerca de 40 anos, grita, sem parar, "Jesus!" enquanto sua filha ajeita o rosto em seu ombro tentando dormir.
O pastor comanda o transe coletivo. Diz "não deixe se abater!", e assopra os ouvidos das mulheres. Ao final, suado, põe fim à catarse. "Muito obrigado, irmãos."
Leia mais
Curso ensina pastor a ser empresário da fé
Evangélicos criticam superficialidade
Religião assume o capitalismo, diz sociólogo
Especial
Leia o que já foi publicado sobre igrejas evangélicas
Comerciante põe teoria em prática
Publicidade
"Isso aqui vai ser tremendo", anuncia aos fiéis, logo ao subir ao palco, o comerciante Marcelo de Souza, 36, que faz o curso de formação de pastor do SBTe.
Enquanto não abre o próprio templo (terá que receber um "chamado divino" para isso), ele prega em quatro igrejas pentecostais diferentes.
De Souza está atento ao capítulo do curso que trata da oratória: anda bastante pelo palco, abusa dos gestos com as mãos e alterna o ritmo da fala. Se fica alguns segundos mudo para recobrar o fôlego, alguém grita "Aleluia!".
Também segue à risca o trecho que aconselha os pastores a pregar sobre os problemas pessoais dos fiéis. "Você, desempregado, você que foi abandonada pelo marido: Deus tem um plano pra você!"
Os 74 presentes (na maior parte, mulheres adultas e idosas) ao culto numa igreja no Parque Regina, zona sul de São Paulo, respondem bem: alguns choram compulsivamente, outros gritam algo como "al-ralai-le-rei" --é a "língua dos anjos", explicam depois.
Após uma hora de pregação, o pastor chama à frente os "mais necessitados". Cerca de 20 mulheres se aproximam e se ajoelham. A mais alterada, uma senhora negra com cerca de 40 anos, grita, sem parar, "Jesus!" enquanto sua filha ajeita o rosto em seu ombro tentando dormir.
O pastor comanda o transe coletivo. Diz "não deixe se abater!", e assopra os ouvidos das mulheres. Ao final, suado, põe fim à catarse. "Muito obrigado, irmãos."
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice