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27/02/2006
-
01h49
KARINA KLINGER
da Folha Online
JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio
Noivas vestidas de preto, índios canibais e uma fonte que jorra chocolate são algumas das atrações do desfile da Caprichosos de Pilares, assinado pelo carnavalesco Chico Spinosa. A escola entrou no sambódromo do Rio por volta da 1h45 desta segunda-feira.
Com o enredo "Na Folia com o Espírito Santo, o Espírito Santo caprichou", a agremiação conta a história do Espírito Santo e, principalmente, das pessoas que a tornaram real, de acordo com o carnavalesco. A escola vem com 4.000 integrantes e 39 alas.
Na comissão de frente estão 12 homens, representando índios e colonizadores, e três mulheres, que interpretam anjos, com três alegorias de barcos. Onze dos 15 componentes da comissão de frente são artistas circenses. Quatro são pessoas da própria comunidade.
Os índios estão também na bateria, que conta com 36 integrantes de uma tribo de Aracruz (ES). Doze deles vêm na frente dos ritmistas, atuando como guerreiros que fazem a corte para a rainha. De acordo com o mestre Louro, a escola vem com inovações na bateria, que terá uma coreografia com cinco movimentos marcantes --entre eles, uma corrida, pulos e gritos indígenas.
Para viabilizar o desfile, Spinosa fez várias viagens ao Estado. Em uma delas, ele descobriu as noivas de negro, tradição da cultura pomerana, cuja colonização é marcante na região. Os pomeranos são imigrantes de uma área entre a Polônia e a Alemanha, que foi extinta em disputas territoriais entre os dois países.
De acordo com o carnavalesco, cem noivas de preto e com um cinto verde estarão na avenida. Enquanto alguns associam a escolha da cor escura do vestido das noivas pomeranas com o tom usado pela realeza, Spinosa conta que elas se vestiam assim na época do feudalismo, como forma de protesto, pois não costumavam passar a primeira noite com o noivo camponês, mas com o senhor feudal. "E o cinto verde era o único sinal de esperança", disse.
Devido ao patrocínio de uma fábrica de chocolate, localizada no Estado homenageado, a agremiação preparou um carro inspirado no clássico "A Fantástica Fábrica de Chocolate", com uma fonte de chocolate. O carnavalesco chegou a anunciar a distribuição de bombons na avenida, mas a escola desistiu da ação.
A Caprichosos ainda fará homenagens às mulheres da cidade de Goiabeiras, que fabricam panelas de barro para sobreviver, uma tradição local que foi tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como patrimônio imaterial em 2002.
Outro detalhe que deve chamar a atenção é uma escultura de uma grande cabeça que representa os índios canibais, primeiros habitantes do Estado. O artesanato abrigará 30 pessoas.
Angélica e Luciano Huck chegaram à concentração pouco antes do desfile, cercados por seguranças --a apresentadora desfila no carro abre-alas. A madrinha da bateria é Mel Brito. Ela substitui Luma de Oliveira, que neste ano não desfila.
Em 11º lugar no último Carnaval, a Caprichosos fez uma homenagem aos Carnavais ao longo dos 20 anos da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro).
Desfiles
Antes da Caprichosos, desfilaram Salgueiro, Rocinha e Imperatriz. Depois, passam pelo sambódromo Vila Isabel, Grande Rio e Beija-Flor.
Na segunda-feira é a vez de Porto da Pedra, Mangueira, Viradouro, Mocidade Independente, Unidos da Tijuca, Império Serrano e Portela.
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Canibais e noivas de preto se revezam na Caprichosos
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da Folha Online
JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio
Noivas vestidas de preto, índios canibais e uma fonte que jorra chocolate são algumas das atrações do desfile da Caprichosos de Pilares, assinado pelo carnavalesco Chico Spinosa. A escola entrou no sambódromo do Rio por volta da 1h45 desta segunda-feira.
Com o enredo "Na Folia com o Espírito Santo, o Espírito Santo caprichou", a agremiação conta a história do Espírito Santo e, principalmente, das pessoas que a tornaram real, de acordo com o carnavalesco. A escola vem com 4.000 integrantes e 39 alas.
Na comissão de frente estão 12 homens, representando índios e colonizadores, e três mulheres, que interpretam anjos, com três alegorias de barcos. Onze dos 15 componentes da comissão de frente são artistas circenses. Quatro são pessoas da própria comunidade.
Os índios estão também na bateria, que conta com 36 integrantes de uma tribo de Aracruz (ES). Doze deles vêm na frente dos ritmistas, atuando como guerreiros que fazem a corte para a rainha. De acordo com o mestre Louro, a escola vem com inovações na bateria, que terá uma coreografia com cinco movimentos marcantes --entre eles, uma corrida, pulos e gritos indígenas.
Para viabilizar o desfile, Spinosa fez várias viagens ao Estado. Em uma delas, ele descobriu as noivas de negro, tradição da cultura pomerana, cuja colonização é marcante na região. Os pomeranos são imigrantes de uma área entre a Polônia e a Alemanha, que foi extinta em disputas territoriais entre os dois países.
De acordo com o carnavalesco, cem noivas de preto e com um cinto verde estarão na avenida. Enquanto alguns associam a escolha da cor escura do vestido das noivas pomeranas com o tom usado pela realeza, Spinosa conta que elas se vestiam assim na época do feudalismo, como forma de protesto, pois não costumavam passar a primeira noite com o noivo camponês, mas com o senhor feudal. "E o cinto verde era o único sinal de esperança", disse.
Devido ao patrocínio de uma fábrica de chocolate, localizada no Estado homenageado, a agremiação preparou um carro inspirado no clássico "A Fantástica Fábrica de Chocolate", com uma fonte de chocolate. O carnavalesco chegou a anunciar a distribuição de bombons na avenida, mas a escola desistiu da ação.
A Caprichosos ainda fará homenagens às mulheres da cidade de Goiabeiras, que fabricam panelas de barro para sobreviver, uma tradição local que foi tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como patrimônio imaterial em 2002.
Outro detalhe que deve chamar a atenção é uma escultura de uma grande cabeça que representa os índios canibais, primeiros habitantes do Estado. O artesanato abrigará 30 pessoas.
Angélica e Luciano Huck chegaram à concentração pouco antes do desfile, cercados por seguranças --a apresentadora desfila no carro abre-alas. A madrinha da bateria é Mel Brito. Ela substitui Luma de Oliveira, que neste ano não desfila.
Em 11º lugar no último Carnaval, a Caprichosos fez uma homenagem aos Carnavais ao longo dos 20 anos da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro).
Desfiles
Antes da Caprichosos, desfilaram Salgueiro, Rocinha e Imperatriz. Depois, passam pelo sambódromo Vila Isabel, Grande Rio e Beija-Flor.
Na segunda-feira é a vez de Porto da Pedra, Mangueira, Viradouro, Mocidade Independente, Unidos da Tijuca, Império Serrano e Portela.
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