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14/03/2006
-
15h51
da Folha Online
A libanesa Rana Abdel Rahim Koleilat, 39, acusada de ter aplicado um golpe bancário de US$ 1,2 bilhão no Líbano e suspeita de envolvimento com o atentado que matou o premiê libanês Rafik Hariri, foi transferida na tarde desta terça-feira para a carceragem do 89ºDP (Portal do Morumbi). Desde domingo (12), quando foi presa, a libanesa estava na 7ª Delegacia Seccional, em Itaquera (na zona leste de São Paulo).
De acordo com o delegado-titular da 7ª Delegacia Seccional, Nicanor Nogueira Branco, Koleilat deverá permanecer presa até que haja uma decisão dos governos brasileiro e libanês e do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre seu destino.
"Koleilat foi presa por ter tentado subornar os policiais que a encontraram, em um flat na zona norte da cidade. Ela teria oferecido US$ 200 mil em troca de sua liberdade. O pedido referente à ela enviado inicialmente pela Interpol (polícia internacional) previa apenas sua localização.
"Foi um grande mal-entendido causado pela nossa língua, o português, que ela [Rana] quase não entende. Minha cliente não entendia o que era dito pelos policiais, por isso não seria capaz de oferecer dinheiro a eles", afirmou o advogado Victor Mauad. Segundo ele, a libanesa nega as acusações.
Suspeita
Golpes supostamente aplicados pela libanesa no sistema bancário de seu país de origem poderiam ter financiado o atentado que causou a morte de Hariri, ocorrida em fevereiro do ano passado, conforme informado à polícia brasileira pelo Consulado do Líbano em São Paulo.
"Uma comissão do Conselho de Segurança [da ONU] quer ouvi-la para saber se o dinheiro das fraudes ajudou a financiar o atentado", disse na segunda (13) o delegado Murilo Fonseca Roque, da SIG (Setor de Investigações Gerais), da 7ª Delegacia Seccional.
Suspeita
O Cônsul-Geral do Líbano em São Paulo, Joseph Sayah, disse à polícia que Rana trabalhava no Bank al-Madinah e, com outras sete pessoas, desviou o dinheiro para financiar o atentado a bomba que, em fevereiro de 2005, matou Rafik Hariri. A economista chegou a ficar presa por 14 meses acusada pelo golpe. Foi solta, mas deveria permanecer no Líbano.
Na tarde de ontem, após a Polícia Civil confirmar a prisão de Rana, o delegado Moacir Moliterno Dias, da Interpol (polícia internacional), informou que ela é uma das pessoas que circulam pelo mundo na categoria "Difusão Vermelha" --classificação dada aos suspeitos de terrorismo. Na segunda, a Interpol fez um pedido de prisão provisória dela.
O cônsul Sayah disse ainda existir uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de abril de 2005, alertando sobre a importância da prisão de Rana para as investigações sobre o atentado contra Hariri.
Antes de vir para o Brasil, Rana, segundo consta em seu passaporte, teria passado pela China, Turquia, República Tcheca, Iraque, França e pelo Reino Unido, onde ela disse ter residência fixa.
A polícia chegou a Rana após receber informações de um denunciante anônimo que, segundo a polícia, falava com forte sotaque. Nas ligações, ele deu detalhes sobre o paradeiro dela.
Passaporte
No momento da prisão, a economista portava um passaporte da Irlanda do Norte em nome de Rana Klailat. Levantamento preliminar junto às autoridades britânicas no Brasil e no Líbano apontou que o documento é falso, pois o número dele corresponde a um emitido para um homem.
Sobre o passaporte, o advogado afirmou que a economista garantiu que o documento é original e foi obtido porque ela tem dupla cidadania --libanesa e inglesa.
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A libanesa Rana Abdel Rahim Koleilat, 39, acusada de ter aplicado um golpe bancário de US$ 1,2 bilhão no Líbano e suspeita de envolvimento com o atentado que matou o premiê libanês Rafik Hariri, foi transferida na tarde desta terça-feira para a carceragem do 89ºDP (Portal do Morumbi). Desde domingo (12), quando foi presa, a libanesa estava na 7ª Delegacia Seccional, em Itaquera (na zona leste de São Paulo).
De acordo com o delegado-titular da 7ª Delegacia Seccional, Nicanor Nogueira Branco, Koleilat deverá permanecer presa até que haja uma decisão dos governos brasileiro e libanês e do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre seu destino.
Reprodução |
Reprodução do passaporte apresentado pela libanesa à polícia |
"Foi um grande mal-entendido causado pela nossa língua, o português, que ela [Rana] quase não entende. Minha cliente não entendia o que era dito pelos policiais, por isso não seria capaz de oferecer dinheiro a eles", afirmou o advogado Victor Mauad. Segundo ele, a libanesa nega as acusações.
Suspeita
Golpes supostamente aplicados pela libanesa no sistema bancário de seu país de origem poderiam ter financiado o atentado que causou a morte de Hariri, ocorrida em fevereiro do ano passado, conforme informado à polícia brasileira pelo Consulado do Líbano em São Paulo.
"Uma comissão do Conselho de Segurança [da ONU] quer ouvi-la para saber se o dinheiro das fraudes ajudou a financiar o atentado", disse na segunda (13) o delegado Murilo Fonseca Roque, da SIG (Setor de Investigações Gerais), da 7ª Delegacia Seccional.
Suspeita
O Cônsul-Geral do Líbano em São Paulo, Joseph Sayah, disse à polícia que Rana trabalhava no Bank al-Madinah e, com outras sete pessoas, desviou o dinheiro para financiar o atentado a bomba que, em fevereiro de 2005, matou Rafik Hariri. A economista chegou a ficar presa por 14 meses acusada pelo golpe. Foi solta, mas deveria permanecer no Líbano.
Na tarde de ontem, após a Polícia Civil confirmar a prisão de Rana, o delegado Moacir Moliterno Dias, da Interpol (polícia internacional), informou que ela é uma das pessoas que circulam pelo mundo na categoria "Difusão Vermelha" --classificação dada aos suspeitos de terrorismo. Na segunda, a Interpol fez um pedido de prisão provisória dela.
O cônsul Sayah disse ainda existir uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de abril de 2005, alertando sobre a importância da prisão de Rana para as investigações sobre o atentado contra Hariri.
Antes de vir para o Brasil, Rana, segundo consta em seu passaporte, teria passado pela China, Turquia, República Tcheca, Iraque, França e pelo Reino Unido, onde ela disse ter residência fixa.
A polícia chegou a Rana após receber informações de um denunciante anônimo que, segundo a polícia, falava com forte sotaque. Nas ligações, ele deu detalhes sobre o paradeiro dela.
Passaporte
No momento da prisão, a economista portava um passaporte da Irlanda do Norte em nome de Rana Klailat. Levantamento preliminar junto às autoridades britânicas no Brasil e no Líbano apontou que o documento é falso, pois o número dele corresponde a um emitido para um homem.
Sobre o passaporte, o advogado afirmou que a economista garantiu que o documento é original e foi obtido porque ela tem dupla cidadania --libanesa e inglesa.
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