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14/03/2006 - 20h42

Criminosos matam filho de ex-prefeito suspeito de incêndio em Marília

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JOSÉ EDUARDO RONDON
da Agência Folha

O filho do ex-prefeito de Marília (444 km a noroeste de São Paulo) José Abelardo Camarinha (PSB), Rafael Camarinha, 23, morreu nesta terça-feira após ser baleado na cabeça por três homens armados que invadiram a casa dele.

O jovem, estudante de publicidade e propaganda na Unimar (Universidade de Marília), é apontado pela polícia como suspeito de ter participado de um incêndio criminoso que destruiu parte de um jornal e de duas rádios na cidade em 2005.

O diretor do Deinter-4 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), Roberto de Mello Annibal, disse que, por volta das 8h30, três homens encapuzados chegaram à casa de Camarinha e, após renderem a empregada, um dos integrantes disparou contra a cabeça do filho do ex-prefeito. A empregada levou um tiro no ombro esquerdo, mas não corria risco de perder a vida.

"Nada foi levado da casa. Localizamos um capuz usado pelos criminosos e três camisetas. Até agora [17h30] não houve prisões", afirmou Annibal.

Segundo informações que constam do boletim de ocorrência, a empregada foi rendida no quintal da casa e levou os três homens até Rafael Camarinha. O universitário foi obrigado a se deitar no chão e em seguida foi alvejado na cabeça pelos criminosos.

Camarinha chegou a ser levado ao Hospital das Clínicas de Marília, mas não resistiu ao ferimento e morreu às 16h. O caso vai ser investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).

Na noite de hoje, a Secretaria da Segurança Pública, por intermédio de sua assessoria de imprensa, informou que a Justiça decretou a prisão temporária de três suspeitos de participação na morte do filho do ex-prefeito.

O ex-prefeito José Abelardo Camarinha disse à Folha que a morte de seu filho é de responsabilidade do delegado seccional de Polícia de Marília, Roberto Terraz, do jornalista José Ursílio Souza e Silva, editor do jornal "Diário de Marília", e de Carlos Francisco Cardoso, dono da Central Marília Notícias.

"Meu filho foi morto porque estava perto de revelar a verdade sobre esse incêndio. A polícia já havia sido avisada que estávamos sendo ameaçados e nada fez. O senhor Terraz, o Ursílio e o Cardoso são responsáveis e suspeitos pela morte de meu filho. O primeiro por nada fazer pela garantia da segurança de minha família, além de tentar envolver o nome dela nesse crime [incêndio], e os outros dois pelos ataques que fazem à minha família em seus veículos de comunicação."

Incêndio

No dia 8 de setembro do ano passado, três homens e uma mulher invadiram o prédio da Central Marília Notícias, espancaram um vigia da empresa e atearam fogo no local. O incêndio destruiu parte das instalações do jornal "Diário de Marília" e das rádios Diário FM e Dirceu AM.

Durante as investigações, a polícia pediu a prisão de Rafael Camarinha por suspeita de participação no crime, mas a Justiça negou o pedido.

No dia 24 de janeiro, a Justiça condenou três homens por participação no incêndio a 12 anos de prisão. Um outro inquérito tramita para apurar os nomes de outras pessoas que possam ter envolvimento com o incêndio criminoso.

Outro lado

O diretor do Deinter-4, Roberto de Mello Annibal, declarou à Folha que o delegado seccional de Marília, Roberto Terraz, esteve hoje na sede do órgão em Bauru e afirmou à polícia que, provavelmente, irá processar Abelardo Camarinha pelas acusações. A reportagem entrou em contato com Terraz, mas ele disse que não comentaria o caso.

Por meio de uma nota, o jornalista José Ursílio Souza e Silva, editor do "Diário de Marília", afirmou que ficou abalado com as novas acusações contra ele, contra sua postura profissional e seus princípios éticos.

"Mas como cristão respeito o desespero da perda, única justificativa para tais acusações", afirmou a nota.

A direção da Central Marília Notícias divulgou uma outra nota, na qual repudia as acusações contra o dono da empresa, Carlos Francisco Cardoso, e contra José Ursílio Souza e Silva.

"A diretoria repudia veementemente as acusações contra a empresa e seus diretores e atribui tais afirmações ao momento de dor pelo qual passa a família."

Ainda de acordo com o documento, "a empresa espera que o caso tenha apuração rigorosa, séria e rápida".

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