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15/03/2006 - 21h51

Governos do Brasil e Líbano negociam extradição de Rana Koleilat

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da Folha Online

Os governos do Brasil e do Líbano discutem a extradição da libanesa Rana Abdel Rahim Koleilat, 39, para seu país de origem. Koleilat está presa no Brasil desde domingo, suspeita de tentar subornar policiais.

Segundo a agência de notícias Efe, o ministro das Relações Exteriores libanês, Fauzi Saluk, convocou o embaixador do Brasil no Líbano para uma reunião. As autoridades libanesas devem pedir a extradição de Koleilat ao governo brasileiro.

De acordo com o Itamaraty, Brasil e Lìbano possuem um tratado de extradição, mas ele ainda não foi ratificado na Câmara dos Deputados. A falta do tratado, no entanto, não impede que ela seja extraditada.

Prisão

Koleilat foi presa por ter tentado subornar os policiais que a encontraram, em um flat na zona norte da cidade. Ela foi localizada por meio de informações passadas por um denunciante anônimo que, segundo a polícia, falava com forte sotaque. Nas ligações, ele deu detalhes sobre o paradeiro dela.

Além da denúncia anônima, a polícia tinha um comunicado da Interpol e outro do consulado do Líbano. Os documentos pediam apenas a localização da libanesa.

"Foi um grande mal-entendido causado pela nossa língua, o português, que ela [Rana] quase não entende. Minha cliente não entendia o que era dito pelos policiais, por isso não seria capaz de oferecer dinheiro a eles", afirmou o advogado Victor Mauad. Segundo ele, a libanesa nega as acusações.

Suspeita

Golpes supostamente aplicados pela libanesa no sistema bancário de seu país de origem poderiam ter financiado o atentado que causou a morte de Hariri, ocorrida em fevereiro do ano passado, conforme informado à polícia brasileira pelo Consulado do Líbano em São Paulo.

'Uma comissão do Conselho de Segurança [da ONU] quer ouvi-la para saber se o dinheiro das fraudes ajudou a financiar o atentado', disse na segunda (13) o delegado Murilo Fonseca Roque, da SIG (Setor de Investigações Gerais), da 7ª Delegacia Seccional.

O Cônsul-Geral do Líbano em São Paulo, Joseph Sayah, disse à polícia que Rana trabalhava no Bank al-Madinah e, com outras sete pessoas, desviou o dinheiro para financiar o atentado a bomba que, em fevereiro de 2005, matou Rafik Hariri. A economista chegou a ficar presa por 14 meses acusada pelo golpe. Foi solta, mas deveria permanecer no Líbano.

O delegado Moacir Moliterno Dias, da Interpol, informou que ela é uma das pessoas que circulam pelo mundo na categoria 'Difusão Vermelha' --classificação dada aos suspeitos de terrorismo. Na segunda-feira (13), a Interpol fez um pedido de prisão provisória dela.

Suicídio

Na manhã de hoje, Koleilat foi encontrada com ferimentos no pulso esquerdo na cela onde estava presa, no 89º DP (Portal do Morumbi). Na delegacia, ficam mantidas presas que têm curso superior.

Koleilat foi socorrida e levada para o pronto-socorro do Campo Limpo (zona sul de São Paulo), onde recebeu um curativo e dois pontos. Ela retornou à cela pouco depois.

À tarde, ela foi transferida para a sede do GOE (Grupo de Operações Especiais), no Campo Belo, zona sul. Com a transferência, ela deve ficar sob vigilância de duas carcereiras por 24h.

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