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16/03/2006 - 12h05

Delegado diz não acreditar em tentativa de suicídio de libanesa

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da Folha Online

O delegado Antônio Chaves Martins Fontes, diretor da Decap (Departamento de Polícia Judiciária) descartou na tarde de quarta-feira a hipótese da libanesa Rana Abdel Rahim Koleilat, 39, ter tentado suicídio na cela em que estava presa. "Ela queria chamar atenção, e conseguiu", afirmou Fontes.

Na manhã de ontem, Rana foi encontrada com cortes no pulso esquerdo. Os ferimentos teriam sido causados por ela mesma, em uma suposta tentativa de suicídio, dentro de uma 89º DP (Portal do Morumbi), na zona oeste de São Paulo, onde ficam presas mulheres que têm curso superior.

De acordo com a polícia, os ferimentos foram superficiais e causados por um estilete. Um sindicância deve apurar como ela teve acesso ao objeto.

Na tarde de ontem, Rana foi transferida para a sede GOE (Grupo de Operações Especiais), no Campo Belo (zona sul). No novo endereço, ela deve ficar sob vigilância de duas carcereiras por 24h.

Prisão

Rana foi presa por ter tentado subornar os policiais que a encontraram, em um flat na zona norte da cidade. Ela foi localizada por meio de informações passadas por um denunciante anônimo que, segundo a polícia, falava com forte sotaque. Nas ligações, ele deu detalhes sobre o paradeiro dela.

Além da denúncia anônima, a polícia tinha um comunicado da Interpol e outro do consulado do Líbano. os documentos pediam apenas a localização da libanesa.

"Foi um grande mal-entendido causado pela nossa língua, o português, que ela [Rana] quase não entende. Minha cliente não entendia o que era dito pelos policiais, por isso não seria capaz de oferecer dinheiro a eles", afirmou o advogado Victor Mauad. Segundo ele, a libanesa nega as acusações.

Suspeita

Golpes supostamente aplicados pela libanesa no sistema bancário de seu país de origem poderiam ter financiado o atentado que causou a morte de Hariri, ocorrida em fevereiro do ano passado, conforme informado à polícia brasileira pelo Consulado do Líbano em São Paulo.

"Uma comissão do Conselho de Segurança [da ONU] quer ouvi-la para saber se o dinheiro das fraudes ajudou a financiar o atentado", disse na segunda (13) o delegado Murilo Fonseca Roque, da SIG (Setor de Investigações Gerais), da 7ª Delegacia Seccional.

O Cônsul-Geral do Líbano em São Paulo, Joseph Sayah, disse à polícia que Rana trabalhava no Bank al-Madinah e, com outras sete pessoas, desviou o dinheiro para financiar o atentado a bomba que, em fevereiro de 2005, matou Rafik Hariri. A economista chegou a ficar presa por 14 meses acusada pelo golpe. Foi solta, mas deveria permanecer no Líbano.

O delegado Moacir Moliterno Dias, da Interpol, informou que ela é uma das pessoas que circulam pelo mundo na categoria "Difusão Vermelha" --classificação dada aos suspeitos de terrorismo. Na segunda-feira (13), a Interpol fez um pedido de prisão provisória dela.

O cônsul Sayah disse ainda existir uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de abril de 2005, alertando sobre a importância da prisão de Rana para as investigações sobre o atentado contra Hariri.

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