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10/05/2006 - 17h56

Traficante ordena assassinato de dentro de penitenciária no ES

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da Agência Folha

Condenado por tráfico de drogas e preso na única penitenciária de segurança máxima do Espírito Santo --localizada no complexo penitenciário de Viana--, José Antônio Marim, conhecido como Toninho Pavão, é acusado de ter ordenado e acompanhado de dentro da unidade prisional, com um telefone celular, o assassinato de um casal.

Ouça trechos da escuta que revelaram o caso, divulgados na terça-feira (9) pela PF (Polícia Federal).

Antônio Marcos Costa Gama, também traficante e foragido por assalto a banco, e a mulher dele, Francisca Heliane Fernandes, foram mortos com ao menos 22 tiros no dia 28 de março, num matagal do município de Cariacica.

O seguinte diálogo foi captado no grampo telefônico, autorizado pela Justiça a pedido da PF para investigação sobre tráfico de drogas. A primeira voz é atribuída a Toninho Pavão, e a segunda, a Wether Alves Clímaco, suposto executor dos assassinatos.

- Não tem idéia, não. Dá pra resolver parceiro?
- Dá.
- Então resolve, acaba isso logo.
Ouve-se então gritos e uma série de disparos ao fundo.
- E aí?
- Já é, já é.
- Valeu. Os dois, né?
- Os dois.

A Polícia Civil instaurou inquérito. Segundo o delegado responsável, Daniel Veras, Toninho Pavão e Clímaco serão acusados de homicídio duplamente qualificado --motivo torpe e método que impossibilitou chance de defesa.

Veras afirmou que o crime foi motivado por dívida. Ele disse que Gama recebeu R$ 70 mil de Toninho Pavão para comprar drogas em outro Estado. Ele não teria cumprido a incumbência e ficado com o dinheiro. O delegado disse ainda que a mulher foi assassinada como queima de arquivo.

Em depoimento terça-feira na PF, Toninho Pavão negou que a voz seja sua. O acusado de atirar contra o casal foi preso no município de Serra há um mês. Condenado por tráfico, Clímaco estava em liberdade condicional.

A pedido do governo estadual, Toninho Pavão e outros quatro criminosos considerados de alta periculosidade foram transferidos nesta quarta-feira da penitenciária de segurança máxima, em Viana, para a carceragem da PF em Vitória.

Na chegada, Toninho Pavão xingou jornalistas que faziam a cobertura e chegou a agredir um deles com um chute.

Em entrevista coletiva ontem, o secretário da Justiça, Ângelo Roncalli de Ramos Barros, declarou que a entrada de celulares em presídios é um problema nacional e que o avanço da tecnologia tornou obsoleto o bloqueador de sinal no presídio em Viana.

Ele anunciou que vai aumentar de 12 para 80 o número de agentes que integram o grupo móvel responsável pela revista em presídios e a instalação de um aparelho de raios-X na penitenciária de segurança máxima capixaba.

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