Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
13/05/2006 - 10h47

Sobe para 21 o número de mortos em ataques em São Paulo

Publicidade

da Folha Online

Uma série de ataques atribuída ao PCC (Primeiro Comando da Capital) causou a morte de 21 pessoas, entre a noite de sexta-feira (12) e a madrugada deste sábado no Estado de São Paulo. Do total, nove são policiais. Postos e carros policiais foram atacados a bala. Em pelo menos duas penitenciárias, presos se amotinam e mantêm reféns.

Morreram quatro policiais militares, cinco policiais civis, dois guardas civis, três agentes penitenciários e a namorada de um policial. Durante confrontos, seis suspeitos também morreram. Outras 32 pessoas ficaram feridas.

A cúpula da Segurança Pública se reuniu às pressas no centro da capital e falará sobre o caso na tarde deste sábado.

Os crimes seriam uma resposta à decisão do governo do Estado de isolar líderes da facção criminosa, entre Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, líder do PCC. Seu poder sobre o PCC em São Paulo é comparado ao de Fernandinho Beira-Mar no Comando Vermelho, no Rio.

Nilton Fukuda/Folha Imagem
Ataques a policiais começaram após transferência de presos
Ataques a policiais começaram após transferência de presos
As ações --a maior onda de ataques a policiais e postos das forças de segurança no Estado-- ocorreram na cidade de São Paulo, na região metropolitana --em cidades como Osasco, Guarulhos e Carapicuíba-- e na Baixada Santista --Cubatão e Guarujá.

Ataques em massa

Os crimes começaram horas depois de uma megaoperação de transferência em massa de presos --cerca de 700--, no interior. O objetivo seria isolar membros da facção criminosa.

Na tarde de sexta, oito integrantes do PCC haviam sido levados para o Deic para depor sobre uma suposta megarrebelião que estaria sendo planejada. O grupo deixou a unidade por volta das 8h30 deste sábado, mas o destino não foi confirmado --seria um presídio no interior.

Tensão

No início da madrugada, toda a cúpula da polícia se reuniu no quartel da Polícia Militar, na região da Luz, para avaliar a onda de ataques. Participaram da reunião o Secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, o delegado-geral da Polícia Civil, Marco Antônio Desgualdo, o diretor do Deic, Godofredo Bittencourt, o comandante do Policiamento Metropolitano, Eliésio Rodrigues, e comandante-geral da PM, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges.

No início dos ataques, Marcola foi levado à sala do diretor do Deic, mas o teor da conversa não foi divulgado. Por meio de sua assessoria de imprensa, Bittencourt admitiu que Marcola conversou informalmente com policiais do Deic, mas negou que ele tenha prestado depoimentos formais.

Penitenciárias

Presos de duas penitenciárias localizadas no interior de Estado mantêm reféns desde a tarde de sexta. Não há informações sobre feridos ou reivindicações. As rebeliões ocorrem na penitenciária 1 de Avaré (262 km a oeste de São Paulo) e na penitenciária de Iaras (282 km a noroeste de São Paulo), unidades que abrigam integrantes do PCC.

Durante toda a quinta-feira (11), a SAP (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) promoveu uma megaoperação que transferiu cerca de 700 detentos para a recém-reformada P-2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo) e realizou revistas em todas as unidades de regime fechado do Estado. A secretaria definiu a operação de reocupação da prisão de Presidente Venceslau como "administrativa" e atribuiu a uma casualidade o fato da reforma ter terminado dias atrás.

Com a transferência em massa, porém, o governo teria como objetivo desarticular a atuação de facções criminosas no sistema penitenciário --inclusive na promoção de rebeliões simultâneas.

Leia mais
  • Série de ataques causa 30 mortes em SP; polícia prende 16 suspeitos
  • Presos mantêm rebeliões em 20 unidades em São Paulo
  • Governador afirma que ação do PCC foi previsível
  • Em 2001, megarrebelião comandada pelo PCC atingiu 29 penitenciárias

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o PCC
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página