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13/05/2006
-
13h46
LÍVIA MARRA
Editora de Cotidiano da Folha Online
JULIANA CARPANEZ
MARY PERSIA
da Folha Online
Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, o secretário da Administração Penitenciária de São Paulo, Nagashi Furukawa, tentou minimizar a gravidade das rebeliões que acontecem em presídios e CDPs (Centros de Detenção Provisória) em todo o Estado, sob o comando do PCC (Primeiro Comando da Capital).
"Não são rebeliões graves, na grande maioria", afirmou o secretário, ressaltando que sábado é dia de visitas e hoje é véspera do Dia das Mães --portanto, segundo Furukawa, muitas das pessoas que permanecem dentro das unidades seriam visitas.
Por volta das 13h, presos de 22 unidades tinham presos rebelados ou apresentaram motins. Desde a noite de sexta-feira, 25 pessoas, a maioria policiais civis e militares, morreram em 55 ataques. Outros cinco supostos criminosos morreram em confronto com a polícia, elevando para 30 o número de mortos.
Em 2001, uma megarrebelião coordenada pelo PCC atingiu 29 unidades do Estado, porém não foram registrados ataques fora de presídios. Entre as unidades rebeladas neste sábado estão penitenciárias de Avaré, Iaras, Araraquara, Ribeirão Preto, Lavínia, Lucélia, Itirapina, Franco da Rocha e Presidente Prudente.
De acordo com Furukawa, a rebelião no presídio de Avaré (262 km a oeste de São Paulo) foi controlada com a entrada da tropa de choque, que libertou os reféns.
Os ataques a policiais e guardas seriam uma resposta à decisão do governo do Estado de isolar líderes da facção criminosa, entre Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, líder do PCC. Seu poder sobre o PCC em São Paulo é comparado ao de Fernandinho Beira-Mar no Comando Vermelho, no Rio.
Na quinta-feira (11), 765 considerados "lideranças negativas", segundo Furukawa, foram transferidos para a penitenciária de Presidente Venceslau, em uma tentativa do governo de evitar a articulações de crimes e rebeliões. Na sexta, oito líderes do PCC foram levados para a sede do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), em Santana (zona norte de São Paulo), para depoimento.
"Acho que a medida que o governo tomou era necessária, ainda que tenha ocorrido esta resposta, porque o governo tem que agir, tem que cumprir a lei e ser firme em suas ações", disse o secretário da Administração Penitenciária.
Crítica
Ainda durante a entrevista coletiva, o secretário de Segurança Pública do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho, disse que os ataques são uma "fórmula de tentar mostrar a força e, principalmente, mexer com a sensação de segurança da população".
Ele criticou a Justiça. De acordo com Abreu Filho, a lentidão em alguns procedimentos, como a autorização para escutas telefônicas ou mandados de busca, prejudica o trabalho da polícia.
Sem adiantar quais os próximos passos da investigação policial contra o crime organizado, o secretário disse que buscará, a partir de segunda-feira (15), "entendimentos" com o Ministério Público ou Poder Judiciário para "dispensar burocracia". Ele ressaltou que o objetivo da crítica não era buscar culpados, mas "tentar obter" avanços na área.
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Editora de Cotidiano da Folha Online
JULIANA CARPANEZ
MARY PERSIA
da Folha Online
Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, o secretário da Administração Penitenciária de São Paulo, Nagashi Furukawa, tentou minimizar a gravidade das rebeliões que acontecem em presídios e CDPs (Centros de Detenção Provisória) em todo o Estado, sob o comando do PCC (Primeiro Comando da Capital).
"Não são rebeliões graves, na grande maioria", afirmou o secretário, ressaltando que sábado é dia de visitas e hoje é véspera do Dia das Mães --portanto, segundo Furukawa, muitas das pessoas que permanecem dentro das unidades seriam visitas.
Por volta das 13h, presos de 22 unidades tinham presos rebelados ou apresentaram motins. Desde a noite de sexta-feira, 25 pessoas, a maioria policiais civis e militares, morreram em 55 ataques. Outros cinco supostos criminosos morreram em confronto com a polícia, elevando para 30 o número de mortos.
Em 2001, uma megarrebelião coordenada pelo PCC atingiu 29 unidades do Estado, porém não foram registrados ataques fora de presídios. Entre as unidades rebeladas neste sábado estão penitenciárias de Avaré, Iaras, Araraquara, Ribeirão Preto, Lavínia, Lucélia, Itirapina, Franco da Rocha e Presidente Prudente.
De acordo com Furukawa, a rebelião no presídio de Avaré (262 km a oeste de São Paulo) foi controlada com a entrada da tropa de choque, que libertou os reféns.
Os ataques a policiais e guardas seriam uma resposta à decisão do governo do Estado de isolar líderes da facção criminosa, entre Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, líder do PCC. Seu poder sobre o PCC em São Paulo é comparado ao de Fernandinho Beira-Mar no Comando Vermelho, no Rio.
Na quinta-feira (11), 765 considerados "lideranças negativas", segundo Furukawa, foram transferidos para a penitenciária de Presidente Venceslau, em uma tentativa do governo de evitar a articulações de crimes e rebeliões. Na sexta, oito líderes do PCC foram levados para a sede do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), em Santana (zona norte de São Paulo), para depoimento.
"Acho que a medida que o governo tomou era necessária, ainda que tenha ocorrido esta resposta, porque o governo tem que agir, tem que cumprir a lei e ser firme em suas ações", disse o secretário da Administração Penitenciária.
Crítica
Ainda durante a entrevista coletiva, o secretário de Segurança Pública do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho, disse que os ataques são uma "fórmula de tentar mostrar a força e, principalmente, mexer com a sensação de segurança da população".
Ele criticou a Justiça. De acordo com Abreu Filho, a lentidão em alguns procedimentos, como a autorização para escutas telefônicas ou mandados de busca, prejudica o trabalho da polícia.
Sem adiantar quais os próximos passos da investigação policial contra o crime organizado, o secretário disse que buscará, a partir de segunda-feira (15), "entendimentos" com o Ministério Público ou Poder Judiciário para "dispensar burocracia". Ele ressaltou que o objetivo da crítica não era buscar culpados, mas "tentar obter" avanços na área.
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