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14/05/2006 - 16h05

Criminosos agiram em "milícias" e conheciam rotina dos alvos em SP

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RICARDO FELTRIN
Editor-chefe da Folha Online

Preparação cuidadosa, planejada talvez durante semanas, organização em "milícias" compactas e ataque com conhecimento prévio da rotina e hábitos dos alvos. Essas táticas dos criminosos já são certezas entre policiais ouvidos pela Folha Online neste domingo. Por ordem direta do governo, e por motivos de segurança, eles não podem se identificar.

Reuters
Policiamento foi intensificado em todo o Estado
Policiamento foi intensificado em todo o Estado
Um capitão do Corpo de Bombeiros, como quem a reportagem conversou no centro da cidade, diz acreditar que a ação criminosa teve tamanha sincronia porque há "uma rígida estrutura e hierarquia entre membros do PCC presos, e seus colegas que estão em liberdade, mas com quem ainda mantêm vínculos".

Eles saem da cadeia com missões predeterminadas, diz o capitão. Cerca de 10 mil detentos receberam indultos no Estado de São Paulo na sexta à noite. Eles ganharam o direito de passar o dia das Mães com a família, e deveriam (devem) se reapresentar às prisões na segunda. Há também indultos no Natal e Ano Novo.

Na sexta, a morte do policial civil José Antonio Martinez Prado, 41 anos, no Itaim Bibi, é prova de que os criminosos sabiam quem e quando atacar. Um guardador de carros que presenciou parte da cena, disse à reportagem que os bandidos entraram e se dirigiram sem titubear rumo à mesa em que o policial estava com a mulher. O tiro na cabeça foi à queima-roupa.

A morte de um carcereiro fora de serviço, também na sexta, no Jardim Mirna, zona sul, também revela que os criminosos já estavam de tocaia. Assim que o carcereiro saiu para olhar a rua e falar com vizinhos, como sempre fazia em suas folgas, um grupo armado se aproximou e disparou uma seqüência de tiros, sem chance de defesa ou fuga para a vítima.

O mesmo modus operandi pôde ser observado em outras duas ações: a primeira no bairro Campo Grande, zona sul, sexta-feira, 23h30, quando um PM e sua mulher foram baleados e mortos dentro do carro, após serem cercados por dois ou três grupos; a segunda, quase no mesmo horário, no Jardim Herculano, também zona sul, quando um escrivão de polícia de 30 anos --de folga-- recebeu um telefonema em casa. A voz "convidava-o" a ir naquele momento na esquina de sua casa. Mesmo desconfiado da estranha ligação, o escrivão Aílton Santana não escapou e foi metralhado minutos depois, perto de casa.

A conclusão de policiais militares e civis: todas as autoridades, policiais e até membros das forças de segurança em cargos burocráticos podem estar com a rotina e seus familiares sendo vigiados pelo PCC.

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