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25/05/2006 - 09h49

Termina prazo para Segurança entregar lista de mortos em ações do PCC

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da Folha Online
da Folha de S.Paulo

Termina nesta quinta-feira o prazo de 72 horas para que o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marco Antonio Desgualdo, e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, entregarem ao Ministério Público Estadual a lista com os nomes das pessoas mortas entre os últimos dias 13 e 19, durante a repressão à onda de violência promovida pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) em todo o Estado.

O pedido foi feito pelo Gecep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), para apurar se houve abuso de poder por parte dos policiais. Os promotores também querem cópias dos boletins de ocorrência referentes às mortes.

Em entrevista coletiva na terça-feira (23), o secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, disse que a secretaria atenderá o pedido do Ministério Público "no seu tempo".

"Quando a informação vai chegar? Vai chegar quando ela estiver pronta", disse Abreu Filho na ocasião. "Pode ser amanhã, pode ser em 72 [horas], pode ser em 90 horas, o que eu vou fazer?"

Tiros

Em relatório entregue ao Ministério Público Federal na tarde de quarta (24), o CRM (Conselho Regional de Medicina) apontou que, dos 273 mortos registrados no IML de São Paulo entre 12 e 20 de maio, 132 morreram por ferimentos a tiros, o equivalente a 48,3% do total.

O índice de mortos a tiros que chegaram ao IML de São Paulo cresceu de 4,5% do total na sexta-feira (12) para 71,8% no sábado (13). O índice de mortos a tiros não baixou de 20% do total de necropsiados enquanto durou a onda de violência promovida pelo PCC.

Os picos de registros de mortes por arma de fogo foram registrados nos dias 13 e 15, sábado e segunda-feira passados. Dos 273 corpos que chegaram ao IML, 256 foram identificados.

O Ministério Público Federal informou, por meio de assessoria, que não divulgará por enquanto os nomes dos mortos pela polícia nos dias de ataque. Segundo a promotoria afirmou, as 132 pessoas necropsiadas entre 12 e 20 de maio correspondem a todas as mortes a tiros do período e não necessariamente a vítimas de confrontos com policiais.

A Procuradoria não se pronunciou sobre os laudos e informou que vai aguardar a análise da Defensoria Pública Geral do Estado de São Paulo e do Ministério Público do Estado, responsável pelas ações penais.

Os promotores vão cruzar os dados dos laudos com as informações dos boletins de ocorrência registrados pela polícia.

Inocentes

A Secretaria da Segurança Pública reviu os números da violência e, nesta terça-feira, afirmou que são 79 os suspeitos de envolvimento em ataques do PCC mortos pela polícia no Estado de São Paulo, desde o dia 12. Antes, o número de suspeitos era de 109.

Segundo o governo estadual, dos 79 considerados suspeitos, 55 já foram identificados e 49 deles têm antecedentes criminais e ligação com a facção criminosa.

De acordo com a nova classificação da secretaria, dos 79 mortos suspeitos, 62 morreram em reação imediata da polícia aos ataques e 17 foram mortes consideradas "preventivas" --partiram de denúncias feitas por telefone.

Outras 31 mortes registradas no período, segundo o secretário Saulo de Castro Abreu Filho, ocorreram em casos de resistência considerados "normais" pela polícia paulista, isto é, em casos rotineiros, como assaltos.

A soma dos números apresentados na manhã desta terça pela secretaria resulta em 110 mortes, não 109 --como divulgado oficialmente até esta segunda-feira. "O mundo não parou em função do ataque", afirmou Abreu Filho.

Levantamento feito pela Folha de S.Paulo mostra que, diferentemente dos dados oficiais apresentados, 26% dos civis mortos pela polícia de São Paulo em confrontos registrados entre os dias 12 e 19 deste mês --período em que ocorreram os ataques do PCC-- não tinham antecedentes criminais.

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