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16/06/2006 - 20h56

PM interrompe negociações em Itirapina; motim pode ter ligação com PCC

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da Agência Folha
da Folha Online

A Polícia Militar suspendeu na noite desta sexta-feira as negociações com os presos rebelados da penitenciária 2 de Itirapina (213 km a noroeste de São Paulo). O motim começou na tarde desta sexta e um preso ainda não-identificado foi morto por rivais.

Fontes do sistema penitenciário disseram à Folha que os amotinados estão agindo em solidariedade aos chefes do PCC, isolados na penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo).

O motim ocorre simultaneamente a rebeliões em outras duas penitenciárias do interior do Estado. São as primeiras rebeliões registradas no Estado desde que o ex-PM e procurador de Justiça Antonio Ferreira Pinto assumiu o cargo de secretário estadual da Administração Penitenciária.

Em Itirapina, os três raios da penitenciária foram tomados pelos amotinados, que atearam fogo em colchões e derrubaram diversas portas, no interior da unidade. O prédio foi parcialmente destruído pelos incêndios.

Em Mirandópolis (607 km a oeste de São Paulo), o motim terminou no começo da noite. Os presos da penitenciária de Araraquara (273 km a noroeste de São Paulo) permaneciam rebelados até o final da noite.

Todas as unidades estão superlotadas. Em Araraquara, a penitenciária abriga 1.543, mas a capacidade é de 750. A penitenciária de Mirandópolis 1 comporta 804 presos, mas hoje abriga 1.203. Em Itirapina 1 cabem 852 presos, mas 1.363 ocupam o local.

PCC

O coordenador regional do Sifuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo), Alcides Carlos da Silva Júnior, disse que a rebelião promovida pelos detentos de Itirapina é encabeçada por integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).

No último mês de maio, a organização criminosa promoveu uma onda de motins que atingiu mais de 80 unidades do Estado --incluindo a prisão de Itirapina-- e uma série de ataques contra forças de segurança.

Os crimes culminaram na queda do então secretário estadual de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa.

De acordo com Silva Júnior, os presos ligados ao PCC estão descontentes com o rigor do regime de prisão a que é submetido o líder da facção, Marcos Camacho, o Marcola, na penitenciária de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo).

Presidente Venceslau

Os motins promovidos nesta sexta estariam ligados à demanda por regalias dos cerca de 760 presos supostamente ligados ao PCC transferidos para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau no último dia 11 de maio.

Há 36 dias na unidade, eles querem mais tempo para o banho de sol, visitas de advogados, de parentes e até comida de restaurante. Atualmente, além de televisores para assistir aos jogos da Copa do Mundo da Alemanha, os detentos têm, desde segunda (12), direito a uma hora de banho de sol.

Depois de serem transferidos para a penitenciária, os presos passaram 30 dias trancados nas celas, sem contato com advogados.

Espírito Santo

Outra rebelião ocorre na noite desta sexta na Casa de Passagem de Vila Velha (ES). O movimento começou na tarde de quarta (14). Os rebelados mataram um preso rival e agrediram um refém, desde o começo o motim. Seis pessoas ainda são mantidas reféns.

O clima na unidade permaneceu tenso durante todo o dia. Pela manhã, os rebelados agrediram um refém e ameaçaram jogar um preso rival do prédio. Horas depois, eles jogaram um rádiocomunicador e uma televisão pela janela. A decisão suspendeu a comunicação com os negociadores.

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