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17/06/2006 - 08h48

349 mortes não tinham ligação com PCC

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da Folha de S.Paulo

Laudos necroscópicos dos 23 IMLs (Institutos Médicos Legais) do Estado mostram que, entre os dias 12 e 20 de maio, pelo menos 349 pessoas foram mortas por arma de fogo em São Paulo sem ter, segundo a listagem oficial do governo, nenhuma relação com os atentados do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Essas pessoas não são policiais nem entraram em supostos confrontos com a polícia. Foram vítimas, porém, de uma onda de violência que especialistas em segurança e em direitos humanos tentam entender.

Desses mortos, 11% receberam nove tiros ou mais. Um homem, de 52 anos, chegou a ser atingido por 27 disparos. Em alguns casos, testemunhas falam que homens encapuzados chegaram e atiraram. Entidades também suspeitam da ação de grupos de extermínio com a participação de policiais.

A onda de violência que se espalhou pelo Estado de São Paulo pode ser explicada por meio de datas, locais das mortes, número de tiros e trajetória dos disparos --informações contidas nos laudos de 23 IMLs.

Segundo essa documentação, analisada pela reportagem, as mortes de civis por policiais seguem a mesma linha de tempo dos homicídios que não teriam relação com as ações do PCC.

As mortes de agentes de segurança por membros da facção começou no dia 12 de maio e teve o seu pico no dia seguinte, com 43% dos óbitos. A reação policial ocorreu nos dias seguintes. O maior número de civis mortos em supostos confrontos com a polícia ocorreu entre os dias 15 e 16.

Foram nesses mesmos dias que ocorreram os maiores números de mortos por armas de fogo cujas vítimas não tinham ligação com o PCC ou com os casos chamados de 'resistência seguida de morte'.

Segundo os laudos, ocorreram 74 mortes por arma de fogo no Estado no dia 15 e 68 no dia 16. A média registrada no primeiro trimestre de 2006 em São Paulo é de 18 por dia.

Tanto nos casos de mortes em confronto com a polícia ou em registros de homicídio, a capital paulista e Guarulhos (Grande São Paulo) lideram nas estatísticas de óbitos.

A separação entre mortos em confrontos com a polícia ou em ocorrências de homicídio revela uma grande explosão de violência em municípios do litoral paulista. Algumas cidades chegaram a registrar em apenas uma semana o dobro dos homicídios registrados em todo o primeiro trimestre de 2006.

Guarujá registrou pelo menos 24 homicídios entre os dias 12 e 20. Entre janeiro e março, a cidade teve dez ocorrências. Segundo os laudos do IML, 14 pessoas foram mortas durante essa semana, nove casos a mais do que nos três primeiros meses do ano.

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