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30/06/2006 - 09h22

Agentes penitenciários ameaçam impedir visitas em SP

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da Folha de S.Paulo

Após um boicote ao atendimento aos presos em várias unidades prisionais de São Paulo ontem, os agentes penitenciários agora ameaçam proibir as visitas no final de semana. A categoria protesta contra a morte do agente Nilton Celestino, anteontem.

O movimento partiu do Sifuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo), que realiza assembléias para votar a interrupção das visitas.

"Será um luto de dois dias", afirmou o secretário-geral da entidade, Antônio Ferreira. Representantes da categoria na Grande São Paulo, em São José do Rio Preto, Araraquara e Mirandópolis já aprovaram o protesto. Outras sete regiões do Estado ainda vão decidir em assembléias.

Segundo Ferreira, a paralisação quer chamar a atenção para a fragilidade da categoria, novo alvo do PCC desde que a polícia disse ter abortado uma suposta emboscada na última segunda-feira, em São Bernardo, quando 13 criminosos morreram.

Se ocorrer, será o segundo protesto em menos de 48h no Estado. O Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária) fez ontem uma greve de 24h. A entidade diz ter paralisado 41 delas; a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) admite o movimento em 19 de 144 unidades.

Entre os serviços prejudicados estavam o atendimento aos advogados e a entrega de comida por familiares aos presos --o chamado jumbo. Nas unidades afetadas, apenas o atendimento médico de urgência e a alimentação fornecida pelo sistema penitenciário permaneceram. Os agentes do CDP Belém, por exemplo, reclamavam da proibição ao porte de arma.

A paralisação "branca" respingou na Justiça. Segundo o Tribunal de Justiça, 310 das 365 audiências criminais marcadas para ontem, o equivalente a 85% do total, ocorreram. Em condições normais, quase não há ausências, informou a assessoria de imprensa. "Tenho três clientes para encontrar e não consigo", disse o advogado Luiz Carlos dos Santos Lima, em frente ao CDP Belém. "Entendo a manifestação dos agentes, mas não tenho culpa."

Na unidade de Parelheiros (zona sul) de São Paulo, apenas seis dos 30 agentes escalados para trabalhar compareceram. "Não tem quase ninguém [funcionários]", disse um agente com cerca de 15 anos de serviço. Parelheiros suporta 765 detentos, mas abriga 1.348.

Com a paralisação, a SAP enviou a Parelheiros uma equipe do GIR (Grupo de Intervenção Rápida), unidade especial que geralmente atua em rebeliões, com agentes fortemente armados. Segundo a SAP, um túnel foi encontrado no local.

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