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14/07/2006
-
09h52
ELIANE CANTANHÊDE
Colunista da Folha de S.Paulo
ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O governo federal já tem esquematizado todo um plano para a entrada ostensiva das Forças Armadas para tentar conter a crise na segurança em São Paulo, inclusive com o deslocamento de brigadas e de tanques e armamento do Exército. Isso, porém, depende da aprovação prévia do governador Cláudio Lembo.
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, tem reunião com Lembo às 15h de hoje, em São Paulo, para oferecer os cenários possíveis de ajuda, à escolha do governador. Se ele recusar a operação militar ostensiva, o ministro sugerirá participação apenas nas operações de inteligência.
Serão duas reuniões simultâneas. Bastos e Lembo vão discutir a questão mais genericamente, ou politicamente, enquanto suas equipes vão detalhar procedimentos, locais, contingentes, prazos.
Poder coercitivo
Um sinal claro de que governos federal e estadual já vêm conversando sobre a possibilidade de participação das Forças Armadas é que o comandante militar do Sudeste, general-de-Exército Luiz Edmundo de Carvalho, estará presente à reunião. Ontem, por sinal, o ministro e o governador se falaram por telefone pela manhã.
Também irão de Brasília o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e comandantes, chefes e secretários do Ministério da Justiça. A intenção não é provocar o confronto direto de oficiais e soldados com bandidos nas ruas paulistas, mas sim usar o "poder coercitivo" das Forças Armadas, ou seja, em operações de dissuasão, de patrulhamento e de inteligência.
Os efetivos poderiam ser usados também para o transporte de presos, varredura de presídios e identificação dos líderes principais do movimento. No caso de inteligência, aliás, os militares, a PF e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência, ligada ao Planalto) já estão atuando em São Paulo.
Caso Lembo e Bastos acertem a participação direta de Exército, Aeronáutica e Marinha, poderão ser deslocados efetivos da Brigada de Operações Especiais do Exército, com sede em Goiânia (GO) e efetivo de 1.800 homens.
Também poderiam ser convocadas três outras brigadas: a de Infantaria Pára-Quedista, do Rio, a de Infantaria Leve, de Caçapava, e a de Aviação do Exército, em Taubaté. Bastos discutiu os planos alternativos (ou cenários), ontem, com os comandantes do Exército, general Francisco Albuquerque, da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, e da Marinha, almirante Roberto Luiz de Carvalho.
Sem intervenção
Após a reunião, em entrevista coletiva, Bastos descartou a possibilidade de intervenção federal em São Paulo e disse que irá apresentar a Lembo um pacote de medidas "importantes", sem detalhar quais. A Folha apurou que ele disponibilizará recursos para reformas no sistema penitenciário paulista e para o aparelhamento e articulação de um sistema de inteligência capaz de integrar o trabalho das polícias.
Colaborou FABIANE LEITE, da Folha de S.Paulo
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Colunista da Folha de S.Paulo
ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O governo federal já tem esquematizado todo um plano para a entrada ostensiva das Forças Armadas para tentar conter a crise na segurança em São Paulo, inclusive com o deslocamento de brigadas e de tanques e armamento do Exército. Isso, porém, depende da aprovação prévia do governador Cláudio Lembo.
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, tem reunião com Lembo às 15h de hoje, em São Paulo, para oferecer os cenários possíveis de ajuda, à escolha do governador. Se ele recusar a operação militar ostensiva, o ministro sugerirá participação apenas nas operações de inteligência.
Serão duas reuniões simultâneas. Bastos e Lembo vão discutir a questão mais genericamente, ou politicamente, enquanto suas equipes vão detalhar procedimentos, locais, contingentes, prazos.
Poder coercitivo
Um sinal claro de que governos federal e estadual já vêm conversando sobre a possibilidade de participação das Forças Armadas é que o comandante militar do Sudeste, general-de-Exército Luiz Edmundo de Carvalho, estará presente à reunião. Ontem, por sinal, o ministro e o governador se falaram por telefone pela manhã.
Também irão de Brasília o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e comandantes, chefes e secretários do Ministério da Justiça. A intenção não é provocar o confronto direto de oficiais e soldados com bandidos nas ruas paulistas, mas sim usar o "poder coercitivo" das Forças Armadas, ou seja, em operações de dissuasão, de patrulhamento e de inteligência.
Os efetivos poderiam ser usados também para o transporte de presos, varredura de presídios e identificação dos líderes principais do movimento. No caso de inteligência, aliás, os militares, a PF e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência, ligada ao Planalto) já estão atuando em São Paulo.
Caso Lembo e Bastos acertem a participação direta de Exército, Aeronáutica e Marinha, poderão ser deslocados efetivos da Brigada de Operações Especiais do Exército, com sede em Goiânia (GO) e efetivo de 1.800 homens.
Também poderiam ser convocadas três outras brigadas: a de Infantaria Pára-Quedista, do Rio, a de Infantaria Leve, de Caçapava, e a de Aviação do Exército, em Taubaté. Bastos discutiu os planos alternativos (ou cenários), ontem, com os comandantes do Exército, general Francisco Albuquerque, da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, e da Marinha, almirante Roberto Luiz de Carvalho.
Sem intervenção
Após a reunião, em entrevista coletiva, Bastos descartou a possibilidade de intervenção federal em São Paulo e disse que irá apresentar a Lembo um pacote de medidas "importantes", sem detalhar quais. A Folha apurou que ele disponibilizará recursos para reformas no sistema penitenciário paulista e para o aparelhamento e articulação de um sistema de inteligência capaz de integrar o trabalho das polícias.
Colaborou FABIANE LEITE, da Folha de S.Paulo
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