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16/07/2006 - 20h42

PCC reduz ataques em São Paulo após isolamento de líderes

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da Folha Online

O número de ataques feitos pelo PCC no Estado de São Paulo na nova onda de violência iniciada na última terça-feira (11) caiu neste domingo. Na capital, não houve registro de incêndios a ônibus ou atentados a tiros durante todo o dia, segundo a PM (Polícia Militar) e o Corpo de Bombeiros.

O ritmo dos crimes diminuiu depois da transferência de cinco supostos chefes do PCC (Primeiro Comando da Capital) para a unidade de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo) onde vigora o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), que impõe regras rígidas aos presos.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a SAP (Secretaria Estadual de Administração Penitenciária) confirmou a transferência de cinco detentos para Bernardes, mas evitou detalhar a ação, "por motivos de segurança".

O líder do PCC, Marcos Herbas Camacho, o Marcola, é um dos presos internados sob o RDD, em Presidente Bernardes.

Diego Padgurschi/Folha Imagem
Policiais guardam ônibus incendiado na zona leste de São Paulo, na noite de sábado (15)
Policiais guardam ônibus incendiado na zona leste de São Paulo, na noite de sábado (15)
No sábado, também não foram registradas ações durante o dia. Elas foram retomadas só à noite, principalmente na Grande São Paulo. Há suspeitas de que tenham sido uma reação à prisão de Anco Márcio Pereira Maia, 28, o Gordo, ocorrida horas antes, em São Bernardo (Grande São Paulo). Maia seria uma espécie de chefe interino do PCC na região.

Segundo três agentes penitenciários que atuam no interior, interceptações telefônicas feitas por um sistema de inteligência --montado pelas polícias Civil e Militar e por agentes penitenciários após os motins iniciados no último Dia das Mães-- mostram que o PCC prepara uma rebelião para o Dia dos Pais.

Motivações

Investigações preliminares apontam que a nova onda de violência foi detonada devido à ameaça de transferência da cúpula do PCC para a penitenciária federal de Catanduvas (PR).

Em maio último, entre os dias 12 e 19, o PCC promoveu a maior série de atentados da história de São Paulo. Na ocasião, as forças de segurança foram o principal alvo. Foram 299 ações, incluindo incêndios a ônibus. Simultaneamente, uma onda de rebeliões atingiu 82 prisões.

Os primeiros atentados foram atribuídos a uma retaliação à decisão do governo estadual de isolar a cúpula do PCC no RDD de Bernardes e mais cerca de 300 integrantes da organização criminosa na penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo).

Entre o último dia 28 de julho e o começo da nova onda de ataques, seis agentes penitenciários e um carcereiro foram mortos. Outros dois agentes sofreram tentativas de homicídio.

Crimes

O último ataque registrado neste domingo ocorreu às 4h, em Porto Ferreira (228 km ao norte de São Paulo). Três ônibus estacionados na garagem de uma empresa de transporte foram incendiados no pátio. Como a empresa não tem vigias, ninguém presenciou a ação. Não houve feridos.

Em Ribeirão Preto (314 km a norte de São Paulo), à 1h22, um coquetel molotov foi jogado contra a casa de um agente penitenciário, no bairro Parque dos Servidores. Ninguém ficou ferido.

Na capital, os últimos três incêndios a ônibus foram entre as 19h e as 21h de sábado. Dois deles ocorreram na zona leste da cidade. Ninguém se feriu. Neste domingo, os ônibus circularam normalmente, segundo a SPTrans (empresa que gerencia o transporte na cidade).

Nas noites de quarta (12) e quinta-feira (13), os criminosos incendiaram três caminhões de lixo. Por isso, a empresa responsável por prestar o serviço na zona leste da cidade, a EcoUrbis, criou um sistema especial. Ela conta com o apoio da GCM (Guarda Civil Metropolitana).

Outro ataque registrado na noite de sábado na capital ocorreu no Jardim São Pedro (zona leste de São Paulo). Cinco homens armados, a bordo de três motos, dispararam cerca de 15 vezes contra a Inspetoria Regional da GCM, na avenida Professor João Batista Conti.

De acordo com a GCM, no momento dos disparos havia sete guardas na base. Nenhum deles se feriu.

Uma agência do Unibanco foi incendiada na rua do Hipódromo, no Brás (região central de São Paulo), na noite de sábado, segundo a PM. Três ônibus foram incendiados.

Em Ferraz de Vasconcelos (Grande São Paulo), criminosos atiraram contra dois guardas civis em patrulhamento no bairro Jardim Triângulo, às 22h de sábado. Os GCMs estavam a pé, ao lado do carro, mas não foram atingidos.

Onda de ataques

Os ataques do PCC começaram na noite da última terça-feira (11). Prédios públicos e particulares, agências bancárias, lojas, ônibus e agentes de segurança têm sido atacados a tiros ou por incêndios.

Pelo menos oito pessoas foram mortas, sendo um policial militar e sua irmã, na zona norte de São Paulo; três vigilantes particulares, no Guarujá (litoral de São Paulo); e um guarda municipal, em Cabreúva (76 km a noroeste de São Paulo). As mortes de um agente prisional, em Campinas; e do filho de um investigador, em São Vicente; não entraram nas estatísticas oficiais.

O último balanço da Secretaria Estadual da Segurança Pública, divulgado na quinta, somava 106 ataques contra 121 alvos.

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