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17/07/2006
-
09h11
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
A facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) está presente em diferentes níveis de organização em sete Estados, além de São Paulo. A constatação é da CPI do Tráfico de Armas da Câmara, que investiga o comércio ilegal de armamentos e munições no país.
Os grupos mais estruturados fora de São Paulo atuariam em Mato Grosso e no Paraná. Nesses locais, os criminosos contariam com bases consolidadas em presídios e já estariam nas ruas disputando mercado no tráfico de drogas e armas.
"Células" do PCC também estariam em Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, disse o sub-relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), deputado Raul Jungmann (PPS-PE).
Segundo ele, em Pernambuco, onde a comissão esteve em junho, já foram identificadas 41 pessoas ligadas à organização. Cerca de 20 delas estão presas, entre elas o suposto líder regional, Sidney Romualdo.
Ouvido pelos parlamentares com outros dois suspeitos de integrar a facção --Robson da Silva e Mychell Pratinny da Silva-- Romualdo teria confirmado a estratégia de aliciamento de jovens pobres da periferia, sem antecedentes criminais.
Os deputados teriam constatado ainda o uso de "táticas de guerrilha" semelhantes às das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) por quadrilhas do sertão de Pernambuco e da Bahia.
Os métodos de combate, porém, teriam sido repassados pelo CV (Comando Vermelho), uma das principais facções ligadas ao tráfico de drogas, armas e assaltos do Rio de Janeiro.
Procurado pela Folha, o secretário da Defesa Social de Pernambuco, Rodney Miranda, não comentou as informações da CPI.
Sua assessoria declarou que o secretário não foi informado oficialmente pela CPI sobre o assunto. Miranda confirmou apenas a existência de presos ligados ao PCC no Estado.
O total de detidos também não foi informado, mas sabe-se que sete deles foram flagrados em maio, em Recife e Caruaru (a 136 km da capital), durante a primeira onda de atentados em São Paulo. Eles carregavam garrafas com gasolina e teriam ordem para incendiar ônibus.
Para a CPI, a prisão de integrantes da facção criminosa é importante, mas ao mesmo tempo representa um risco, se o preso for mantido em celas comuns. "O primeiro movimento do PCC é o controle carcerário", disse Jungmann.
Segundo ele, informações da polícia paulista indicam que, dos 150 mil presos em São Paulo, cerca de 100 mil são ligados à organização criminosa.
"O objetivo dos atentados é claro: combater o regime disciplinar diferenciado nas prisões. O PCC não aceita a transferência dos líderes para não perder o controle carcerário."
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A facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) está presente em diferentes níveis de organização em sete Estados, além de São Paulo. A constatação é da CPI do Tráfico de Armas da Câmara, que investiga o comércio ilegal de armamentos e munições no país.
Os grupos mais estruturados fora de São Paulo atuariam em Mato Grosso e no Paraná. Nesses locais, os criminosos contariam com bases consolidadas em presídios e já estariam nas ruas disputando mercado no tráfico de drogas e armas.
"Células" do PCC também estariam em Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, disse o sub-relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), deputado Raul Jungmann (PPS-PE).
Segundo ele, em Pernambuco, onde a comissão esteve em junho, já foram identificadas 41 pessoas ligadas à organização. Cerca de 20 delas estão presas, entre elas o suposto líder regional, Sidney Romualdo.
Ouvido pelos parlamentares com outros dois suspeitos de integrar a facção --Robson da Silva e Mychell Pratinny da Silva-- Romualdo teria confirmado a estratégia de aliciamento de jovens pobres da periferia, sem antecedentes criminais.
Os deputados teriam constatado ainda o uso de "táticas de guerrilha" semelhantes às das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) por quadrilhas do sertão de Pernambuco e da Bahia.
Os métodos de combate, porém, teriam sido repassados pelo CV (Comando Vermelho), uma das principais facções ligadas ao tráfico de drogas, armas e assaltos do Rio de Janeiro.
Procurado pela Folha, o secretário da Defesa Social de Pernambuco, Rodney Miranda, não comentou as informações da CPI.
Sua assessoria declarou que o secretário não foi informado oficialmente pela CPI sobre o assunto. Miranda confirmou apenas a existência de presos ligados ao PCC no Estado.
O total de detidos também não foi informado, mas sabe-se que sete deles foram flagrados em maio, em Recife e Caruaru (a 136 km da capital), durante a primeira onda de atentados em São Paulo. Eles carregavam garrafas com gasolina e teriam ordem para incendiar ônibus.
Para a CPI, a prisão de integrantes da facção criminosa é importante, mas ao mesmo tempo representa um risco, se o preso for mantido em celas comuns. "O primeiro movimento do PCC é o controle carcerário", disse Jungmann.
Segundo ele, informações da polícia paulista indicam que, dos 150 mil presos em São Paulo, cerca de 100 mil são ligados à organização criminosa.
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